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CIIR realiza a 1ª Feira Braille e destaca a inclusão das pessoas cegas 

O evento chama atenção para a conscientização da sociedade por meio de mais informações, tendo como destaque as diversas possibilidades de inclusão e acolhimento para as pessoas cegas

Por Pallmer Barros (CIIR)
08/04/2024 14h24

Para celebrar o "Dia Nacional do Sistema Braille", anualmente lembrado no dia 8 de abril, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), realizou hoje, em Belém, a 1ª Feira Braille com objetivo de oportunizar vivências e trocas de experiências entre profissionais da instituição e a comunidade assistida a fim de chamar a atenção para a conscientização da sociedade por meio de mais informações, tendo como destaque as diversas possibilidades de inclusão e acolhimento para as pessoas cegas. 

"A data lembra o aniversário de José Alves de Azevedo, o primeiro professor de Braille no Brasil, que trouxe o Sistema Braille para ensinar nas instituições. Montamos uma programação para divulgar o Sistema, que é tão importante no processo de alfabetização da pessoa cega", pontuou Denise Morais, supervisora do Arte e Cultura, setor que organizou o evento em parceria com o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH).

A programação contou com exposição de recursos de escrita Braille; apresentação musical com reabilitando do Centro; vivência de pessoas com deficiência visual; arte para pessoa cega ver; e roda de conversa que abordou o tema: "Atendimento à pessoa com deficiência".

"A exposição dos recursos de escrita, por exemplo, fez com que os visitantes da Feira pudessem conhecer e experimentar estes recursos. Explicamos como funcionam e a forma de utilizá-los; tiramos dúvidas e curiosidades. E falando das curiosidades do Sistema Braille, as pessoas experimentaram os recursos de forma vendadas, simulando a sensação que a pessoa cega tem, sem o sentido da visão, e depende exclusivamente do tato para ter comunicação, mobilidade e acesso à escrita".

Participando juntos do evento, Janes Lima, de 35 anos, e o filho, Samuel Lima, de 4 anos, conheceram o "mundo em Braille" aprendendo na prática ao destacar a importância do evento. 

Juntos, Janes Lima e o filho, Samuel, conheceram o “mundo Braille” "A Feira é uma iniciativa excelente do CIIR para a inclusão e divulgação do Braille. Hoje, as pessoas ao meu redor não são cegas, mas quem sabe um dia eu tenha alguém na minha família? Ou precise me comunicar com um portador de deficiência visual? É importante, sim, conhecer e aprender, assim como é importante para o meu filho as datas que relembram o autismo".

Com o diagnóstico de cegueira e autismo, o reabilitando Lucas Santos, 22 anos, realiza acompanhamento há cerca de dois anos no CIIR e, atualmente, é cantor. Foi na Oficina de Música, conduzida pelo setor de Arte e Cultura, que o rapaz desenvolveu a socialização. No evento desta segunda-feira, o usuário realizou uma apresentação musical. 

"Com os tratamentos, ele realmente voltou à sua vida social. Começou a ter mais autonomia sendo inserido no esporte adaptado e na terapia de Orientação e Mobilidade, que é para ter mais independência no dia a dia. A feira serviu para o Lucas desenvolver a socialização e mostrar a sua capacidade de cantar. Hoje, no evento, ele fez a sua apresentação e ficou bastante empolgado com a oportunidade", pontua a mãe, Socorro Miranda, de 55 anos. 

Biblioteca Inclusiva - Com 65m² recheada de histórias dentro de um acervo com 200 livros em Braille contando literaturas infantis e fantasias, além de revistas em quadrinhos, os usuários do Centro de Reabilitação em meio aos atendimentos têm o suporte da Biblioteca Inclusiva que, segundo a bibliotecária do CIIR, Denise Morais, o espaço foi criado para ofertar acesso à informação e mais independência à pessoa cega, por meio da leitura. 

"Assim como quem enxerga, realiza uma leitura e viaja na história que está lendo criando imaginações de um personagem, roteirizando uma cena, a pessoa cega também pode sentir isso por meio de livros em Braille".  

A profissional é uma das facilitadoras na Biblioteca e destaca que o local também é uma inserção da pessoa cega na cultura. "O ato de ler é uma inclusão social que insere qualquer ser humano a conhecer costumes, países e etnias. A partir da informação, a pessoa pode se movimentar na sociedade".

Estrutura - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às pessoas com Deficiência (PCDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SRE).

Serviço: O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.