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SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Santa Casa dá exemplo de sustentabilidade no tratamento do lixo 

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
09/02/2024 13h43

Referência na área materno-infantil, a Santa Casa do Pará é um hospital público, onde por mês são realizados milhares de atendimentos, entre partos e outras ocorrências de urgência e emergência obstétrica, internações, atendimentos ambulatoriais, cirurgias e exames laboratoriais e de imagens.

Todos esses atendimentos geram resíduos para o meio ambiente, por isso, além de cuidar da saúde dos pacientes, a instituição também se preocupa com a saúde dos trabalhadores, da sociedade, desenvolvendo ações que visam a segurança na prestação dos serviços à população e também que reduzam os impactos da assistência em saúde para o meio ambiente.

Dilton Farias, enfermeiro, coordenador de hotelaria hospitalar, diz que a maior missão é, através do conhecimento, cuidar das pessoas que estão na Santa Casa. “A hotelaria hoje trabalha em uma frente muito forte no desenvolvimento de práticas seguras tanto para o nosso paciente quanto para nossos servidores. Trabalhando ações macros e micros no desenvolvimento sustentável. Temos alguns pontos de coleta seletiva dos lixos, além de trabalharmos as tratativas dos lixos: os infectantes hospitalares, os perfurocortantes, e a gente também trabalha o processo do lixo comum”.

O Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar e Vigilância (NCIV) da Santa Casa, acompanha as ações do destino adequado a materiais que podem ser reciclados como embalagens de papelão, embalagens plásticas e vidros que são direcionados para cooperativas cadastradas pela Prefeitura de Belém e que estão inseridas no processo de recolhimento de produtos recicláveis. Além disso, é reforçado a educação dentro das unidades para a segregação adequada dos resíduos para que não haja mistura de resíduo infectante e resíduo comum, porque esses resíduos têm destinos diferentes. 

Enquanto o comum vai para o aterro sanitário, o infectante é coletado por uma empresa terceirizada, licenciada pelos órgãos ambientais, que é contratada a partir de licitação, e que faz o tratamento adequado que é a incineração. Cada vez mais existe a preocupação em fortalecer o processo de educar os profissionais para que haja o descarte de cada resíduo em seu local adequado, reduzindo a poluição, riscos de contaminação e custos para a instituição.

“Na parte de coleta seletiva e lixo comum a gente trabalha em parceria com a Prefeitura na entrega desse material e retirada deles para ambientes próprios, na parte de materiais específicos. O lixo infectante é recolhido por uma empresa terceirizada. A gente tem um volume de resíduos da parte técnica e médico hospitalar na qual a gente faz a destinação de forma adequada. A quantidade média de lixo infectante produzida em 2023 foi de oito toneladas por mês”, esclarece o enfermeiro Dilton Farias. 

A Santa Casa destina, por mês, às cooperativas que se revezam para o recolhimento do material reciclável, milhares de caixas de papelão e unidades de embalagens plásticas, evitando que esses resíduos sejam descartados inadequadamente no meio ambiente. O amplo investimento da instituição para o treinamento dos servidores na separação correta dos resíduos nas unidades é bem significativo.

Maria Alves Belém, diretora Técnica da Fundação Santa Casa destaca que a instituição trabalha dentro das suas perspectivas com a sustentabilidade. “A sustentabilidade requer vários objetivos estratégicos com ações desenvolvidas, entre as quais o tratamento do lixo que está dentro de ações estratégicas, táticas e operacional na Santa Casa”, explica. 

“O desenvolvimento de campanhas educativas para o descarte correto do lixo, as ações de coletas seletivas de papel e também a redução de impressões dentro do hospital, automatizando o serviço, diminuem o volume de lixo pela área administrativa e por todo o hospital. E com isso diminuindo o impacto para o meio ambiente e a redução de custo financeiro dentro do hospital”, destaca a diretora. 

Responsabilidade social - Hoje no mundo só 4% do que é produzido é reciclado. A Santa Casa produz diariamente cerca de 300 quilos de resíduos e consegue reaproveitar e destinar adequadamente, tendo como resultado a redução de impactos e danos ao meio ambiente.

As metas de redução de resíduos infectantes estão sendo cumpridas  com o apoio do setor de nutrição do hospital, que é o de aproveitamento ao máximo dos alimentos. As ações levaram a redução de 23% na produção de resíduos impactando nos custos e na reeducação dos servidores que fazem o descarte adequadamente tanto nas áreas comuns como também nas unidades, onde lixeiras devidamente identificadas estão distribuídas. A separação do que pode ser reciclado no hospital contribui com a inclusão social produtiva das famílias de catadores e catadoras de materiais recicláveis.

A Santa Casa está trabalhando projetos de desenvolvimento sustentável, por meio da organização da cozinha, da produtora de refeição, para que seja sustentável, utilizando-se a parte orgânica, criando-se uma horta, trazendo o selo verde de certificação.

“Trabalhar também a popularização com as pessoas sobre o descarte adequado. Já existe uma política dentro da instituição, que é o papel zero, que já contribui com esse meio ambiente para a redução dessas condições de poluição, e é o nosso papel trabalhar o sistema, não só do nível de saúde, como com todos que migram ao nosso entorno, principalmente da comunidade”, informa o coordenador de hotelaria da Santa Casa.

Dilton Farias diz ainda que as cooperativas são cadastradas via Prefeitura, na qual a Prefeitura em parceria com Santa Casa delega quais seriam as cooperativas que vão atuar aqui, e aí elas fazem um rodízio para que todas as cooperativas cadastradas tenham a oportunidade de fazer o recolhimento desse material e dar a destinação adequada. O recolhimento acontece semanalmente, até porque a gente não pode ter acúmulo e existe também a questão sobre o material primário. Geralmente o material que eles mais recolhem são as caixas, são materiais primários que pela legislação sanitária não podem estar em ambiente hospitalar, então essa recolha é feita por eles para a gente dar vazão às nossas demandas e necessidades internas.