Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, promove a saúde auditiva

Organização Mundial de Saúde celebra neste domingo (3) o Dia Mundial de Audição, e o CIIR, em Belém, destaca os serviços prestados à população

Por Pallmer Barros (CIIR)
03/03/2024 09h21

Desde 2019, Dhuliane Marques, de 15 anos, faz acompanhamento auditivo no Centro Integrado de Inclusão e ReabilitaçãoNeste domingo (3), é celebrado o Dia Mundial da Audição, data lembrada anualmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para sensibilizar as pessoas sobre a importância da saúde auditiva e, sobretudo, promover ações de prevenção contra a perda da audição. Essas são iniciativas promovidas também pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, diariamente, que assegura serviços de saúde pública à população paraense. 

Segundo o otorrinolaringologista do CIIR, Murilo Lobato, há várias causas para a deficiência auditiva, e as medidas preventivas começam desde antes do nascimento, por intermédio de serviços de saúde disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez em bebês, durante a gestação. “Por isso, é importante que a mulher grávida faça o pré-natal corretamente e monitore a saúde para o diagnóstico e tratamento precoce dessas doenças”, orienta o doutor Murilo Lobato.

Paciente Emília Pinto afirma que a partir da utilização do aparelho entregue pelo CIIR, ela se sente incluída na sociedadeDe acordo com o especialista, além da possibilidade de nascer com a surdez, o ser humano pode desenvolver diversas doenças que levam à perda auditiva ao longo da vida, entre elas, as infecciosas como a meningite, o sarampo e a varicela (catapora), até doenças neurológicas em fase avançada da vida, que evoluem para o Acidente Vascular Cerebral (AVC). O diabetes e a hipertensão, não controlados, também podem provocar a surdez. 

É o caso da usuária do CIIR, Emília Pinto, de 75 anos, que com o diagnóstico de AVC desencadeou a perda auditiva de grau profundo no lado esquerdo. Após consultas com o otorrinolaringologista e a realização de exames ambulatoriais, está entre as pessoas contempladas com o aparelho auditivo, serviço em que ela destaca sendo a sua reinserção na sociedade. 

“Estou muito feliz em receber este suporte do CIIR, porque às vezes, eu ficava sem ouvir o som ambiente. Quando tem barulho, eu não ouço nada. A partir de agora com o aparelho auditivo, a minha expectativa é a socialização com as pessoas, e na cognição, pois posso aprender ouvindo melhor. Antes, ficava um pouco inibida de conversar em público, não ouvir, e acabar deixando aquela pessoa que fala comigo, digamos, falando ‘sozinha’. É constrangedor”, pontua a reabilitanda que é acompanhada no CIIR há dois anos. 

Em Belém, Emília Pinto em uma das consultas com profissional de saúde no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR)O otorrinolaringologista segue pontuando que a surdez em adultos pode ser oriunda também de exposição contínua a ruídos em razão de certas profissões em que a pessoa exerce (ou exerceu), ou seja, em local com muito barulho, tais como, em fábricas ou manuseando trator, entre outros serviços.

Em um ano, de janeiro de 2023 até janeiro de 2024, o Centro de Reabilitação conduziu 3.703 atendimentos na especialidade médica de otorrinolaringologia, além de exatos 880 entregas de aparelhos auditivos até fevereiro deste ano. 

Entrega de AASI – Para os usuários com deficiência auditiva, que são acompanhados no CIIR, uma das possibilidades de inclusão social é por intermédio do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), denominado o popular aparelho auditivo, que amplifica o som ambiente de acordo com as necessidades da pessoa. 

Após passar por uma avaliação médica com a especialidade em otorrinolaringologia na fase inicial de acompanhamento, segundo Ramon Almeida, fonoaudiólogo que conduz a segunda etapa, o usuário é encaminhado a realizar todos os exames audiológicos, tais como, a audiometria tonal, imitanciometria, emissões autocúrticas, inclusive, exames objetivos, sendo o bera, para ser fechado o diagnóstico do reabilitando. 

“Os exames ajudam no momento da protetização (dotar de prótese) e adaptação. Por isso, um exame acaba complementando o outro que é para a equipe de fonoaudiologia protetizar esse usuário de uma forma mais efetiva e que tenha realmente um ganho auditivo preciso, para a maior qualidade de vida”, explicou o fonoaudiólogo Ramon Almeida.

Durante a realização desta segunda etapa, é verificado qual o tipo e o grau da perda auditiva. “Depois que a gente tem esse histórico do usuário, ele vai passar por um momento chamado de avaliação global que é quando se reúne com a equipe multiprofissional e vai verificar quais são as principais demandas desse usuário. Logo após, a gente entra efetivamente começando pela seleção do aparelho auditivo”. 

Para tanto, é realizada a escolha, as medições e o molde (quando há necessidade). “Desde a escolha até os testes principais, é justamente para sabermos qual é a melhor prótese para aquele usuário em avaliação. E depois, ele é passado para um momento que a gente chama de adaptação, quando vem ao CIIR e recebe o aparelho. A equipe de fonoaudiologia coloca no usuário, faz os testes auditivos e ele sai ouvindo a partir desse momento, de entrega e adaptação auditiva do aparelho”.

O fonoaudiólogo destaca que a realização da prótese envolve todas as faixas etárias e com uma importância. “Friso que o quanto antes uma criança com perda auditiva é protetizada, melhor para a reabilitação dela, porque não terá tantas perdas com relação à linguagem e outras funções importantes para o desenvolvimento humano e que dependem de uma boa audição. Então, identificou alguma alteração auditiva em alguém ou a escola identificar, é importante procurar imediatamente ajuda de profissionais de saúde especializados”, aconselha o fonoaudiólogo, Ramon Almeida.

Dados - De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), na região das Américas, onde o Brasil está localizado, há cerca de 217 milhões de pessoas vivendo com perda auditiva, ou seja, 21,52% da população. Estima-se que até 2050, esse número possa subir para cerca de 322 milhões.

Estrutura - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.