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Em Belém, o Hospital Abelardo Santos atende mais de 20 etnias de povos indígenas

Unidade é habilitada pela Regulamentação do Incentivo para Atenção Especializada aos Povos Indígenas e já realizou 246 atendimentos

Por Ascom (Ascom)
19/04/2024 12h39

Em Belém, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, a maior unidade pública de saúde do governo do Estado, também é referência para a saúde indígena. O hospital é habilitado para a Regulamentação do Incentivo Para Atenção Especializada aos Povos Indígenas, e já realizou 246 atendimentos de populações de 21 etnias, sendo a Tembé, Assurini, Amanaye e Munduruku as que têm maior prevalências.

Além do acolhimento de urgência e emergência, a unidade também presta atendimento ambulatorial e cirúrgico, em especialidades, como urologia, pediatria, cirurgia vascular, ginecologia, neonatal, neurologia, neurocoluna e além da obstetrícia, na qual, por exemplo, há particularidades nos atendimentos.

"Quando a gestante indígena chega em nossa instituição para acolhimento e parto, se é respeitada a interculturalidade. Dando atenção a sua cultura em toda linha assistencial, já recebemos líderes espirituais da etnia warao ao qual foi realizado ritual, respeitando a crença, os valores e a particularidade dessa paciente",  observou Thalita Beltrão, coordenadora do centro obstétrico.

Incentivo Para Atenção Especializada

No Programa do Ministério da Saúde, que mantém 305 nações indígenas cadastradas, o HRAS se enquadra para atender a 11 itens que regem, sobretudo, a melhoria no acesso das populações indígenas aos serviços especializados.

A coordenadora do setor da Qualidade, Hellen Monteiro, destaca que os avanços estão sendo extremamente positivos e fortalecem o HRAS como referência a saúde indígena e modelo de gestão e assistência para outros centros.

“Os avanços são as implantações das ações voltadas à assistência à saúde indígena: corresponde a gestão dos processos, articulação de rede em saúde (hospital, regulação, CASAI) e melhorias da assistência com qualificação das equipes”, apontou Hellen Monteiro.

Peculiaridade

O Abelardo mantém como peculiaridade o alcance do atendimento em toda sua complexidade, desde o acolhimento aos pacientes indígenas, quanto aos seus familiares.

“Estamos a cada dia, capacitando nossos colaboradores para atender com respeito aos costumes e hábitos desta população. É fundamental a clareza nos diagnósticos e recomendações de saúde ao paciente indígena, a viabilização de intérpretes quando necessário e a qualificação regular dos profissionais da unidade”, observou a diretora geral do HRAS, Aline Oliveira.

Ensino e pesquisa – O acesso integral da população indígena aos serviços de saúde também é tema de pesquisa dos profissionais do HRAS. A equipe assistencial da unidade já apresentou trabalhos em Simpósios Internacionais de Enfermagem. Um dos artigos trata da sistematização do cuidado e das boas práticas no atendimento à população indígena.

O trabalho se justificou pela necessidade de conhecer o processo e as necessidades dessa população, sobretudo, na região Norte do Brasil, e que esta assistência deve ser pautada na análise transcultural, objetivando a identificação das diferenças de cultura e crenças.

“O projeto enfatiza os aspectos da legislação e das políticas que garantem os direitos das etnias, de forma que contribua para a redução do histórico das desigualdades e iniquidades vividas pelos indígenas no Brasil. Os trabalhos, além de pesquisas, também foram construídos a partir da nossa vivência com esta população no cotidiano dos atendimentos no hospital”, disse Renata Oliveira, diretora assistencial institucional.

Serviço:

O Hospital Regional Abelardo Santos pertence à rede pública do Governo do Estado, com administração do Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto da Ascom HRAS