Diretor executivo do UFC elogia estrutura do Mangueirinho e avalia novas edições no Pará
Neste sábado (3) o mundo pode ver a força dos atletas do Norte do Brasil na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho, onde todos os paraenses que disputaram o card preliminar da noite foram campeões. O ginásio poliesportivo, construído dentro dos padrões internacionais exigidos pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), comportou quase 11 mil pessoas na edição inédita do Ultimate Fighting Championship (UFC) Brasil, o primeiro de 2018.
E a estreia do UFC no Norte do país foi em grande estilo. A torcida deu um show à parte e ajudou a compor o saldo positivo do Brasil, que teve oito dos dez representantes vitoriosos no octógono. David Shaw, diretor executivo do UFC, avaliou positivamente o desempenho dos atletas e do público paraense. “Estamos muito satisfeitos com a grandiosidade que o evento tomou. Pudemos observar isso pelo número de pessoas que compareceram aos treinos abertos, à pesagem, e aos combates desta noite”, disse.
O Pará bem representado
Os paraenses Deiveson Figueiredo e Iuri Marajó, naturais de Soure, na ilha do Marajó, iniciaram os confrontos preliminares e levaram a torcida ao êxtase derrotando seus adversários por nocaute técnico. “Estou muito feliz por lutar em casa e por poder dar esse show a vocês”, comemorou Deiveson, ao ser anunciado campeão contra o americano Joseph Morales.
Iuri Marajó venceu o oponente Joe Soto ainda no primeiro minuto da luta, e contou que ainda melhor do que vencer por nocaute foi poder lutar em casa. “Me sinto muito feliz por poder lutar aqui no Mangueirinho, com essa estrutura maravilhosa e esse público caloroso, e ainda poder ver nas arquibancadas muitos dos meus conterrâneos, meus amigos e familiares. Isso não tem preço”, declarou.
Polyana Viana, que disputava sua primeira luta no UFC, conseguiu finalizar Maia Stevenson, vencendo o confronto. A paraense se mostrou satisfeita com o bom resultado. “Eu treinei muito e acreditei que iria vencer. Estou aqui agora, mostrando que consegui.”
Para o paraense Douglas Silva, a vitória sobre Marlon Vera trouxe muitas recordações. “Após a luta é como se passasse um filme na nossa cabeça, um retrospecto de todo o esforço e dos desafios diários que precisaram ser superados. Estou muito grato a Deus por ter representado bem o meu Pará, aqui, no Mangueirinho”, desabafou o atleta, bastante emocionado.
Apesar das críticas por ter se apresentado acima do peso, Michel Prazeres, o Trator, completou o time de campeões do Pará conquistando a vitória sobre Desmond Green.
Lyoto vence luta principal
A luta mais aguardada da noite ficou por conta do brasileiro Lyoto Machida, que voltou a vencer no octógono depois de um jejum de três anos. O baiano criado no Pará derrotou o americano Eryk Anders por decisão, já na madrugada de domingo (4). “Essa vitória não tem preço. Muito obrigado a toda essa galera, estou muito feliz. É a minha volta e isso aqui representa muito para mim”, comemorou. Ainda durante a coletiva de imprensa, Lyoto também ressaltou a qualidade da estrutura do Mangueirinho, que permitiu a ele e outros atletas paraenses a chance de lutar em casa, empurrados pela torcida. “A arena Guilherme Paraense é muito bonita. E o governo do Estado está de parabéns por esse investimento.”
Novas edições
Segundo a organização do evento, há planos para novas edições na região Norte do País. “Essa foi uma das melhores e mais estruturadas arenas que já vimos, e com certeza planejamos voltar”, destacou o diretor executivo do UFC, David Shaw.
O Mangueirinho é uma das três únicas arenas esportivas 100% climatizadas em todo o Brasil. As outras duas ficam no Rio de Janeiro e Santa Catarina. O ginásio ocupa uma área de 23 mil metros quadrados dentro do complexo esportivo do Estádio Olímpico do Pará. Graças à estrutura, que entre outras qualidades obedece às especificações exigidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), com padrões internacionais de infraestrutura, o espaço comporta diversos formatos de eventos.
O ginásio foi projetado para receber um público de quase 12 mil pessoas sentadas - sendo que 247 lugares são destinados a portadores de necessidades especiais. É dotado de modernos equipamentos de informática, piso olímpico constituído de amortecedores de borracha neoprene, que ajudam a reduzir impactos e o risco de lesão dos atletas, cobertura com telhas termoacústicas, placar eletrônico multimídia de última geração - mesmo modelo das partidas da NBA, a liga de basquete dos Estados Unidos - e cadeiras antifogo.
Além dos esportes indoor, como vôlei, basquete, handebol e futsal, a arena foi projetada para receber diferentes eventos como o próprio UFC, e ainda shows musicais, já que também dispõe de um palco móvel.