Em Belém, o Hospital Abelardo Santos atende mais de 20 etnias de povos indígenas
Unidade é habilitada pela Regulamentação do Incentivo para Atenção Especializada aos Povos Indígenas e já realizou 246 atendimentos
Em Belém, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, a maior unidade pública de saúde do governo do Estado, também é referência para a saúde indígena. O hospital é habilitado para a Regulamentação do Incentivo Para Atenção Especializada aos Povos Indígenas, e já realizou 246 atendimentos de populações de 21 etnias, sendo a Tembé, Assurini, Amanaye e Munduruku as que têm maior prevalências.
Além do acolhimento de urgência e emergência, a unidade também presta atendimento ambulatorial e cirúrgico, em especialidades, como urologia, pediatria, cirurgia vascular, ginecologia, neonatal, neurologia, neurocoluna e além da obstetrícia, na qual, por exemplo, há particularidades nos atendimentos.
"Quando a gestante indígena chega em nossa instituição para acolhimento e parto, se é respeitada a interculturalidade. Dando atenção a sua cultura em toda linha assistencial, já recebemos líderes espirituais da etnia warao ao qual foi realizado ritual, respeitando a crença, os valores e a particularidade dessa paciente", observou Thalita Beltrão, coordenadora do centro obstétrico.
Incentivo Para Atenção Especializada
No Programa do Ministério da Saúde, que mantém 305 nações indígenas cadastradas, o HRAS se enquadra para atender a 11 itens que regem, sobretudo, a melhoria no acesso das populações indígenas aos serviços especializados.
A coordenadora do setor da Qualidade, Hellen Monteiro, destaca que os avanços estão sendo extremamente positivos e fortalecem o HRAS como referência a saúde indígena e modelo de gestão e assistência para outros centros.
“Os avanços são as implantações das ações voltadas à assistência à saúde indígena: corresponde a gestão dos processos, articulação de rede em saúde (hospital, regulação, CASAI) e melhorias da assistência com qualificação das equipes”, apontou Hellen Monteiro.
Peculiaridade
O Abelardo mantém como peculiaridade o alcance do atendimento em toda sua complexidade, desde o acolhimento aos pacientes indígenas, quanto aos seus familiares.
“Estamos a cada dia, capacitando nossos colaboradores para atender com respeito aos costumes e hábitos desta população. É fundamental a clareza nos diagnósticos e recomendações de saúde ao paciente indígena, a viabilização de intérpretes quando necessário e a qualificação regular dos profissionais da unidade”, observou a diretora geral do HRAS, Aline Oliveira.
Ensino e pesquisa – O acesso integral da população indígena aos serviços de saúde também é tema de pesquisa dos profissionais do HRAS. A equipe assistencial da unidade já apresentou trabalhos em Simpósios Internacionais de Enfermagem. Um dos artigos trata da sistematização do cuidado e das boas práticas no atendimento à população indígena.
O trabalho se justificou pela necessidade de conhecer o processo e as necessidades dessa população, sobretudo, na região Norte do Brasil, e que esta assistência deve ser pautada na análise transcultural, objetivando a identificação das diferenças de cultura e crenças.
“O projeto enfatiza os aspectos da legislação e das políticas que garantem os direitos das etnias, de forma que contribua para a redução do histórico das desigualdades e iniquidades vividas pelos indígenas no Brasil. Os trabalhos, além de pesquisas, também foram construídos a partir da nossa vivência com esta população no cotidiano dos atendimentos no hospital”, disse Renata Oliveira, diretora assistencial institucional.
Serviço:
O Hospital Regional Abelardo Santos pertence à rede pública do Governo do Estado, com administração do Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Texto da Ascom HRAS