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Histórias e ritos de passagem construídos em torno do Enem

Por Redação - Agência PA (SECOM)
05/11/2017 00h00

A seleção para um curso universitário sempre foi momento de grande expectativa, nervosismo e até de sofrimento para os candidatos e familiares. Mas, sobretudo, de esperança de se iniciar uma carreira de estudos universitários. Este domingo (5) não foi diferente para 345.593 candidatos que se inscreveram para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Pará.

Em todo o estado, estavam aptos à inscrição no Enem 110.410 alunos da rede estadual de ensino, mas somente 95.016 habilitaram-se aos testes. A prova foi aplicada em 74 municípios. Desde cedo, milhares de candidatos postavam-se à porta dos locais de provas. Em todo o Pará, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) disponibilizou ao Ministério da Educação 265 escolas para sediar o exame. Somente em Belém, o Enem foi aplicado em 63 unidades geridas pela Seduc.

Agradecimento que emociona

A preparação e a prova propriamente dita são uma experiência que, para muitos jovens é como um rito de passagem construído ao longo de meses de estudos, quando se desenham histórias, experiências, relacionamentos, e se estabelece uma relação de confiança entre educador e aluno. Foi o que aconteceu com Jhamerson João Costa e Silva, aluno e presidente do grêmio estudantil da escola Ulysses Guimarães, inscrito no Enem. Depois do último evento preparatório ao exame na escola, no dia 3 de novembro, ele resumiu em um áudio enviado à diretora Ângela Maria Araújo da Silva, o que representava o incentivo recebido nos meses que antecederam a prova: “Agradeço por todo apoio que a senhora me tem dado, pelos conselhos; pelo amor e carinho. E por me fazer esse aluno que hoje eu sou. Sei que vou conseguir o meu objetivo e agradeço a Deus por ter a senhora ao meu lado”.

Confiante do êxito no Enem, ele ressaltou: “Sei que vamos cantar o hino da vitória juntos. Assim como eu mereço, a senhora merece também. Sei quem esteve comigo todo esse tempo e na minha escola tive muito apoio dos meus professores. Obrigado, mesmo, por tudo que está cooperando para o meu futuro.” A diretora, Ângela, não escondeu a emoção pela manifestação do aluno, e diz que se sente extremamente agradecida e recompensada pela missão de ensinar.

Apoio e um rosário no caminho da prova

Três horas antes de se abrirem os portões da Escola Estadual Ulysses Guimarães, localizada à Avenida Governador José Malcher, no Bairro de Nazaré, em Belém, já havia candidatos aguardando o momento de entrar para fazer a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e mais a Redação.

Vitória Kelvia Santa Rosa Fiel, 19 anos foi a primeira a chegar, às nove horas. Ela concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Magalhães Barata. “Eu estudei uma faixa de 17 horas por dia e a minha meta é ingressar no curso de Licenciatura em Letras”, declarou.  Ela relatou que, ente outros recursos de aprendizagem, usou até vídeoaulas, inclusive as do Programa Pro Paz Enem.

A candidata Adriane da Silva Sodré, 18 anos, quer ingressar no curso de Biomedicina e também aguardou na longa fila de candidatos que se formou em frente à Escola Estadual Ulysses Guimarães. Adriane cursou o Ensino Médio na Escola Estadual Edgar Pinheiro Porto, no bairro da Condor, e teve uma companhia muito especial na fila, assim como nos estudos: a avó Maria dos Anjos Gomes da Silva, de 70 anos. Ambas chegaram ao local de prova às 9h30. “Vai, minha neta, buscar ser doutora!”, despediu-se dona Maria dos Anjos antes da neta entrar na escola para fazer a prova.

Igualmente emocionado, o editor de imagens Mauro José de Paula viu a filha Bruna Alves de Paula, 17 anos, seguir para a sala de prova. Com um rosário nas mãos, ele ajudava a jovem a quebrar a ansiedade daqueles momentos preliminares. Pai e filha chegaram à Escola Ulysses Guimarães cerca de duas horas antes dos portões se abrirem. Proveniente do Ensino Médio da Escola Estadual Alexandre Zacarias de Assunção, no bairro do Guamá, Bruna contou que gosta de ler e quer cursar Direito. “Eu estudei e eu estou bastante confiante. Mas claro que o apoio dos pais e da escola é muito importante”, destacou.

Na Escola Estadual Maestro Waldemar Henrique, no bairro do Benguí, 835 candidatos fizeram a prova. Entre eles estava, Fabiana dos Santos Gonçalves, 17 anos, com foco no curso de Psicologia. Ela estudou na Escola Estadual Poranga Jucá, no Distrito de Icoaraci. Acompanhada do pai, ela também procurou chegar cedo. “Estou confiante de obter uma boa nota. Na escola, tivemos professores focados no Enem e aulões aos sábados”, salientou.

Denilson Mateus Souza Pinto, 20 anos, também fez a prova na mesma escola, Ele contou que parou de estudar durante um ano e decidiu voltar, ano passado, no programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Escola Estadual Luiz Otávio Pereira. E neste ano se preparou para o Enem com o intuito de prestar o curso de Direito.

A diretora da Escola Waldemar Henrique, Carmem Moura, integrou uma equipe de 68 profissionais da unidade de ensino e de outras instituições. “Fizemos uma programação de limpeza geral, de revisão elétrica e hidráulica e de preparação das salas para a prova”, informou. 

Como o Pará não obedece ao horário brasileiro de verão (hora de Brasília), os portões dos locais de prova foram abertos às 11h e fechados às 12h. Às 12h30 teve início a prova e, a partir de então, a história de cada candidato cruzou com a realidade inescapável do teste de domínio do conhecimento acumulado ao longo de meses de estudos.  No próximo domingo (12), um novo capítulo será escrito e novas histórias serão concluídas.

Plantão de atendimento às escolas

Ao longo do dia, técnicos da Seduc mantiveram plantão de monitoramento das escolas sede do Enem 2017, sob a coordenação do secretário adjunto Roberto Campos (Logística Escolar) e do diretor de Obras, José Ângelo Miranda.

No bairro da Pedreira, o atendimento a 639 candidatos contou com a coordenação do pedagogo Aldo Gonçalves Dias e de professores da Escola Estadual Justo Chermont. Vinte salas de aula foram utilizadas para aplicação da primeira prova. Já na Ulysses Guimarães 63 pessoas atuaram no auxílio a 704 candidatos cadastrados para a prova.