No Dia da Obesidade, Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação destaca prevenção
Obesidade é uma condição clínica que considera o acúmulo de gordura no corpo, provocado pelo consumo excessivo de alimentos e o sedentarismo
A partir de exames, a equipe de nutrição realiza uma abordagem para entender como é o dia a dia do usuário e montar o planoPara fomentar a importância de bem-estar ao corpo, nesta segunda-feira (4), quando é enfatizado o Dia Mundial da Obesidade, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, esclarece diariamente, durante as consultas ofertadas a usuários e acompanhantes, por intermédio de sua equipe multiprofissional, os riscos do acúmulo de gordura corporal que pode gerar doenças.
A Obesidade é uma condição clínica crônica que considera o acúmulo de gordura no corpo, que pode ser causado por consumo excessivo de alimentos com grande quantidade calórica em meio ao sedentarismo que, inclui ainda, a questão de ambiente e fatores genéticos.
De acordo com a endocrinologista do CIIR, Letícia Barros, a obesidade é um problema de saúde que vem se agravando ao longo dos anos se comparar o passado com o atual. “Por isso, esta data simboliza para conscientizar ainda mais as pessoas que a Obesidade é considerada uma doença, como qualquer outra que nós devemos realizar acompanhamento com especialistas para prevenção e tratamento”.
A médica pontua que existem diferentes tipos de Obesidade, sendo classificadas em grau I; grau II; e a de grau III. Outros tipos de Obesidade incluem a primária que acontece quando a causa é o consumo excessivo de calorias, e a secundária, por conta de alguma doença ou condição médica.
“Os tipos de Obesidade também se referem à forma de como o acúmulo de gordura se localiza dentro do corpo do indivíduo. Na Obesidade Homogênea, a pessoa apresenta uma certa proporção entre a quantidade de gordura nos membros inferiores e nos membros superiores. A Obesidade Androide se mostra como um acúmulo excessivo de gordura na parte abdominal, sendo mais comum em pacientes do sexo masculino”.
A destacar, outro tipo é a Obesidade Ginecoide sendo mais comum em mulheres, e se mostra como um acúmulo maior de gordura nos quadris, coxas e pernas. “O diagnóstico de Obesidade é clínico. Utiliza-se um parâmetro chamado de Índice de Massa Corpórea (IMC), que defini o indivíduo com obesidade por intermédio de um cálculo, considerando as variáveis, peso e estatura. De acordo com esse IMC, nós vamos poder classificar se o paciente tem o peso normal, sobrepeso, obesidade e os graus de Obesidade a partir de IMC no valor de 30. O cálculo pode ser realizado dividindo o peso da pessoa em quilogramas pela altura em metros ao quadrado”, explica.
Além de ser crônica, a Obesidade é progressiva e multifatorial que pode acarretar diversas complicações na saúde do ser humano. “O excesso de peso aumenta as chances de adquirir Diabetes; Hipertensão; Esteatose Hepática, conhecida popularmente como ‘gordura no fígado’; Refluxo Gastroesofágico; e, até mesmo, alguns tipos de câncer, como o de Próstata, de Endométrio, Mama e de Cólon”.
Tratamento – O acompanhamento ao diagnóstico de Obesidade consiste em tratamento medicamentoso com o auxílio de uma reeducação alimentar e exercício físico. Em casos extremos, há a possibilidade de a pessoa ser submetida a uma cirurgia bariátrica para reverter o quadro clínico.
“A cirurgia bariátrica é indicada na Obesidade quando o paciente com IMC 35 associado a uma comorbidade, por exemplo, com risco cardiovascular maior que 20% em dez anos; doença cardiovascular; hipertensão arterial de difícil controle; diabetes de difícil controle; síndrome da apneia; e doença articular degenerativa. Em outros casos, por pelo menos dois anos, se houver falha no tratamento clínico, tais como, mudanças de hábitos, realização de dietas, atividade física, farmacoterapia e atenção psicológica. Em contrapartida, quando a pessoa atinge 40 de IMC, ela já é indicada ao procedimento sem análise de comorbidades”.
