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ESTUDOS AMBIENTAIS

Fapespa mapeia com precisão fatores do bem-estar social e ambiental nos municípios

Fundação tem publicado estudos que contribuem para diagnósticos norteadores de políticas públicas e tomadas de decisão na região

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
19/03/2024 11h21

Para entender mais sobre a sustentabilidade no Pará, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), através da Diretoria de Pesquisas e Estudos Ambientais (DIPEA) e da Coordenadoria de Estudos Territoriais (CET), publica estudos de sustentabilidade para avaliação dos munícipios paraenses.

As pesquisas destacam a conexão essencial entre sociedade, meio ambiente e economia visando orientar ações rumo ao desenvolvimento mais sustentável. Entre esses estudos, no município de Belém, destacam-se a saúde e a educação com índices promissores.

O município de Belém pertence à Região de Integração do Guajará, composta pelos municípios: Belém, Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará, totalizando área de 1.819,24 km². É a menor Região de Integração em extensão territorial e a maior em número populacional. São 1.978,620 habitantes, ou seja, cerca de 25% da população paraense que totaliza 8.121.025. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do ano de 2022.

O estudo da Fapespa aponta, por exemplo, a melhora nos indicadores de educação e de bem-estar ambiental em Belém. De acordo com o último PIB da Fapespa, o município possuía um PIB de R$ 33,467 bilhões, em 2021, o que representa 12,7% do PIB estadual. Sendo o setor de Serviços o de maior predominância, seguido pela Indústria e a Agropecuária, através da atividade de pesca e aquicultura.

"Compreendemos a importância fundamental deste estudo para o desenvolvimento sustentável do Pará. Através dele, conseguimos mapear com precisão as nuances do bem-estar humano e do ecossistema em cada município, fornecendo um diagnóstico que serve como base para políticas públicas, tomadores de decisão e fonte de informação tanto social quanto acadêmica. Este estudo não só destaca as áreas que necessitam de intervenção imediata, mas também celebra os avanços, guiando o Estado em direção a um equilíbrio entre crescimento econômico, justiça social e conservação ambiental”, avalia Maiara Cordeiro, coordenadora de Estudos Territoriais da Fapespa.

Destaques - Entre os principais destaques na dimensão de bem-estar humano, aparecem o incremento apresentado na taxa de médicos, que alcançou 10,93% e a redução em 161,72% na taxa de homicídios, entre 2020 e 2023, saindo dos níveis “Potencialmente Sustentável” (2020) para “Sustentável” (2023) e “Insustentável” (2020) para “Intermediário” (2023).

Já a Educação, apresentou melhoria nos resultados do IDEB, em relação às séries finais, subindo de “Potencialmente Insustentável” (2020) para “Intermediário” (2023), além da taxa de Abandono Escolar do Ensino Fundamental ter uma queda de 1,15%, em relação ao período à série histórica apresentada, mostrando melhora no desempenho do munícipio.

Em relação aos temas do Bem Estar do Ecossistema, as temáticas de Terra e Ar se destacam, ao apresentarem variação positiva de 119,13% no indicador do CAR e 4,17% no número de focos de calor, apresentando níveis de sustentabilidade “Potencialmente Sustentável” e “Sustentável”, respectivamente.

O mapeamento da sustentabilidade nos municípios paraenses revela a importância de considerar as características únicas de cada um, mesmo dentro da mesma região econômica. Assim, os resultados do Barômetro de Sustentabilidade de 2023 de Belém revelam os impactos das políticas públicas de desenvolvimento sustentável no Pará. 

Barômetro da Sustentabilidade - A sustentabilidade é essencial para garantir o equilíbrio entre as necessidades atuais e a preservação do meio ambiente para as gerações futuras, sendo imprescindível a adoção de práticas sustentáveis, como por exemplo, o uso racional dos recursos naturais para diminuir o impacto causado pelas ações antrópicas.

Assim, como um método de análise do quão sustentável é um lugar ou atividade, nasce o Barômetro da Sustentabilidade, uma forma de medição criada pelo pesquisador Prescott-Allen em 2001, que usa dois grandes temas para fazer essa avaliação: como as pessoas estão vivendo (chamado Bem-Estar Humano) e como o meio ambiente está (chamado Bem-Estar do Ecossistema). Dentro desses temas, ele olha para nove áreas diferentes, como saúde, riqueza, educação, igualdade, condições da terra, do ar e da água, e como usamos os recursos naturais. Essas áreas são divididas em 26 partes menores, chamadas indicadores, para dar uma olhada detalhada em cada aspecto da sustentabilidade. 

Dessa forma, a Fapespa lança mão desta metodologia para avaliação dos munícipios paraenses. Este relatório, uma iniciativa pioneira desde 2015, destaca a conexão essencial entre sociedade, meio ambiente e economia para orientar ações rumo a um desenvolvimento mais sustentável.

Assim, o Barômetro da Série Histórica de Belém indica uma melhoria contínua no bem-estar do ecossistema da região. A tendência é de crescimento, com os números mais recentes apontando para um ambiente cada vez mais saudável. Isso reflete um avanço importante e um sinal positivo para o futuro da área.

A coordenadora explica que basicamente a metodologia ajudaa entender melhor como as ações humanas afetam as pessoas e o planeta e o que pode ser feito para viver de maneira mais equilibrada com a natureza. Os resultados são apresentados em formato de relatórios, por municípios, levando em consideração a delimitação das Regiões de Integração do Estado do Pará. “Trata-se de uma ferramenta vital para planejar nosso futuro, assegurando que o desenvolvimento do Pará seja inclusivo, resiliente e sustentável para as gerações atuais e futuras.", avalia Maiara Cordeiro.