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Seap e Sespa promovem primeiro curso de auxiliar de saúde bucal para pessoas privadas de liberdade

Por Caroline Rocha (SEAP)
20/03/2024 13h08

Uma parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (ETSUS), deu início no último sábado (16), ao I Curso de Qualificação em Auxiliar de Saúde Bucal para pessoas privadas de liberdade. Nesta primeira formação serão capacitados 10 custodiados de unidades prisionais distintas que possuem consultórios odontológicos.

A proposta do projeto, que visa trabalhar a educação ofertada nos presídios paraenses como ressocialização dos internos, foi de Nancy Novoa, dentista da Seap, que juntamente com os colegas Rodolfo Araújo e Augusto Reis, elaboraram um projeto para capacitar as pessoas privadas de liberdade para atuar como auxiliares.

“Quando eu tive oportunidade de me aprofundar no estudo da saúde pública, tive a consciência que também é dever do profissional de saúde buscar soluções para os desafios. Então vi que nós poderíamos profissionalizar essas pessoas que estão no cárcere para trabalhar no consultório odontológico dentro de todas as normativas éticas, de biossegurança e as normativas do Conselho Federal de Odontologia”, diz Nancy.

O auxiliar em saúde bucal é o profissional responsável por desenvolver procedimentos imprescindíveis para o atendimento do cirurgião-dentista. Ele é o profissional integrante das equipes de saúde do Sistema Único de Saúde, compondo inclusive todos os tipos de equipes relativas à saúde prisional.

Capacitação e reinserção – A escolha por um curso de auxiliar de saúde bucal se deu principalmente por conta da carga horária menor, quando comparada ao curso técnico de saúde bucal, se enquadrar melhor nas rotinas penitenciárias e o nível de escolaridade exigido.

As aulas são presenciais e acontecem no Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, na Unidade Básica de Saúde, aos sábados. O curso será realizado de março à outubro de 2024, em dois turnos, manhã e tarde. A carga horária será de 240 horas de aulas teóricas e práticas, 60 horas de estágio supervisionado, totalizando 300 horas de curso. Somente ao final, os internos estarão aptos para trabalhar nos consultórios junto aos dentistas.

Para as pessoas privadas de liberdade, o Brasil possui uma legislação robusta, quanto ao estudo e trabalho no ambiente prisional. Neste sentido, é amplamente conhecido o papel ressocializador da educação ofertada nos presídios brasileiros. Além de oferecer estudo, o curso habilitará uma importante mão de obra para os consultórios que funcionam em unidades prisionais, estando ainda de acordo com as diretrizes e objetivos da Política Nacional de Trabalho, no Âmbito do Sistema Prisional.

Isabella Santos, dentista da Unidade de Custódia e Reinserção (UCR) Santa Izabel V, será uma das responsáveis durante o estágio supervisionado, para ela a presença do auxiliar vai deixar os atendimentos mais dinâmicos. 

“O curso, além de promover a reinserção dessas pessoas privadas de liberdade, também vai trazer mudanças e melhorias no dia a dia dos atendimentos odontológicos porque o dentista terá a colaboração de um auxiliar em saúde bucal para ajudar, após a regularização desse profissional, e isso vai deixar as consultas mais eficientes”, assegura Isabella.

Nova profissão – Beilton Corrêa, foi escolhido entre mais de 850 internos da Unidade de Custódia e Reinserção (UCR) de Santa Izabel V, para participar do curso de auxiliar bucal. Para ele essa experiência de aprimorar os conhecimentos é uma grande satisfação. 

“Sou muito grato primeiramente a Deus, e à direção da unidade penitenciária que me concedeu essa confiança. A minha gratidão é imensa, não tenho palavras para expressar o quão grande é a minha alegria. Essa é uma oportunidade que está abrindo as portas, não só para trabalhar dentro da unidade, mas também para que eu saia daqui com uma profissão para exercê-la lá fora. Sem dúvida alguma, será um privilégio poder trabalhar nesta unidade, poder auxiliar a doutora quando concluir o curso, sair daqui de cabeça erguida e dar continuidade à minha vida social”, diz Beilton.

Texto: Yasmin Cavalcante – NCS/Seap