Mulheres em tratamento no Hospital de Santarém compartilham histórias de coragem

Ralieny Pereira, 54 anos, e Jocinete Silva, 39 anos, são exemplos de resiliência e determinação. Em meio às suas histórias de luta e superação, elas emergem como fontes de inspiração e de força, especialmente neste Dia Internacional da Mulher. Ambas enfrentaram bravamente o tratamento contra o câncer no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, enquanto ajudavam outras pacientes oncológicas por meio do Grupo Mulheres Vitoriosas.

“A história dessas duas mulheres ilustra a importância da união, solidariedade e esperança no enfrentamento das adversidades, servindo como exemplos de que é possível transformar desafios em oportunidades de crescimento e empoderamento feminino”, afirma o diretor-geral do HRBA, Gean Francisco Cercal. 

Superação 

Há cinco anos, Ralieny recebeu uma notícia que mudaria sua vida. Diagnosticada com carcinoma invasivo na mama, ela recorda sobre o começo do tratamento e o apoio inabalável de seu filho, na época com 8 anos de idade. O tratamento foi árduo, mas ela encontrou apoio na equipe médica da unidade.

Os momentos a caminho do hospital foram marcados por lágrimas e reflexões. "Eu chorei, chorei, chorei, chorei", lembra, descrevendo a intensidade das emoções vividas durante esse período desafiador. Ao chegar em casa, o confronto com a realidade trouxe consigo uma determinação renovada: "Eu vou ter que começar de novo”, compartilha.

Ralieny conta que o apoio e a orientação dos médicos oncologistas do HRBA, Kalista Borges e Rui Alho, trouxeram um senso de tranquilidade e esperança para ela. "Aí eu me senti mais tranquila e a gente começou de fato a quimioterapia, cirurgia e radioterapia", revela, destacando a importância do suporte médico e da confiança no processo de tratamento.

O antes e o depois da doença são marcados por uma profunda reconexão consigo mesma e um aumento significativo no amor-próprio. "Porque eu me achava uma mulher bonita antes. Mas agora eu me chamo muito mais", disse.

Empoderamento

Para Jocinete, a batalha contra o câncer de mama começou em 2021, quando foi diagnosticada com um subtipo agressivo da doença. Sua história é uma celebração da força feminina e da capacidade de encontrar beleza e leveza mesmo nos momentos mais difíceis.

“Fiz 16 quimioterapia, depois da cirurgia que foi um quadrante, não houve necessidade de fazer a mastectomia, e em seguida 15 sessões de radioterapia", contou. 

A aceitação e o entendimento do diagnóstico foram os pontos mais difíceis para Jocinete. "Foi muito difícil cair realmente a ficha, entender que eu estava com câncer, entender que não era uma sentença de morte, que ainda existia muita vida", lembrou. 

Ela conta ainda que foi nesse período que buscou inspiração para resgatar a sua autoestima e a redescobrir a sua feminilidade. "Eu comecei a dançar mais, comecei a gostar até de maquiagem, de batom, de tudo, devido ao câncer", enfatiza.

União 

A história de Jocinete e de Ralieny se entrelaçam com o grupo Mulheres Vitoriosas, que atua como apoio às pacientes oncológicas do Hospital Regional de Santarém. As duas fazem parte da coordenação juntamente com Adriana Freira, Benilza Miranda e Bel Azevedo.

Fundado em 2017, o grupo se tornou um refúgio de apoio mútuo e compreensão, em encontros dentro da sala de radioterapia da unidade. Com o passar do tempo, o Grupo expandiu suas atividades, tornando-se também um espaço de organização, ação, troca de informações e a defesa de melhores condições no tratamento da doença.

“Consideramos a parceria com elas de extrema importância. Neste dia especial, aproveitamos para desejar muito mais saúde e que estaremos sempre à disposição enquanto direção deste hospital que é referência no tratamento do câncer e tratamento humanizado”, garante o diretor-geral do HRBA.

Jocinete conta que encontrou na dança uma maneira de trazer leveza e alegria aos dias difíceis, compartilhando suas performances com o grupo Mulheres Vitoriosas e inspirando outras mulheres a enfrentarem suas lutas com um sorriso no rosto.

Já Ralieny, teve no Grupo Mulheres Vitoriosas não apenas um refúgio, mas uma família de apoio e compreensão mútua.

"Rede de apoio que eu não abro mão, cinco mulheres que já passamos pelo tratamento, estamos em acompanhamento e monitoramento. E amamos ajudar as outras mulheres a enfrentarem o tratamento e conhecerem seus direitos”, finaliza.

Homenagem 

Neste Dia Internacional da Mulher, Ralieny e Jocinete deixam uma mensagem de empoderamento e cuidado: "Mulher, se cuide. Cuida da tua saúde. Não espere uma doença para você entender o que é um câncer", diz Ralieny. Jô acrescenta: "A força das mulheres está na união e no apoio mútuo. Juntas, somos imparáveis".

Texto da Ascom HRBA