Estado realiza o Dia D de combate à hanseníase em Belém
O Governo do Pará realizou neste domingo, 28, o Dia D de combate à hanseníase por meio de ações de saúde na Praça da República, em Belém. Com o tema “Hanseníase tem cura”, alusivo ao “Janeiro Roxo”, o evento da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, teve como objetivo prevenir, mobilizar e informar sobre a doença.
No evento, foram oferecidas consultas dermatológicas, com ênfase na hanseníase; exame de preventivo de câncer do colo de útero (PCCU); testes rápidos para detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C; exame de glicose para dosar glicemia, aferição de pressão arterial, peso e temperatura; além de vacinas e esclarecimentos sobre a doença por meio de panfletagem e abordagem junto ao público.
A campanha busca conscientizar a população sobre a Hanseníase no Estado, sobretudo, em relação ao estigma e discriminação da doença, à importância do diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno para eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença.
O coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Luiz Augusto, comenta sobre os principais objetivos do evento: “Mobilizar a população com informações sobre a doença, a cura e o tratamento, que é feito nas unidades de saúde dos 144 municípios do Pará”.
De acordo com o coordenador, no ano passado, o Estado do Pará registrou o número de 1.349 casos novos, destes, 92 eram casos de pessoas menores de 15 anos. A situação estadual da hanseníase, em uma avaliação da série histórica dos últimos 10 anos, está em declínio devido às ações que vêm sendo realizadas, como as capacitações junto aos 144 municípios do Estado.
Helena Dias, analista de cobrança, foi uma das pacientes atendidas na ação. “Eu vim dar um passeio na praça e, por acaso, recebi o panfleto, resolvi vir, e achei muito boa a campanha, o atendimento médico. Às vezes, a gente trabalha a semana toda e não tem tempo de ir em um posto. Fazendo assim, dia de domingo, já resolve.
Endrew Gabriel é militar, e também resolveu participar da ação quando soube da iniciativa. “Eu estou de férias do trabalho, vim passear na praça e me deparei com a iniciativa do Estado. Achei legal e aproveitei para usufruir dos atendimentos disponibilizados. Ir aproveitar o domingo na praça e se deparar com esses serviços é muito importante, até porque nem todos têm tempo durante a semana para ir ao hospital, estar em uma consulta”.
“A hanseníase é uma doença milenar, mas ainda há pacientes que sofrem com essa patologia, por isso é importante diagnosticar.Trazer a ação para a Praça da República é eficaz devido ao número de pessoas que circulam no local. Além do Dia D, toda pessoa que tiver alguma dúvida ou sintoma, pode se direcionar até uma unidade básica de saúde, que os profissionais do local estarão aptos para atender”, afirma o fisioterapeuta Daniel Nunes, que trabalhou no evento.
Edmilson Picanço, coordenador do O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), em Ananindeua, também marcou presença no local.
“Hoje, o Morhan se junta ao Governo do Estado e à Sespa, para que a gente possa, em conjunto, fazer uma campanha de conscientização. A Praça da República tradicionalmente fica lotada aos domingos, e a gente está buscando esse público para passar informações sobre os sintomas da doença. Hanseníase tem cura, o tratamento é gratuito e, dependendo da forma da doença, dura de seis a doze meses”.
Sobre a Hanseníase
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, atinge pele e nervos, e quando não tratada pode causar incapacidades físicas e deformidades. A doença acomete pessoas de qualquer sexo e idade. A transmissão se dá por meio de vias aéreas respiratórias (pelo ar), através do convívio prolongado com paciente sem tratamento.
Principais sinais e sintomas
Lesões ou manchas na pele (esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas) com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência (a pessoa se queima ou se machuca sem perceber); áreas com diminuição dos pelos e do suor; diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés; edema de mãos e pés e ressecamento da pele.
O diagnóstico é essencialmente clínico epidemiológico, realizado por meio de exame da pele e dos nervos, para identificar lesões com alteração de sensibilidade e alterações motoras. O tratamento é realizado através da associação de medicamentos, fornecidos gratuitamente pelo SUS, disponíveis em qualquer unidade de saúde.
A Sespa informa, ainda, que o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença são realizados na atenção primária de saúde (UBS's e Estratégia da saúde da família) e que os casos mais graves são encaminhados para a Unidade de Referência Especializada (URE) Marcello Candia, em Marituba.
Texto: Jamille Leão - Sespa