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Especialistas da Poli Lago de Tucuruí evidenciam convivência com o autismo

Unidade conta com o Natea que atende pacientes de 2 a 18 anos de idade

Por Ascom (Ascom)
10/04/2024 10h04

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 1 em cada 160 crianças no planeta pode ter Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar de ser mais comum do que se imagina, o diagnóstico é um momento delicado para a família. Através do Governo do Estado do Pará, em Tucuruí, a Policlínica Lago, no sudeste paraense, dispõe de atendimento tanto aos pacientes, quanto aos seus pais e familiares, os ajudando a enfrentar momentos delicados e desafiadores.
 
No primeiro momento, é preciso reorganizar a rotina para suprir as necessidades e o bem-estar da criança e da família em geral. “Deve-se agir com tranquilidade. O diagnóstico não é o fim, mas o início de uma nova caminhada. Deve-se focar nas potencialidades e habilidades que devem ser desenvolvidas”, disse o psicólogo do Natea, Pedro Souza.
 
Para compreender as particularidades do autismo e se impor em situações do cotidiano de desrespeito e desvalorização, o profissional ainda acrescenta. “A importância de busca por adequação dos espaços no cotidiano melhora a produtividade e a capacidade do autista para lidar com as situações. Tarefas simples, como pegar um ônibus ou organizar atividades do cotidiano. O comportamento é a parte mais observada no ser humano em sociedade”, frisa.
 
Diagnóstico

Ele explica que os atendimentos com a equipe multiprofissional do Natea, são direcionados a pacientes já diagnosticados que já se encontram elegíveis a passar pelas avaliações necessárias para elaboração do seu plano terapêutico específico. “A criança quando chega no Natea já vem com diagnóstico, pois a etapa diagnóstica é de atribuição da atenção primária - que pode contar com suporte da atenção especializada - mas de regra se inicia na Unidade Básica de Saúde (UBS), onde após diagnóstico, é encaminhado via regulação e depois direcionado ao atendimento especializado. Não trabalhamos com avaliação para definir diagnóstico, mas para elaboração de plano terapêutico de intervenção”, disse.
 
Ao ser inserido na unidade, o paciente é avaliado e aplicado ao tratamento através das técnicas: Fatea, VB-MAPP e Socially Savvy. A primeira, é uma avaliação preliminar do transtorno do espectro autista. “È um instrumental de anamnese realizado com os pais no início do processo de avaliação de entrada no Natea”, a coordenadora do Natea Katya Barros . 
 
Já o VB-MAPP - Verbal Behavior – Milestones Assessment and Placement Program- é uma avaliação de marco do comportamento verbal e Programa de Nivelamento que compreende 170 marcos de desenvolvimento subdivididos em três níveis, que vão de zero a 48 meses de idade.
 
“É utilizado como protocolo de avaliação de entrada no Natea para a elaboração do plano terapêutico de atendimento, através de uma avaliação sistematizada para crianças autistas ou com atrasos similares e se tornou um instrumento de uso frequente entre aqueles que planejam e implementam atendimentos nessa área”, disse Katya. 
 
A terceira aplicação é o Socially Savvy, que nada mais é que um protocolo voltado para o processo de avaliação e intervenção em Habilidades Sociais às pessoas com TEA com demandas mais simples e verbais, voltadas especialmente para a dificuldade de socialização. “Utilizamos com crianças acima de 6 anos para elaboração de plano terapêutico de atendimento”, destacou a coordenadora que também é  psicóloga e neuropsicóloga.
 
Acolhimento e Cuidado
 
O Natea Tucuruí também mantém terapia aos pais e familiares através do PROAC – Programa de Acolhimento do Cuidador. “São ministradas palestras; rodas de conversas sobre TEA e trabalho de emoções”, disse Pedro.

No Proac são trabalhados uma metodologia que possibilita o engajamento, a corresponsabilização e a participação ativa no processo de cuidado por meio de capacitação, orientação técnica e melhorias. 
  
O que é o NATEA?

É um serviço especializado semi-intensivo, que prevê atendimento aos usuários com diagnóstico definitivo ou ainda em investigação de transtorno do espectro autista (TEA) a partir dos 2 anos de idade, que conste no laudo médico o CID F.84 ou CID 6A02, que estejam clinicamente estáveis e possuam retaguarda social e/ou familiar.

"A porta de entrada do Natea Tucuruí se dá através da especialidade identificada no Sistema Estadual de Regulação como “Pediatra - Natea” na qual o usuário passará pela avaliação médica necessária para reunir as informações da etapa diagnostica e posteriormente procederá encaminhamento à equipe multiprofissional do Natea para o circuito de avaliação, elaboração do Plano Terapêutico Singular do paciente e organização do circuito de intervenção.” ressaltou Camylla Rocha, diretora técnica do Natea Tucuruí.

ATENDIMENTO
 
 Para acesso ao atendimento pela primeira vez, os municípios da área de abrangência do complexo regulador estadual regional devem realizar a solicitação via sistema de regulação ambulatorial, direcionada a especialidade identificada como Pediatria – Natea, que é a especialidade definida como porta de entrada do serviço e atende exclusivamente a demanda do público do Natea e coordena o fluxo de encaminhamentos internos de acordo com as necessidades específicas de cada usuário. 

O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda a sexta-feira, das 07 às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).