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Fundação Santa Casa garante atendimento integral a pacientes com gravidez molar

Ginecologista Marília Gabriela Luz explica que a gravidez molar ocorre quando há o crescimento de um óvulo fertilizado anômalo

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
05/04/2024 12h47

“Eu fiquei bastante preocupada, porque eu não entendia do que se tratava. Eu não tinha conhecimento, eu nunca tinha ouvido falar sobre a doença. Então, quando cheguei aqui, que toda aquela equipe me explicou exatamente o que era e falou que tinha um tratamento, aí eu fiquei mais tranquilizada, mas no começo eu fiquei muito assustada”.

O depoimento de Maria Leiriane, de 28 anos, revela como ela se sentiu ao receber o diagnóstico de que havia perdido o bebê que esperava por ter desenvolvido uma gravidez molar. A mola hidatiforme é uma doença trofoblástica que acontece quando há a multiplicação exagerada dos trofoblastos, as células que vão dar origem à placenta.

A ginecologista Marília Gabriela Luz, médica que integra a equipe que acompanha as pacientes na Santa Casa, explica como se dá a doença. “Mola é uma gravidez que não deu certo".

"Na hora de formar o bebê no momento da fecundação, no encontro do espermatozóide com o óvulo, há um defeito e por conta desse defeito na fecundação, em vez de formar uma gravidez normal, forma-se a doença trofoblástica gestacional", explica a médica da Fundação Santa, Gabriela Luz.

Ela complementa que, "essa doença tem vários tipos, tem as formas que evoluem de forma benigna e as formas que evoluem de maneira maligna. Por isso, após o diagnóstico e o esvaziamento uterino, a paciente precisa do acompanhamento ambulatorial”.

Atualmente, 280 pacientes se encontram em acompanhamento no ambulatório de mola da Santa Casa que, desde 2006, já realizou mais de 2000 atendimentos a pacientes acometidas pela doença. O serviço de referência conta com uma equipe multiprofissional, com enfermeiros, assistentes sociais e médicos, que presta assistência e esclarecimentos às mulheres quando são encaminhadas ao ambulatório por outros municípios ou mesmo quando recebem o diagnóstico ao serem atendidas no setor de urgência e emergência da Santa Casa.

“A paciente chega ou por demanda espontânea ou encaminhada de alguma instituição, vai para urgência, emergência obstétrica, tem o seu útero esvaziado e segue para internação na enfermaria onde recebe os cuidados de pós-operatório e vai de alta já com a consulta marcada no ambulatório de mola e a receita do anticoncepcional.”

Já no ambulatório da Santa Casa, as pacientes são acompanhadas com atenção multiprofissional e com vigilância frequente, o que inclui consultas, orientações e exames para que possam ser identificados pacientes nas quais a doença esteja evoluindo para forma maligna, quando há necessidade de intervenção.

“Nesse controle o principal marcador da doença é o exame de sangue que avalia um hormônio chamado beta hcg. Se ele estiver diminuindo significa que a paciente está evoluindo para uma cura espontânea caso contrário, se ele estacionar em algum valor ou começar a aumentar, indica que a paciente está evoluindo para a forma mais agressiva da doença e que precisa de uma intervenção com quimioterapia, quando então a Santa Casa já encaminha a paciente para o Ofir Loyola, onde são avaliadas por especialistas como oncoginecologista e clínico oncologista e iniciam o tratamento quimioterápico”, explica Marília Gabriela Luz.

Sintomas e complicações:

Nem sempre é fácil identificar imediatamente uma gravidez molar, mas os sintomas podem incluir sangramentos vaginais nos três primeiros meses de gestação, enjoos e vômitos aumentados, e idade gestacional menor que a esperada (identificada por meio de ultrassonografia), além de outros sintomas que podem ser observados pela paciente e identificados pelo médico durante o pré-natal. Por isso, a importância da paciente iniciar o pré-natal o mais cedo possível para identificar a alteração precocemente e evitar as complicações decorrentes da doença.

A ginecologista Marília Garbriela Luz explica que mesmo após o esvaziamento uterino, algumas complicações podem ocorrer. Nesses casos as pacientes devem procurar imediatamente a Santa Casa, que tem portas abertas para esse tipo de assistência.

“Existem algumas complicações que podem surgir com a doença. A paciente pode apresentar infecção, quando vai sentir febre, dores. Pode evoluir com uma perfuração uterina espontânea, por conta da doença, quando vai sentir dor abdominal muito intensa e nesses casos ela pode apresentar também sangramento vaginal intenso. Então são esses os três sinais de alerta depois do esvaziamento: Febre dor abdominal intensa ou sangramento vaginal intenso. Eles indicam complicações e a paciente necessita de atendimento de urgência nesses casos”, alerta a médica.

Depois do susto inicial da perda do bebê e do diagnóstico da doença, a paciente Maria Leiriane está bem e já faz planos para engravidar depois de todo o tratamento. Para ela, o bom atendimento que recebeu foi essencial tanto para a saúde física quanto psicológica.

“Graças a Deus o atendimento é muito bom e me ajudou até me dar uma tranquilidade, uma paz, porque eu conheci coisas do meu corpo que eu não conhecia ainda pois o atendimento é muito bom, eles explicam bem, todo mês é um exame, todo tratamento direitinho. Então, tem aquela tranquilidade que está tudo bem com a gente e aquela confiança até da gente se preparar para uma nova gravidez”, afirma otimista a paciente.