Amazônia Jazz Band encanta público com celebração única do Dia Internacional do Jazz
Ao som do curimbó, das maracas, dos caxixis, além dos instrumentos tradicionais que veem trazendo o inconfundível jazz, o público lotou o Theatro da Paz na noite da terça-feira (30), com um espetáculo musical singular que ficará marcado na história da cena cultural paraense. Sob a batuta do maestro Elias Coutinho, líder da Amazônia Jazz Band (AJB), o concerto "Jazz Entre Rios: A Música de Jobim nas Correntes do Pará" celebrou o Dia Internacional do Jazz, proporcionando uma fusão entre os clássicos do jazz e os ritmos autênticos da região amazônica.
A escolha estratégica de Tom Jobim como peça central do concerto ressalta não apenas sua importância na música nacional, mas também seu impacto no cenário jazzístico internacional. Coutinho enfatizou a singularidade do compositor, destacando que suas composições são essenciais no meio instrumental. "Nenhum outro compositor possui uma influência tão marcante", afirmou o maestro. "Ao trazê-lo para esta fusão única com os ritmos da Amazônia, estamos enriquecendo ainda mais nossa identidade musical", acrescentou.
Os arranjos meticulosamente elaborados para o concerto foram concebidos para destacar os ricos estilos musicais paraenses, desde o Carimbó até o Lundú, passando pelo Boi Bumbá e o Samba de Cacete, entre outros. O saxofonista Daniel Serrão e o arranjador Rafael Rocha desempenharam papéis fundamentais nesse processo, trazendo consigo suas pesquisas e experiências para criar uma sonoridade verdadeiramente inovadora.
Para Coutinho, este concerto representa um marco histórico não apenas para a AJB, mas para a música brasileira como um todo. "Este conceito especial é verdadeiramente histórico. Estamos mesclando a concepção jazzística com a rítmica da música brasileira, em uma experiência de vanguarda que nunca foi ouvida em qualquer parte do mundo. Ver a casa lotada, com um público que nos responde com alegria, interação e ainda nos aplaudiu de pé, nos deixa muito felizes e com a certeza de que entregamos o melhor nesta noite", afirmou o maestro.
“É impressionante o que a nossa Jazz Band consegue fazer. Eu e a minha família estamos surpresos positivamente e muito felizes por participar desse momento histórico que conecta todas as gerações com as raízes musicais da nossa terra e ainda celebra Tom Jobim”, afirmou José Maria Rodrigues, 65 anos.
Assim, os espectadores presentes tiveram a chance de imaginar como seria se Tom Jobim tivesse nascido nas águas dos rios da Amazônia, no estado do Pará. Uma experiência verdadeiramente memorável e transformadora, que deixará uma marca duradoura na história da música brasileira.
A iniciativa, promovida pelo Governo do Pará através da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz e Academia Paraense de Música (APM).
Texto: Úrsula Pereira (Ascom Theatro da Paz)