Empresários apresentam ao governador projeto de indústria de etanol de milho no sudeste paraense
O governador Helder Barbalho falou sobre a a importância para o desenvolvimento sustentável do Pará de um projeto de indústria de etanol de milho, que deverá ser instalado no município de Redenção, sudeste paraense. A iniciativa, que foi apresentada por representantes de grupos empresariais do setor, é fruto de uma parceria entre o Grupo Mafra e o Grupo CMAA, que formam a Grão Pará Bioenergia e anunciaram um investimento de mais de R$ 2 bilhões até 2029 na construção de uma refinaria de biocombustíveis.
"São muito importantes essas iniciativas no estado do Pará, como a da viabilização do biocombustível fruto do milho. Isso é fundamental para nós, como tivemos há 15 dias o início da operação de energia a gás, além da biomassa, já que poderão proporcionar nova matriz energética para o nosso estado", afirma o governador.
O projeto prevê a geração de 600 diretos e 3 mil empregos indiretos, além de fomentar a produção agrícola e florestal na região. A indústria irá utilizar o milho e outros grãos como matéria-prima básica para a produção de etanol, que é considerado uma fonte de energia renovável e menos poluente do que os combustíveis fósseis. A previsão é de que a industrialização seja iniciada em 18 meses, aproveitando a segunda safra de 2025 do milho.
"São essas as agendas que estarão a nos desafiar, a agenda da floresta, a agenda da produção energética. São agendas diversas em que cada um pode apresentar as suas soluções", completa Helder Barbalho.
Um grupo formado por Carlos Mafra, Carlos Mafra Júnior (Grupo Mafra), José Francisco de Fátima Santos, Carlos Eduardo Turchetto Santos (CMAA), Flávio Inoue, futuro presidente executivo Grão Pará Bioenergia, tem se reunido com o governador e com setores do governo, como secretários de estado, Geovane Queiroz (Sedap), Paulo Bengtson (Sedeme), além do deputado estadual Gabriel Salomão.
O investimento de 2 bilhões de reais na construção da refinaria poderá movimentar a economia local, gerando renda e oportunidades de negócios para os mais diversos setores envolvidos, como a construção civil, o transporte, o comércio, os serviços, entre outros. A indústria também tem potencial de aumentar a arrecadação de impostos para o estado.
Os empresários também ressaltaram as vantagens competitivas do Pará com a implantação da indústria de etanol de milho. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol (ranking liderado pelos Estados Unidos). Na safra 2022/23, o volume produzido atingiu 31,2 bilhões de litros.
"Acreditamos muito no potencial da agricultura sustentável no estado do Pará. O Pará se tornará uma grande fronteira de produção agrícola e pecuária sustentável do Brasil. Entendemos que a oferta de milho, que é a principal matéria prima de nossa indústria, vai ser cada vez mais abundante na região. Também acreditamos que o consumo local de toda a região Norte, de etanol, será muito beneficiado com nossa indústria local. Como faremos tudo isso de forma sustentável e balanceada, este desenvolvimento será positivo para o Estado e atrativo para todos os mercados", afirma Carlos Mafra Júnior.
O projeto gerará mais de 3 mil empregos indiretos e 600 diretos, tanto na fase de construção da refinaria, quanto na fase de operação da indústria. Os empregos serão qualificados e bem remunerados, exigindo mão de obra especializada e capacitada. O projeto estimulará a formação profissional e a educação técnica na região, além de oferecer oportunidades de carreira e crescimento pessoal para os trabalhadores.
Energia renovável - O etanol de milho é uma fonte de energia renovável que não depende de recursos finitos. O etanol de milho pode substituir parte da demanda de gasolina e contribuir para a redução da dependência externa de combustíveis fósseis. Além disso, o etanol de milho pode ser utilizado em motores flex, que são comuns no Brasil, e em veículos elétricos híbridos, que são uma tendência mundial.
"A pauta de sustentabilidade, que é uma pauta relevante do governo do Estado atual, converge totalmente com a estratégia de investimentos do grupo Mafra e do grupo CMAA. Isso agrega altíssimo valor na produção em áreas já antropizadas, através de transformação das áreas de pastagens degradadas em agricultura. Intensificando a produção pecuária e agrícola, com zero necessidade de abertura de novas áreas e preservando as reservas de florestas nativas", afirma Carlos Mafra Júnior. "Outra vantagem é que o etanol de milho poderá ser mais barato de se produzir localmente, e será feito aqui mesmo, pertinho do consumidor final. Esses fatores certamente irão se refletir no preço para o consumidor final, que poderá economizar na hora de abastecer o seu veículo, com um combustível melhor, sustentável, verde e do próprio Estado”, completa o empresário.
O projeto deverá fomentar a produção agrícola regional, principalmente o milho, que é a principal matéria-prima para a produção do etanol. A indústria irá demandar mais de 1,5 milhão de toneladas de milho por ano, o que incentivará os agricultores a aumentarem a área plantada e a produtividade. A soja também será beneficiada, pois é uma cultura que se alterna bem com o milho, aproveitando a mesma área e os mesmos insumos. A soja poderá ser utilizada para a produção de biodiesel, outro biocombustível que pode ser produzido na refinaria.
O cultivo de floresta de eucalipto será promovido pelo projeto, que fornecerá a biomassa necessária para a geração de vapor e energia elétrica na refinaria. A biomassa é uma fonte de energia renovável e limpa, que aproveita os resíduos da madeira e reduz o consumo de combustíveis fósseis. O cultivo de eucalipto também traz benefícios ambientais, como a recuperação de áreas degradadas, a proteção do solo, a conservação da água, sequestro de carbono, etc.
O projeto também oferecerá um serviço de engorda de bovinos para pecuaristas parceiros, que poderão utilizar a estrutura da refinaria para confinar os seus animais. O sistema de engorda de bovino, conhecido como boitel, consiste em alimentar os animais com uma dieta balanceada e rica em proteína, que aumenta o seu peso e a sua qualidade. O principal insumo para o confinamento de bovinos é o DDG, que é um produto da produção de etanol de milho - DDGs (dry distillers grains), grãos secos de destilaria.