Profissional do Hospital Galileu alerta sobre a automedicação em grupos especiais
Idosos, crianças, lactantes, gestantes e portadores de doenças crônicas podem ser os mais afetados com a medicação sem orientação médica
Já virou cultural manter uma 'farmacinha' em casa para o socorro na hora que aparecem os sintomas inesperados, como dor de cabeça, febre, incômodo no estômago, ou mesmo, um resfriado. Mas, o que parece ser um hábito inofensivo, esconde grandes riscos à saúde, sobretudo, em grupos especiais, que atende idosos, crianças, lactantes, gestantes e portadores de doenças crônicas. Pensando nisso, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, alerta sobre o assunto.
O farmacêutico do HPEG Simão Pessoa explica que todos os seres humanos são únicos, dotados de características físicas e fisiológicas diferentes. “No ponto de vista farmacêutico do medicamento, cada indivíduo tem uma necessidade especial de uso de medicamentos, principalmente, as populações especiais, como idosos, gestantes, lactantes e crianças”, alerta.
O uso sem prescrição médica dos remédios, podem ocasionar alguns sintomas de intoxicação medicamentosa, como sonolência, confusão mental ou outras alterações de consciência, náuseas e vômitos, diarreia, manchas vermelhas ou coceira. Em caso de algum desses sinais, é imprescindível recorrer a um médico.
População de risco - “Os riscos potenciais consistem em falta de adequação de dose de medicamentos em crianças e, por consequência, provável dose abaixo do que trata ou muito acima, causando intoxicação. Alguns tipos de medicamentos não têm testes adequados a essa faixa etária, principalmente em bebês. Assim o risco de eventos adversos a medicamentos é maior”, orientou Simão.
O profissional também garante que o mesmo acontece com as demais populações especiais. “Nas gestantes e lactantes, o risco maior no uso de medicamentos, está não na mãe e sim na criança, no qual, pode ter reações ao medicamento, podendo causar má-formação na gravidez ou reações adversas no aleitamento. Todo medicamento nesses grupos, devem ser avaliados o uso, conforme seu grau de risco-benefício”, acrescenta o farmacêutico.
Já nos idosos, devido a mudanças fisiológicas importantes, por conta da própria idade, Simão Pessoa destaca que há riscos de quedas aumentadas, sobretudo, por medicamentos que causam sono, como, por exemplo, os antigripais, antidepressivos e antialérgicos. “A potencialização de efeitos dos medicamentos por conta do metabolismo lento dessa população e riscos potenciais, principalmente, no uso dos medicamentos da 'moda', como os de infarto, Acidente Vascular Encefálico (AVE) e outras sequelas graves e até o óbito”, disse.
Evidências - No Brasil, a automedicação é considerada um risco à saúde. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos são os principais causadores de intoxicação em seres humanos no Brasil. Geralmente, isso acontece devido a dosagens erradas ou à automedicação.
“Portanto, todo medicamento deve sempre ser utilizado sob orientação do médico ou farmacêutico, principalmente nessas populações que tem um risco maior”, enfatiza Simão Pessoa.
Serviços - Referência na Rede Estadual do Pará em atendimentos de traumas ortopédicos, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Região Metropolitana de Belém (RMB), atende, ainda, oito especialidades médicas e não médicas, incluindo, a urologista, cardiologia, a cirurgia de reconstrução e alongamento ósseo, clínica médica, ultrassonografia, endoscopia, a psicologia e a fisioterapia, que auxilia na reabilitação dinâmica fora dos moldes tradicionais, com a Gameterapia, através de recursos tecnológicos como jogos de videogame.
A unidade retaguarda é gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia- ISSAA, organização social genuinamente paraense que tem como missão, a promoção da assistência à saúde pública, através de uma gestão inovadora, responsável e transparente, executando políticas de humanização e auxiliando na sistemática das relações sociais do Estado do Pará.