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Campanha alerta população para diagnóstico precoce da hanseníase

Por Redação - Agência PA (SECOM)
31/01/2018 00h00

Identificar, tratar e curar! Esse é o lema da Campanha Nacional de Combate a Hanseníase, lançada nesta quarta-feira (31), no auditório do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará (Igeprev), na capital paraense. O evento, que tem por objetivo alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde favorecendo o diagnóstico precoce, contou com a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, do governador do Pará, Simão Jatene, e de vários representantes de entidades do setor de saúde do Brasil.

Nesta campanha, o público prioritário são homens que estejam na faixa etária entre 20 e 49 anos, parcela da população com maior número de casos diagnosticados. Além deles, os idosos também terão atenção especial por também serem considerados um grupo de risco por alta detecção de novos casos com grau 2 de incapacidades físicas causadas pela doença.

Vale lembrar que o diagnóstico e o tratamento da hanseníase são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem qualquer custo para a população, e disponível nas unidades públicas de saúde.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Vitor Mateus, essa foi a primeira vez que um ministro da Saúde vem a Belém para lançar uma campanha nacional. “Ele pediu que apresentássemos um plano de enfrentamento da doença com todas as informações das ações que estamos fazendo no Estado. Aqui, já iniciamos essa campanha forte desde o início do ano. Temos várias ações, entre elas, levar ao conhecimento da população o que é a doença, fazer mais exames na população, principalmente nos grupos de risco, e capacitar os agentes de saúde para realizar de forma correta os exames, assim, temos garantia que a doença diminua verticalmente no Estado”, detalhou.

Ainda segundo o titular da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o abandono ao tratamento é um problema grave no Estado e precisa ser diminuído. “Vamos aumentar a conscientização das pessoas. Se o tratamento for paralisado, não só aumenta o risco de contaminação de outras pessoas, mas também o risco do paciente piorar. Pretendemos criar um prontuário único, para caso a pessoa precise mudar de cidade, ela possa continuar o tratamento onde for”, explicou.

O ministro da Saúde enfatizou a responsabilidade de todos os Estados no combate à doença. “Gestores, população e profissionais da saúde precisam se unir para apoiar quem precisa do tratamento. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento, por isso os portadores da doença devem buscar os serviços de saúde assim que notarem sinais ou sintomas da doença”, reforçou Ricardo Barros. 

Desafios - Durante o evento, o governador Simão Jatene ressaltou a importância do combate à pobreza e desigualdade para diminuir a incidência dessa e de outras doenças no País. “Existem algumas doenças que tem uma ligação muito grande com essa questão da desigualdade e o sucesso no seu enfrentamento necessariamente exige o compartilhamento das três esferas de governo e do governo com a sociedade”, afirmou.

O chefe do executivo estadual também falou sobre os desafios superados pelo governo que, mesmo em tempos de crise, conseguiu ampliar os investimentos na área da saúde. Entre os exemplos destacados está a ampliação do atendimento de média a alta complexidade na capital e interior do Estado.

“Iniciamos a nossa gestão com apenas três hospitais de média e alta complexidade, todos na capital. Hoje, nós estamos com 14 espalhados por várias regiões do Estado e vamos ter 20 até o final do ano, o que mostra que com uma gestão responsável é possível fazer. Agora, claro, isso exige um esforço brutal de todos e é um investimento que precisa cada vez mais da compreensão coletiva não só dos agentes públicos, mas de toda a sociedade para que você possa avançar”, complementou Simão Jatene.

Números – Na última década, o Brasil apresentou uma redução de 37,1% no número de casos novos da doença, passando de 40,1 mil diagnosticados, em 2007, para 25,2 mil em 2016, o que corresponde a redução em 42,3% a taxa de detecção da hanseníase.

Em 2016, 2.885 municípios diagnosticaram casos novos de hanseníase no Brasil. Desses, 591 municípios foram em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente. O país registrou 25.218 casos novos da doença, com taxa de detecção de 12,23 por 100.000 habitantes, considerado de alta endemicidade. Do total de casos novos registrados, 1.696 (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos e 7.257 (28,8%) iniciaram tratamento com alguma incapacidade física.

Quanto à distribuição por sexo e faixa etária, em 2016, do total de casos novos registrados no Brasil, 13.686 (54,2%) foram na população masculina. Desses, 6.233 (45,5%) foram diagnosticados na faixa etária de 20 a 49 anos de idade e 3.422 (25%), na faixa etária de 60 anos ou mais. Em 2017, dados preliminares apontam 24.209 casos novos diagnosticados no país.

Sobre a doença - A hanseníase é uma doença crônica, transmissível e de notificação compulsória. Possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae, vírus capaz de infectar grande número de indivíduos. Tem predileção pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas.

Visita – Antes da cerimônia de lançamento da campanha, o governador Simão Jatene e o ministro Ricardo Barros, acompanhados dos gestores públicos da saúde e parlamentares, visitaram o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo. Em atividade desde outubro de 2015, a unidade é referência no tratamento e diagnóstico do câncer infanto-juvenil no Norte e Nordeste.

O ministro conheceu a rotina dos profissionais que atuam diretamente no tratamento das crianças e adolescentes, assim como a tecnologia disponibilizada no hospital para combater os mais diversos tipos de câncer, estrutura elogiada pelo representante ministerial. Entre os espaços para tratamento visitados está a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o setor de internação e ala de quimioterapia.

Com 89 leitos, sendo dez de UTI, o Oncológico Infantil é habilitado pelo Ministério da Saúde como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Em 2017, o hospital realizou 274.280 atendimentos, número 13,32% superior a 2016, quando foram registrados 242.031.

* Com a colaboração de Lidiane Sousa