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JUVENTUDE E CLIMA

Seduc reforça importância da Educação Ambiental nas escolas em oficina do Unicef

O evento, realizado durante três dias em Belém, mostrou o protagonismo do Pará ao garantir ensino sobre meio ambiente desde o ensino básico

Por Governo do Pará (SECOM)
05/04/2024 15h04

O secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares, participou da Oficina "Juventudes Amazônicas e Ação Climática", promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e que reuniu jovens lideranças do Pará e Amazonas no Teatro Gasômetro, em Belém, na quinta-feira (4). Durante a participação, o titular da Seduc destacou a importância da alfabetização na idade certa, da Educação Ambiental para os estudantes desde o ensino básico e do componente curricular Projeto de Vida como fatores essenciais para gerar debates sobre o meio ambiente e vida sustentável.

"Aqui, a gente está discutindo lideranças amazônicas, mas ao mesmo tempo estamos discutindo que ninguém pode ficar fora da escola. Se vamos falar de liderança na Amazônia, temos que garantir que toda criança esteja na escola, esteja sendo alfabetizada. Fora da escola, não pode! E essa energia toda dando certo é importante para que cheguemos a isso. A gente está discutindo que a educação tem que estar centralizada no 'Projeto de Vida', e o projeto de vida parte de 'quem sou eu?’. É necessário que exista a construção de projeto para as nossas vidas, para saber quem eu sou. E isso envolve onde estou, o que está ao meu redor, que eu estou entendendo que é muito o que vocês fizeram nessa discussão", ressaltou o secretário.Secretário Rossieli Soares mostrou os avanços já obtidos pelo Pará no evento do Unicef

Rossieli Soares acrescentou que "hoje, especialmente, a gente fala muito da educação ambiental. Mas uma pesquisa apontou que a maioria das pessoas que moram na Amazônia não se enxerga como amazônida. Não tem como falar e desenvolver liderança se a criança não está tendo a oportunidade de aprender a ler, se ela não permanece na escola. Quantos outros jovens poderiam e deveriam estar aqui ou em outros espaços, mas foram perdendo oportunidades?".

Alfabetização - O secretário falou ainda sobre os avanços na alfabetização de crianças na idade certa, por meio do Programa Alfabetiza Pará. "Só para terem uma ideia, divulgamos o resultado de Fluência Leitora na semana passada. No ano passado, aos 8 anos de idade, nós tínhamos 78% das crianças no nível de pré-alfabetização, ou seja, não alfabetizadas aos 8 anos. Esse é um desafio que mostra que a gente já está perdendo desde cedo, porque esta criança vai ter menos acesso se ela não sabe ler e não sabe escrever. Ela não saberá, por exemplo, ter uma vida mais saudável. Mas hoje a gente já reduziu esse número para cerca de 53%. Ainda temos muito o que fazer, mas essa já é a maior concretização de mudança na história do Pará. Estamos avançando", enfatizou Rossieli Soares.

Durante três dias, a oficina do Unicef promoveu debates sobre a participação dos jovens nas discussões climáticas e ações na Amazônia, por meio de diálogos, dinâmicas e palestras.

Integrante do movimento Mulheres das Ilhas de Belém (MIB), Sofia do Rosário, que foi estudante da Escola Bosque, no distrito de Outeiro (pertencente à capital), participou dos três dias de oficina e enfatizou a importância da Educação Ambiental como componente curricular obrigatório nas escolas paraenses. "A Educação Ambiental é uma base muito importante, principalmente nos assuntos que eu debato, que são as justiças climáticas. E nesses três dias de evento sinto que houve essas duas bases muito importantes, interligadas também com a questão pessoal dos nossos valores. Afinal, para que você tenha justiça climática, você tem que ter a base da Educação Ambiental. Eu sinto que são assuntos interligados. Ter educação ambiental nas escolas é muito importante, até porque você tendo uma base dessa questão ambiental consegue tratar de assuntos diversos, porque vai ter um conhecimento maior sobre políticas públicas envolvendo os assuntos ambientais, questões climáticas", destacou a moradora da Ilha de Cotijuba, na área insular de Belém.

Conscientização nas escolas - O Pará é o primeiro estado do Brasil a garantir, em todas as etapas do ensino, um componente curricular obrigatório de Educação Ambiental nas escolas estaduais para fomentar o pensamento e a prática sustentável de forma contínua. A Seduc ofereceu, já no primeiro bimestre de 2024, o componente de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima para toda a educação básica, de forma obrigatória nas escolas estaduais e, por adesão, nas municipais.

Segundo o coordenador de Educação Ambiental da Seduc, Mauro Tavares, é extremamente importante debater o tema. "É importante trazer esse debate para junto da juventude, e não somente para ela, mas com ela. A crise climática e as questões ambientais fazem parte dos nossos territórios, e é muito importante a gente envolver os jovens nesse processo. As discussões trazidas pela Educação Ambiental certamente vão promover toda essa sensibilização ambiental a partir das problemáticas que eles, de repente, visualizam no seu cotidiano, em uma comunidade ribeirinha, quilombola, indígena, nos centros urbanos, nas periferias urbanas. Por isso, é importante que essa discussão, que nasce dentro do componente de Educação Ambiental, consiga refletir em ações que vão interferir também, logicamente de maneira positiva, no auxílio, na promoção de uma educação climática", afirmou.

Avaliação - Lançado em janeiro de 2023 pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o Programa “Alfabetiza Pará”, realizado em regime de colaboração, auxilia os 144 municípios no desenvolvimento dos estudantes durante o período de alfabetização. O Programa já avaliou a fluência leitora e escrita em municípios que já aderiram à iniciativa, e distribui continuamente material didático para as redes municipais que aderiram ao programa estadual.

No ano passado, foram distribuídos 829 mil materiais didáticos para estudantes e docentes do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental I, sendo 788 mil materiais para alunos e 41 mil para professores. 

Texto: Fernanda Cavalcante - Ascom/Seduc