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Astrociência quer ampliar participação feminina na área da pesquisa

A ideia do projeto é combater a sub-representação feminina no campo, sobretudo na área de Exatas

Por Carol Menezes (SECOM)
08/03/2024 10h00

Uma inciativa do Centro de Ciências e Planetário do Estado do Pará, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), o projeto “Astrociência: meninas na Ciência no Pará” estimula a participação das alunas na área da pesquisa científica. A ideia do projeto é combater a sub-representação feminina no campo, sobretudo na área de Exatas.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), embora tenham tantas conquistas notáveis realizadas por mulheres, apenas um quarto dos pesquisadores no mundo é mulher. No Brasil, as mulheres representam 40% das pesquisadoras doutoras que atuam nas cinco áreas do conhecimento - linguística, letras e artes; engenharias; ciências sociais aplicadas; ciências exatas e da terra; e ciências da saúde, segundo o Open Box da Ciência. 

Concebido como um projeto de extensão no ano passado, o "Astrociência" é de autoria do Coletivo Feminino Taina-kan, que é voltado para alunas dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio da Região Metropolitana de Belém (RMB), de escolas públicas e particulares, ligado ao Planetário. A iniciativa tem o objetivo de demonstrar que é possível realizar uma divulgação científica de qualidade e gratuita, mesmo em condições adversas e com baixo orçamento, e ainda conseguir trazer os desafios em popularizar e encorajar o acesso de meninas de diferentes condições, sociais e econômicas nas diversas áreas das ciências, dentre elas Biologia, Física, Matemática e Química e Astronomia. Foram disponibilizadas 35 vagas para escolas públicas e privadas, mediante inscrição prévia via edital. As atividades do "Astrociência" envolvem palestras com pesquisadoras de diversas áreas da Ciência, oficinas e atividades prático-experimentais; e ainda projeto de pesquisa dentro dos eixos temáticos propostos, que são meio ambiente, saúde, arte e cultura, e tecnologias.

Bianca Venturieri é uma das professoras responsáveis pelo projeto e fala sobre a importância da iniciativa. "É necessário porque ainda existem dificuldades na escolha da profissão, geralmente enviesada culturalmente por papéis atribuídos às mulheres. Pesquisas apontam que uma das causas apontadas para a baixa procura de cursos relativos à Ciência & Tecnologia por mulheres é a ausência de modelos a seguir. As meninas não se enxergam seguindo estas carreiras porque não conhecem outras pessoas que tenham escolhido este caminho", justifica. 

Ainda segundo a professora, aproximadamente 25 meninas do Ensino Médio participaram das atividades do projeto, que tem previsão de duração de dois anos. "Conseguimos, em 2023, o envolvimento das meninas participantes dos projetos em ações nas suas escolas ligadas a Ciência e também na escolha das futuras profissões. Uma das estudantes inclusive passou em Química no Instituto Federal do Pará (IFPA) e disse que foi influenciada pelo projeto. Em 2024 pretendemos ampliar, fazendo uma seleção incluindo o Ensino Fundamental a partir do nono ano. O edital para 2024 deve sair agora em março e será divulgado nas redes sociais do Planetário do Pará e da Uepa", adianta.

Agatha Santos, de 14 anos, é uma das alunas do projeto "Astrociência". Estudante do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Pedro Amazonas Pedroso, e afirma que sua participação foi uma experiência muito incrível e transformadora. "A imensidão do cosmos e a complexidade dos fenômenos astrofísicos me desafiaram e me inspiraram a expandir meus horizontes, tanto intelectualmente quanto espiritualmente. A colaboração com as professoras e a sensação de fazer parte de algo muito maior que eu, trouxeram um senso de realização e pertencimento que eu levarei para sempre comigo. Participar do projeto reafirmou muito a minha paixão pela astrociência e deixou uma marca indelével em minha jornada pessoal e profissional", garante.