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Feira comercializa o chocolate artesanal paraense, produto top da bioeconomia

Público teve acesso a uma grande variedade e diversidade de produtos feitos a partir da matéria-prima do cacau, cujo cultivo o Pará lidera em âmbito nacional, superando a Bahia

Por Ascom (Ascom)
28/03/2024 11h50

As delícias do chocolate artesanal do Pará foram servidas na feira promovida nesta quarta-feira (27) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), em sua sede em Belém. A grande variedade de produtos ofertada mostra que a diversidade da produção local de bombons e ovos de chocolate é um prato cheio nesta época de Páscoa.

Realizada pela Coordenadoria de Treinamento, Desenvolvimento e Sustentabilidade (CTDS) da Semas, a feira de chocolate reuniu sete vendedores e um público de cerca de 100 pessoas. "Eu estou muito feliz com essa oportunidade de poder vir aqui na Semas para divulgar meu trabalho", afirmou Bruna do Mato Andrade, que trabalha com biscoitos amanteigados e decorados. "Isso me ajuda a mostrar mais a minha produção, a expandir novos lugares, novos alcances. E eu fico muito feliz com essa oportunidade, além de poder ter uma nova renda, uma renda a mais pra mim e pra minha família", completa a vendedora, que também é servidora pública.

Adriana Almeida, servidora da Semas, destaca a valorização da produção artesanal de cacau. "Aqui é uma oportunidade para a gente expor nosso trabalho, com muita variedade de chocolates. É uma iniciativa muito boa essa feirinha, que valoriza a nós, servidores, e também ao pessoal de fora, os artesãos".

Verticalização - A verticalização do cacau, que pode gerar subprodutos de alto valor agregado, como o chocolate, é um dos atrativos para os produtores locais. O Pará lidera a produção nacional de cacau, segundo dados do IBGE.

De acordo os índices do Valor Bruto das Produção Agropecuária (VBP), calculado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto de Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), o cacau paraense movimentou R$ 2.187.526.817 em 2023, o que corresponde a mais de 58% da produção nacional. O estado da Bahia, segundo colocado no ranking, teve safra de R$ 1.701.203.218 no ano passado.

Desta forma, o cacau se firma como pilar da bioeconomia do Pará, que tem potencial para atingir até US$ 120 bilhões anuais com a exportação de produtos florestais.

A aposta na bioeconomia visa não apenas a aumentar a geração de renda no estado, mas também promover um modelo econômico sustentável, alinhado com a preservação ambiental.

"A iniciativa da Semas em trazer os empreendedores para expor seus produtos é um momento muito interessante pra gente, que não tem tempo de sair e fazer nossas compras, principalmente para as crianças e os chocolates. Então, essa iniciativa é muito importante, eu acho que vem agregar tanto à nossa comunidade quanto para nós, servidores como um todo", comenta David João, funcionário da diretoria de Tecnologia da Informação (DTI).

Transamazônica

Municípios como Medicilândia e Uruará, na Transamazônica, são os principais produtores de cacau no estado. O investimento em apoio aos pequenos produtores e a comunidades tradicionais é fundamental para impulsionar a renda e promover a restauração florestal de forma produtiva, destaca Ágila Rodrigues, servidora da diretoria de Bioeconomia da Semas.

"Eu só tenho a parabenizar a iniciativa desse trabalho que está sendo realizado aqui hoje, e também de outros que a gente já teve a oportunidade de acompanhar aqui na Semas. A iniciativa é muito boa, principalmente no sentido de fomentar o empreendedorismo, tanto de servidores quanto de outros pequenos empreendedores que vêm aqui comercializar os seus produtos", afirma Ágila Rodrigues.

"A feira de hoje está muito dinâmica, muito criativa, sortida, repleta de gostosuras, pra gente pensar a nossa Páscoa com muito carinho e presentear os nossos entes queridos e também nossos amigos aqui do setor", completa a servidora.

Desenvolvimento sustentável  - De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’ de Almeida, a produção de cacau fortalece  o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Ele destaca a importância da bioeconomia para gerar renda sustentável, valorizando a floresta viva. "Nesse sentido, o desenvolvimento de culturas como a do cacau é fundamental para conciliar crescimento socioeconômico com preservação ambiental", afirma Mauro O’de Almeida.

Por suas características ambientais e econômicas, o cacau tem importância estratégica: além de rentável, é um plantio sustentável que protege os solos contra a degradação, promovendo uma simbiose benéfica entre a plantação e a floresta. No Pará, sistemas agroflorestais (SAFs) integram a produção de cacau com a conservação ambiental, por ser um cultivo que preserva o solo, alastrando o sombreamento e fortalecendo o bioma de floresta úmida. Além disso, cerca de 70% do cultivo do cacau no Pará é realizado em áreas anteriormente degradadas.

Outro destaque é o investimento na produção de chocolates finos artesanais, que agrega valor à matéria-prima e estimula a verticalização da produção, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores com produtos de alta qualidade.

São ações alinhadas com o plano de bioeconomia do estado, que busca um desenvolvimento econômico sustentável e a geração de empregos verdes. Dessa forma, o Pará está construindo um modelo de produção de cacau que é economicamente viável e ecologicamente responsável.

"A bioeconomia transforma e gera empregos sustentáveis e renda, e possui potencial para se desenvolver ainda mais. Na gestão ambiental, aplicamos a sabedoria ancestral que afirma ser mais valiosa a floresta viva. Com essa visão, torna-se essencial fomentar o cultivo de plantações sustentáveis, como é o caso do cacau", comenta o titular da Semas.

Texto de Antonio Darwich / Ascom Semas