Alimentar-se bem - De acordo com Jessica Ventura, nutricionista Clínica no CIIR, a alimentação balanceada é importante para manter a vida saudável evitando prejuízos à saúde de forma geral.
A profissional pontua que durante as consultas na instituição, os acompanhantes recebem orientações nutricionais para auxiliar os usuários em casa. "Na primeira consulta, a equipe multiprofissional precisa entender como é o dia a dia dessa pessoa. A partir daí, saber quais os pontos podemos intervir no acompanhamento nutricional. Visamos sempre alimentos com alto teor nutritivo e fonte de fibras, pois as fibras costumam nos trazer saciedade, e com isso, diminuir nosso consumo calórico durante o dia”.
Wenderson Farias realiza acompanhamento no CIIR para reverter o quadro clínico de seletividade alimentarEntre os reabilitandos com a dificuldade no âmbito alimentar e realizando a prevenção à obesidade está Wenderson Farias, de 8 anos. Residente no município de São Caetano de Odivelas, distante cerca de 115 km de Belém, o garotinho realiza acompanhamento nutricional para reverter o quadro clínico de seletividade alimentar.
“Ele seleciona muito os alimentos. Prefere açaí a outras frutas. Agora, comer feijão, carnes (bovina ou frango) e arroz, por exemplo, ele tem recusa alimentar. É preocupante, porque a criança necessita de todos os alimentos nutritivos para se desenvolver de uma forma saudável e na minha família tem a ‘hereditariedade’ do Diabetes; minha mãe tem, minha avó teve, e de acordo com os exames que realizou, a nutricionista disse que ele está pré-diabético e ela conversou comigo o passo a passo de como a gente vai reverter esse quadro. Deu dicas de como devo agir, em casa, de forma didática com o Wenderson para ir experimentando outros alimentos e, assim, aceitá-los e entrar na alimentação balanceada”, contou a mãe do menino, Samea Farias, de 32 anos.
A nutricionista segue pontuando que alimentos, tais como, o arroz, feijão, carne, batata, cenoura e beterraba são muito importantes. “No entanto, vegetais como batata, cenoura e beterraba também são fontes de carboidratos, sendo ótimas fontes de vitaminas e fibras, porém, com um alto valor calórico. Logo, costuma-se limitar caso o objetivo atual for a perda de peso e o déficit calórico, não deixando de consumi-los; somente limitando”, pontua.
Importância das frutas - Jessica Ventura pondera que mesmo as frutas possuindo o próprio açúcar, chamado de frutose, que é um açúcar natural, todavia, pessoas com o diagnóstico de Diabetes podem consumi-las, mas moderadamente, sendo acompanhadas de um profissional, porque as frutas possuem vários minerais, vitaminas e fibras que são essenciais para o organismo.
“É mais interessante para a saúde que a pessoa consuma as frutas na íntegra sem produzir o suco. Por exemplo, quando a gente espreme a laranja e faz o suco, é muito calórico e não consome as fibras de fato que estão nela. É muito mais proveitoso consumi-la em si com o bagaço. A maça, comê-la com a casca, pois esta região é rica em vitaminas do complexo B, ácido fólico e substâncias bioativas, que mantêm as células jovens”.
Dados – Segundo o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde, apontam que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm Obesidade, assim como, 7% dos adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos. Enquanto isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2025 o número de adultos que estejam acima do peso, no mundo, chegue a 2,3 bilhões, sendo 700 milhões de indivíduos com Obesidade, isto é, com um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30.
Conheça os graus de obesidade:
Sobrepeso - Índice de Massa Corporal entre 25,0 e 29,9 Kg/m2
Obesidade grau 1 - Índice de Massa Corporal entre 30,0 e 34,9 Kg/m2
Obesidade grau 2 - Índice de Massa Corporal entre 35,0 e 39,9 Kg/m2
Obesidade grau 3 - Índice de Massa Corporal igual ou maior que 40,0 Kg/m2
Estrutura - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.