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Museu da Santa Casa guarda história científica de Belém

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/01/2018 00h00

Mesmo redesenhada e esquadrinhada à exaustão ao longo de seus 402 anos, a cidade de Belém ainda consegue surpreender quem se dispõe a redescobri-la. O mesmo acontece com alguns espaços que guardam parte da história da cidade, como o Museu/ Arquivo Histórico da Santa Casa (MAHSC)

Fundado em junho de 1987, o museu tem o objetivo de preservar, pesquisar e divulgar o valioso patrimônio científico, histórico e cultural do Estado. O acervo inicial era de apenas sete coleções. Com a pesquisa na própria instituição e algumas doações, o acervo cresceu e hoje reúne 15 coleções: farmácia antiga, instrumental médico-hospitalar, sacra, esculturas, louças e utensílios, coleção documental, memória médica paraense, livros antigos de medicina e farmácia, fotografias, hemeroteca, cartões postais, mobiliário artístico, relógios, lápides e azulejos. As peças mais antigas são os móveis e chapeleira da provedoria (diretoria) da Santa Casa, datadas de 1902.

São mais de mil peças, entre as quais se destacam as coleções de dissertações e teses acadêmicas que registram os primeiros estudos da medicina paraense sobre as epidemias do início do século XIX, como tuberculose, febre amarela e varíola. Nessa época, a Santa Casa passou a administrar os dois cemitérios da cidade: Soledade e Santa Isabel, para facilitar os trâmites pós-morte da população vitimada por essas epidemias.

Além do Pará, apenas mais três estados possuem casas de misericórdia com museu: Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. “A história do museu se confunde com a nossa própria história, porque a casa de misericórdia foi criada 34 anos depois da fundação de Belém. Como servidora, me sinto honrada em fazer a guarda de todo esse material e proporcionar a experiência do conhecimento para as pessoas que frequentam o museu”, disse Tammy Bernal, coordenadora do museu e servidora da Santa Casa.

Frequentadora apaixonada - O museu da Santa Casa está aberto das 8 da manhã às 14 horas. O público do local é formado por estudantes e profissionais de medicina, que saciam a curiosidade, e muitas vezes aproveitam o museu como fonte de pesquisa.

Uma das frequentadoras do lugar é a psicóloga e professora universitária Ana Carolina Lins. Servidora da Santa Casa há três anos, ela descobriu o museu desde que passou a trabalhar no hospital, e se encantou com o local. “Faço questão de trazer meus pacientes aqui, para que eles conheçam a história de Belém e possam relaxar de um período longo de internação. Isso é fundamental para estimular a capacidade de enfrentamento O mesmo eu faço com meus alunos da universidade. Mas esse museu é um lugar incrível não só para quem é do ramo da medicina, deveria ser mais frequentado pelo público externo”, disse a psicóloga.                                                                        

A História da Santa Casa - Construído no dia 24 de fevereiro de 1650, com o nome de Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Pará, o hospital sempre foi referência no atendimento de pessoas carentes. O fundador é desconhecido. A princípio, a igreja e o albergue eram de taipa e pilão, e eram localizados na antiga rua Santo Antônio dos Capuchos, com o Largo da Misericórdia, hoje Praça Barão de Guajará, onde está o prédio  da loja Paris N’ América.

D. Afonso VI, rei de Portugal, conferiu em 12 de julho de 1667 à Irmandade da Misericórdia paraense o diploma concedendo as mesmas isenções, graças e privilégios os quais gozava a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia, de Lisboa.

Em janeiro de 1990, com apoio do Governo do Estado, a instituição passa ao regime jurídico de Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, sendo nomeado presidente Clodoaldo Beckman.

Em 2013, foi inaugurada a Unidade Materno Infantil “Dr. Almir Gabriel”, dotada de uma moderna estrutura.