Projeto AcolheSUS qualifica o acesso ao cuidado psicossocial
A II Oficina Local do Projeto de Qualificação das Práticas de Cuidado a partir das Portas de Entrada do Sistema Único de Saúde (Projeto AcolheSUS) começou nesta terça-feira (7), na Escola de Governança Pública do Estado do Pará (EGPA). O evento tem o objetivo de qualificar o acesso e as práticas de cuidado, por meio da implantação/implementação da diretriz Acolhimento da Política Nacional de Humanização (PNH) nos serviços de saúde.
Pará, Tocantins e Paraíba foram escolhidos para realizar os projetos experimentais, tornando-se referências para os demais Estados brasileiros. No Pará, o campo de ação do projeto é o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Renascer, onde o trabalho está sendo desenvolvido com a colaboração de consultores técnicos do Ministério da Saúde e da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).
A segunda oficina, que será encerrada na quarta-feira (8), conta com a participação de integrantes do Grupo Executivo Estadual, do Grupo Executivo Local, representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Belém e da Região de Saúde Metropolitana I, além da Coordenação Estadual de Humanização e Diretoria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (DGTES) da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que organizam as atividades juntamente com a Coordenação Geral da Política Nacional de Humanização, do Ministério da Saúde.
Ação e intervenção - O coordenador estadual de Humanização, Guilherme Martins, informou que os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e discutir sobre a realidade do Caps e da Rede de Atenção Psicossocial. “Pela parte da manhã foi realizada uma assembleia com os usuários, em que tivemos a oportunidade de ouvi-los de perto e saber como vivem. Agora estamos trabalhando em cima de uma produção que foi feita com os trabalhadores dos três turnos do Caps, que apresentaram seus processos de trabalho e os seus resultados e impactos. A partir de agora, precisamos rever as atividades e identificar os problemas, para elaborarmos um plano de ação e um plano de intervenção”, informou o coordenador estadual.
Quanto ao resultado esperado do projeto, Guilherme Martins disse que, inicialmente, o maior beneficiado será o Caps Renascer, mas o projeto visa trabalhar com todos os instrumentos que compõem a Rede de Atenção Psicossocial, para que seja referência para todas as demais redes do Estado. “Ele inicia no Caps, amplia-se pelos Caps estaduais e municipais e depois se estende para as demais redes, como Atenção Primária, Urgência e Emergência”, explicou o coordenador.
Acompanhamento - Beth Moreira, pesquisadora do Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais (Laser) da ENSP, informou que ela e demais técnicos do Ministério da Saúde são responsáveis pelo acompanhamento de perto dos três projetos do AcolheSUS . “A principal pergunta que a gente quer responder é como o Projeto AcolheSUS está sendo implantado, e como ele contribuiu para mudanças nas principais diretrizes de acolhimento, de triagem de risco e de gestão da clínica ampliada nos locais onde ele está sendo implantado”, ressaltou a pesquisadora.
“A nossa função nesse projeto é realizar uma avaliação colaborativa. Não é uma avaliação feita para fritar ninguém e nem é uma pesquisa avaliativa independente. É uma pesquisa avaliativa participativa, em que os diversos executores do projeto têm voz ativa tanto na elaboração das perguntas que a avaliação quer responder, como na execução metodológica dela e na interpretação dos resultados. A gente funciona de forma bastante integrada”, garantiu Beth Moreira.
Utilizando metodologia ativa, incluindo abordagem teórico-conceitual, exposição dialogada, atividades em grupo e uso de cartilhas e textos de apoio com referências bibliográficas complementares, a II Oficina Local do Projeto de Qualificação das Práticas de Cuidado propõe espaços para discussão e reflexão crítica e construção do plano de trabalho, de acordo com a realidade do campo de atuação e da realidade local e regional.
