Projeto Marajó Sustentável avança com alinhamento sobre crédito aos beneficiários
Técnicos da Sedap e Emater, e da rede de parceiros, estiveram na Poloprobio, que investe no uso sustentável de borracha extraída de seringais marajoaras
A equipe técnica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), que participa do Projeto Marajó Sustentável de Reativação dos Seringais Nativos do Marajó - “Marajó Sustentável”, esteve nesta terça-feira (27) em visita à unidade fabril da Poloprobio (Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais), no município de Castanhal, Região Metropolitana de Belém.
A Poloprobio fabrica tênis com borracha oriunda de municípios do MarajóA ação deu continuidade à programação de alinhamento, iniciada na segunda-feira (26), destinada à implementação de crédito aos beneficiários do Projeto. O “Marajó Sustentável” é desenvolvido nos municípios de Portel, Melgaço e Anajás. Por meio de um Termo de Fomento, o Projeto é executado pela Poloprobio, que desenvolve a marca Seringô.
Além do governo do Estado, a iniciativa para reativação dos seringais conta com uma rede de parceiros - secretarias municipais de Agricultura, empresas de assistência técnica e extensão rural, Banco da Amazônia (Basa), organizações de base, Igreja Católica, Sindicato de Trabalhadores Rurais e multiplicadores locais.
Equipamentos - O “Marajó Sustentável” atende a duas mil famílias em Portel e 3.320 em Melgaço e Anajás. Entre as ações previstas está o repasse do “kit seringueiro” para produção de borracha Cernambi Virgem Ecológico. O kit é composto por faca para sangria completa, canecas de plástico de 800 ml, bicas, coagulante e água sanitária.
A visita técnica se estendeu à área de produção da Seringô, onde são fabricados calçados com borracha natural, oriunda de seringais nativos do Marajó, incluindo tênis peças artesanais feitas por mulheres extrativistas.
Produção sustentável - O secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Giovanni Queiroz, acompanhou a visita, iniciada na unidade da Poloprobio com uma apresentação do “Marajó Sustentável”. A previsão do “Marajó Sustentável” é beneficiar 10 mil famílias inclusas no processo de produção.
Segundo secretário Giovanni Queiroz, “aqui são processados e fornecidos ao mercado inúmeros produtos, ampliando cada vez mais o mercado e fornecendo a outros parceiros. Essa seringa vem dos ribeirinhos do Marajó, com um preço diferenciado pelo custo de sustentação da área onde se extrai a seringueira”.
As pesquisas que resultaram no desenvolvimento da tecnologia utilizada na Poloprobio surgiram de estudos do ecologista Francisco Samonek, da Universidade Federal do Acre, desenvolvido com indígenas e seringueiros do município Vila Acre.
Meta de expansão - O estudioso destacou que o objetivo da visita técnica foi estreitar a relação do governo do Estado com a iniciativa privada. “Nós estamos no Marajó com essa iniciativa da borracha há mais de 10 anos, e como a gente tem o interesse de expandir por conta do mercado de borracha que hoje está crescente no Brasil e no mundo, por conta da necessidade de sustentabilidade, é muito importante essa visita técnica com a inclusão da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e do Banco da Amazônia para ajudar a gente a construir a grande proposta de desenvolvimento para o Marajó”, disse Francisco Samonek.Participantes da visita técnica a Poloprobio, em Castanhal
Na reunião da última segunda-feira, participaram pela Emater, o diretor Técnico Rosival Possidônio; o chefe do Núcleo de Crédito Rural, Carlos Edilson Santana dos Santos; o supervisor Regional do Marajó, Alcir Borges; a engenheira agrônoma Giselly Titan, do Escritório Local (Esloc) de Curralinho; o engenheiro agrônomo Nilton Pereira, do Esloc de Melgaço; a engenheira florestal Fabrícia Barros, do Esloc de Breves; a técnica em Agropecuária Darcileide Trindade, do Escritório Local de Anajás, e o engenheiro agrônomo Ozias Aquino, do Escritório Central.
Pela Poloprobio estiveram presentes Francisco Samonek e Zélia Machado; pelo Basa, o técnico Benito Calzavara, o gerente da Agricultura Familiar, Esmar Prado, Silvio Kaner e Ana Flávio, da área de Negócios do Banco. A Sedap foi representada pelo engenheiro agrônomo Ariolando Belfort, gestor do Projeto Marajó Sustentável, e pelo consultor Ad hoc Paulo Soares.