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SAÚDE PÚBLICA

Pacientes com Síndrome de Down recebem tratamento cardiológico no Hospital de Clínicas

Entre as alterações genéticas causadas pela síndrome, as mais comuns afetam as válvulas cardíacas

Por Governo do Pará (SECOM)
21/03/2024 18h37

Celebrado nesta quinta-feira, 21 de março, o Dia Internacional da Síndrome de Down é oficialmente reconhecido pela Organização das Nações Unidas desde 2012. A síndrome resulta da triplicação (trissomia) do 21º cromossomo. Referência em cardiologia, o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, oferece tratamento para pacientes com a condição genética, que afeta diretamente a saúde do coração, principalmente as válvulas cardíacas.

A cardiologista pediátrica Josélia Mansour informa que a associação entre a síndrome e a cardiopatia é estabelecida na literatura médica, e quase metade dos bebês que nascem com Síndrome de Down tem alguma malformação cardíaca. A estimativa é que aproximadamente 300 mil pessoas tenham a síndrome no Brasil.Paula Assunção e Isis, que recebe todo o apoio multiprofissional no Hospital de Clínicas

“Toda síndrome genética aumenta o risco de cardiopatia, por isso essa alta incidência”, frisou a médica. Os sintomas mais comuns de cardiopatia são cansaço, dificuldade em ganhar peso e maior predisposição à infecção respiratória. “O sinal mais importante é o sopro cardíaco”, destaca a especialista.

Identificação - A bebê Isis, oito meses, tem Síndrome de Down. Paciente do HC há dois meses, ela vem recebendo apoio multiprofissional. Após passar por três cirurgias, Isis aguarda alta.

A mãe da menina, Paula Assunção, 36 anos, moradora do município de Abaetetuba (na Região de Integração Tocantins), conta que durante o pré-natal não foi possível identificar a condição genética. “Quando ela nasceu eu não sabia que tinha cardiopatia. Nem sabia que ela tinha Síndrome de Down. Eu fiz todo o pré-natal, todos os exames que eram necessários para descobrir tudo isso, mas não apareceu nada”, acrescenta Paula.

O diagnóstico precoce é importante para que a família se prepare para receber a criança, que precisará de cuidados especiais, mas a confirmação só é possível após o nascimento. “Os exames morfológicos podem suspeitar da presença de síndrome genética durante a fase fetal, mas a confirmação diagnóstica ocorrerá após o nascimento, através do exame de sangue, cariótipo”, explica Josélia Mansour.O estímulo é necessário para que a criança com síndrome possa ampliar o autocuidado e a autonomia

Trabalho multiprofissional - Além de tratamento cardiológico, o HC oferece atendimento multiprofissional aos pacientes. A equipe da Clínica Pediátrica preparou uma programação alusiva ao Dia Mundial da Síndrome de Down na brinquedoteca do Hospital, a fim de orientar os pais sobre as percepções, capacidades e potencialidades das pessoas com Síndrome de Down. A programação incluiu um momento para os pais relatarem suas experiências, brincadeiras e jogos.

“Os pais, muitas vezes, estão em processo adaptativo da descoberta da condição genética, da cardiopatia, de um desenvolvimento humano atípico. A ação se torna importante na medida em que abrimos um espaço de fala”, ressalta a terapeuta ocupacional Karla Aytta.

Segundo ela, a pessoa com Síndrome de Down precisa de atenção em diversas áreas do desenvolvimento, por isso o trabalho multiprofissional é importante para a evolução desse paciente. “Tem que ser desenvolvido um plano terapêutico singular, pautado na estimulação e no favorecimento de um ambiente rico em estímulos motores, sensoriais, perceptuais e cognitivos, que favoreçam também a aquisição de habilidades, visando ampliar o autocuidado e, futuramente, a autonomia”, reitera a terapeuta ocupacional.

O Hospital de Clínicas Gaspar Vianna é referência no atendimento em cardiologia para adultos e crianças no Estado do Pará.

Texto: Kelly Barros - Ascom/HC