Projeto do Centro Integrado de Inovação do Cacau é apresentado na Sedap
A produção cacaueira do Pará vai ganhar um importante aliado para o seu crescimento sustentável no Estado. O projeto do Centro Integrado de Inovação do Cacau foi apresentado nesta terça-feira (30), na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), com o objetivo de buscar parcerias para sua execução.
O projeto foi idealizado pelos pesquisadores Jesus Souza e Hervé Rogez, do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), atendendo solicitação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Secdet). A proposta é juntar todo o conhecimento existente sobre a cultura do cacau no Estado, a fim de melhorar a cultura e consolidar a produção cacaueira como segmento econômico capaz de atrair investidores ao Pará.
O Centro Integrado de Inovação do Cacau vai funcionar no município de Altamira, polo da principal região produtora de cacau no Estado - o sudoeste -, responsável por 70% das 120 mil toneladas de cacau produzidas em 2017. O parque científico e tecnológico do centro ficará em Belém, no campus da UFPA. O custo de implantação do projeto é de R$ 4,5 milhões repassados em três anos pelo Fundo de Apoio à Cacauicultura do Pará (Funcacau) e a proposta é tornar o centro, uma instituição independente no futuro.
O projeto abrange uma rede integrada de parceiros, que inclui as universidades federais do Pará, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), que possui um importante banco de germoplasma de cacau, entre outras instituições federais e estaduais. A capacitação abrange estratégias de comercialização voltada à criação da identidade geográfica do cacau amazônico. O Centro de Inovação também prevê a criação do Museu do Cacau, que vai contar a história do fruto e aproximar a população regional do centro.
O trabalho prevê inicialmente, o cadastro de produtores para organizar a cadeia produtiva e formar um banco de dados por meio do mapeamento por GPS das áreas cultivadas. As pesquisas sobre técnicas adequadas de melhoramento genético vão permitir o fornecimento de sementes de qualidade e alta produtividade, agregando valor para a exportação e atendendo as exigências do mercado exterior. As fases de processamento vão otimizar técnicas que vão desde a colheita, fermentação, secagem e torração, além de estudos dos aromas e compostos produzidos para aplicação industrial. “O Pará tem tudo para se tornar um produtor de chocolate com sabor e aroma únicos no mundo”, disse o pesquisador Hervé Rogez.
O secretário em exercício da Sedap, Afif Jawabri, gostou do projeto e afirmou que, em linhas gerais, ele atende às expectativas do governo, mas é preciso dar um passo de cada vez, priorizando ações para iniciar a execução. “Não queremos continuar como produtores de matéria prima, queremos atrair investidores para montar indústrias de chocolate no Estado. Para isso, precisamos primeiro agregar as informações, difundi-las no campo e avançar até chegar ao centro de inovação, que é a vanguarda”, explicou o secretário. Quanto aos recursos, “é preciso adequar o repasse de acordo com a arrecadação do Funcacau”, finalizou.