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BIOECONOMIA

Comitiva do Reino Unido conhece unidades produtoras sustentáveis apoiadas pelo Governo do Pará

Cooperativa de processamento de frutas em Abaetetuba e empresa de cosméticos em Benevides são exemplos da nova economia fomentada no Estado

Por Igor Nascimento (SEMAS)
15/03/2024 16h22

O secretário-geral para o Desenvolvimento no Departamento de Relações Exteriores do Reino Unido, Nick Dyer, e a vice-embaixadora Melanie Hopkins, concluíram nesta quinta-feira (14) uma visita ao Pará, onde conheceram iniciativas de valorização da floresta viva apoiadas pelo governo do Estado. A comitiva foi recebida pela equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que conduziu visitas a empreendimentos localizados nos municípios de Abaetetuba, no nordeste do Estado, e Benevides, na Região Metropolitana de Belém. Nick Dyer na visita aos empreendimentos que recebem apoio do governo do Estado

Em Abaetetuba, a equipe visitou a Cofruta (Cooperativa de Fruticultores), que trabalha com polpas de frutas, como acerola, cajá e açaí, além de outras em menor escala, e com sementes secas e fermentadas de cupuaçu. A Cofruta, por meio de seus 131 sócios, promove regularmente o replantio de frutíferas e a recuperação de áreas degradadas onde o extrativismo é praticado.

A Cooperativa, que tem certificação ecológica do açaí produzido, emitida pelo Instituto de Mercado Ecológico (IMO), da Suíça, atestando que o fruto é manejado sem causar danos ao meio ambiente, é também apoiada pelo Governo do Pará, por meio do Plano Estadual de Bioeconomia, que incentiva negócios e iniciativas que ajudam a promover a transição econômica para um modelo baseado em baixas emissões de carbono.

Trabalhador coleta sementes e preserva as árvores: transição para uma economia sustentávelFloresta em pé -“A gente organiza os nossos cooperados para fazer a coleta das frutas que serão usadas para a produção dos cosméticos. Com o tempo, eu aprendi que a floresta em pé vale mais do que derrubar uma árvore. Quando a gente começou a comercializar as sementes, trabalhava só com açaí, e eu fui começando a coletar outras sementes, andiroba, murumuru, e alguns frutos também. A gente começou a perceber que vale mais a pena vender as sementes do que vender a árvore. Isso é mais vantajoso não só pela questão econômica, mas pela questão ambiental também. Nós temos que preservar, porque se não fizermos isso hoje, a gente vai sentir cada vez mais a mudança de clima”, frisou Ivanildo Quaresma, presidente da Cofruta. 

A Cooperativa administra uma unidade industrial de processamento de frutas com capacidade instalada de 800 quilos por dia, e atualmente fornece sementes a uma empresa de cosméticos instalada em Benevides, que produz óleos e sabonetes comercializados no Brasil e em outros países. A empresa também foi visitada pela comitiva.

“Estivemos na Cofruta, que produz frutas e envia para uma grande empresa de cosméticos para fazer produtos como sabonetes. Esse é realmente o futuro; a preservação da nossa biodiversidade. Ficamos felizes em conhecer uma iniciativa que envolve as comunidades, as famílias, e agrega valor à floresta local, fazendo dinheiro com isso”, ressaltou o secretário-geral Nick Dyer.

“Esse projeto maravilhoso mostra a importância das cooperativas e da sustentabilidade, além das oportunidades econômicas que isso gera. O Reino Unido tem orgulho de ser o terceiro maior doador de fundos internacionais climáticos aqui no Brasil”, complementou Melanie Hopkins. 

Incentivo e transformação - Camilla Miranda, responsável pela agenda de Bioeconomia, Projetos Estratégicos e Bioeconomia da Semas, destacou a atuação da cooperativa alinhada aos objetivos do PlanBio. “A Cofruta é um exemplo de negócio que está em consonância com os objetivos do Estado estabelecidos no Plano de Bioeconomia. Atualmente, eles fornecem para uma grande empresa de cosméticos, e o objetivo é que possam, com incentivo e aceleração, ampliar ainda mais o seu leque de clientes, contribuindo dessa forma com o nosso propósito maior, de elevar o Pará, a partir de 2036, a zerar as emissões de carbono”, informou.

“É muito satisfatório pra gente, porque entregamos produtos que são transformados em manteigas e óleos, que são os nossos produtos finais. Isso é muito importante porque agrega valor, gera qualidade de vida. Todos esses produtos que a gente trabalha aqui, antes a gente não dava valor; nem conhecíamos. O tucumã era uma praga. Antigamente era queimado para plantar mandioca, e hoje o que era praga virou fonte de renda para os produtores e cooperados”, explicou Ãngela Brito, cooperada da Cofruta.