Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
AGRICULTURA E PESCA

Emater trabalha com tecnologias para recuperar áreas degradadas em propriedades

Ação conta com o Laboratório de Solos da Empresa de Assistência e Extensão Rural do Pará (Emater) em Conceição do Araguaia, no sudeste paraense

Por Ascom (Ascom)
15/04/2024 08h38

O Laboratório de Solos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) em Conceição do Araguaia, no sudeste paraense, estrutura entregue, em janeiro deste ano, pelo governo do Estado, e a primeira  unidade pública de análises do segmento, deve entrar em funcionamento efetivo ainda este semestre. O processo de aquisição de insumos e definição de parcerias para subsídio dos serviços encontra-se em etapa conclusiva. 

“Nós estamos, cada vez mais, avançando para ofertar serviços, descentralizando atendimentos e garantindo que cada região do estado possa ter plenamente aquilo de que necessita para o seu desenvolvimento. (...) A Emater abre as portas do mais importante centro de estudos de tecnologia, de pesquisa para o fortalecimento das atividades produtivas desta região com análises de solo (...); tudo para estimular a produção leiteira e pesquisas diversas para não necessitar que o produtor tenha que contratar a iniciativa privada, gerando custo para a sua atividade”, destacou o governador Helder Barbalho na ocasião da inauguração, em 24 de janeiro. 

Também um novo Laboratório de Solos da Emater, dentro do Centro de Treinamento Agroecológico, Inovação Tecnológica e Pesquisa Aplicada do Nordeste Paraense (UDB), em Bragança, no nordeste paraense, segue se preparando para iniciar procedimentos, ainda sem prazo definido. 

O conjunto de ações faz parte da atuação contínua da Emater no contexto de proteção ambiental dos solos, conceito contemplado na comemoração desta segunda-feira, 15 de abril, Dia Nacional da Conservação do Solo. 

Além do acesso a tecnologias de ponta para situamento das condições ambientais e produtivas dos solos nos quais milhares de agricultores familiares vivem e desenvolvem trabalho com risco predatório, como pecuária extensiva, algumas das estratégias dos programas e projetos do Órgão para recuperação de áreas degradadas são gestão sustentável de pastagens, substituição da “técnica da queimada” por métodos alternativos e implantação de sistemas agroflorestais (safs).

Para o geógrafo Jamerson Viana, chefe do Núcleo de Geotecnologia, Diagnóstico e Rastreabilidade (NGDR/Labgeo) da Emater, essa, sendo o Órgão oficial de atendimento direto à agricultura familiar, desempenha um papel fundamental na região amazônica em relação à preservação dos solos: “Por meio de orientação técnica e apoio aos agricultores familiares, a Emater busca promover práticas de manejo sustentável do solo, as quais contribuem para recuperar áreas degradadas, prevenindo danos ambientais”, contextualiza. 

O especialista em Ciências Humanas e História da Amazônia e em Geoprocessamento e Georreferenciamento de Imóveis Rurais cita como exemplos a agrofloresta, os sistemas de rotação de culturas e a implementação de práticas conservacionistas: “As práticas conservacionistas visam a manter a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e, ao mesmo tempo, sustentar a produtividade agrícola de maneira coeficiente”, explica, reforçando que tais procedimentos participam da preservação dos recursos naturais, da segurança alimentar das comunidades e da mitigação das mudanças climáticas.

Resultados

Em São Félix do Xingu, na região do Araguaia, sob o apoio do escritório local da Emater há cerca de 15 anos, o produtor rural Osvaldo Wagner, de 53 anos, consegue supervisionar rotineiramente a saúde do solo dos 103 hectares do Sítio Santo Antônio, nos quais pastam 200 cabeças de gado de corte da raça nelore, ao lado de plantios de cacau. Os cuidados incluem correção com nutrientes, adubação química e pastejo rotacionado. 

“A Emater ajuda muito, sim. Primeiro pela troca de ideias, de conhecimento. Segundo pela atualização científica. Fora isso, é um incentivo pra gente manter e recompor áreas de floresta dentro da propriedade, a partir de frutíferas, entre outras espécies que são importantes pra natureza”, conta. 

Desde 2020, o atendimento da Emater tem se intensificado pelo contexto do macroprograma Territórios Sustentáveis (TS), pilar do plano Amazônia Agora, do Governo do Pará.  A parceria no município é com a Prefeitura e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com benefício de 300 agricultores familiares. 

Conforme registro da Emater, até 2023 já haviam sido recuperados em São Félix do Xingu pelo menos 249 hectares de áreas degradadas.

“São solos expostos, que sofrem de perda significativa de fertilidade, de acidez, de poluição. Quando intervimos, é com uma gama embasada de soluções: nós estudamos o solo, calculamos física e química, reprojetamos a lotação de pasto, controlamos as ervas-daninhas, reflorestamos com safs à base de cacau, açaí, banana. O produtor ganha o solo saudável de volta, com o acréscimo de geração complementar de renda e segurança alimentar, haja vista que pode vender polpa de frutas e consumir dentro de casa”, especifica o chefe do escritório local da Emater em São Félix do Xingu, o técnico em agropecuária Mário Silva. 

A média de implantação pela Emater, via TS, de safs com cacau em São Felix é de dois hectares por propriedade.                            

Texto de Aline Dantas de Miranda