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JANEIRO ROXO

Sespa fará o Dia D de combate à hanseníase neste domingo, em Belém

Mesmo contabilizando mais de 1.300 novos casos no Pará em 2023, a situação da doença do Estado segue em decínio

Por Mozart Lira (SESPA)
26/01/2024 14h39

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, com o tema "Hanseníase tem cura", realiza a mobilização para o "Janeiro Roxo", mês alusivo à intensificação de ações de prevenção à doença. O Dia D será lembrado com a execução de ações de saúde na Praça da República, em Belém, durante a manhã do domingo, 28. 

Na ocasião, a população receberá serviços de saúde como consultas dermatológicas, com ênfase na hanseníase; exame de preventivo de câncer do cólo de útero (PCCU); testes rápidos para detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C; exame de glicose para dosar glicemia, aferição de pressão arterial, peso e temperatura; além de vacinas e esclarecimentos sobre a doença por meio de panfletagem e abordagem junto ao público. 

A campanha reforça a conscientização da população sobre a Hanseníase no Estado, sobretudo quanto ao estigma e discriminação da doença, sobre o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno como forma de eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença. 

"Nossas abordagens de reforço à prevenção incluem ainda as repercussões da incapacidade física e das deformidades causadas pela doença, que são as responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas que tem ou tiveram a doença", comenda o coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Luiz Augusto Costa. 

Ele explica que, durante e após a atividade, os municípios serão capacitados pela Sespa, de forma online para que todos tenham oportunidade de participar. O tratamento da hanseníase acontece, primeiramente, na Atenção Primária e por isso é tão importante que as secretarias municipais de saúde estejam envolvidas e trabalhem para a diminuição dos casos. 

"No ano passado, o número de novos casos no Pará foi de 1.349 casos novos, sendo 92 deles em pessoas menores de 15 anos. A situação da hanseníase no Estado, se a gente for fazer uma avaliação da série histórica dos últimos 10 anos, está em declínio. E isso se deve às ações que estão sendo feitas como, por exemplo, as ações de capacitação junto aos 144 municípios do Estado, onde equipes de médicos e enfermeiros da Atenção Primária são capacitados para diagnosticar a doença de forma precoce e assim o tratamento é eficiente, em 6 ou 12 meses", completou o coordenador. 

A Sespa informa, ainda, que o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença são realizados na atenção primária de saúde (UBS's e Estratégia da saúde da família) e que os casos mais graves são encaminhados para a Unidade de Referência Especializada (URE) Marcello Candia, em Marituba. 

Ainda de acordo com Luiz Augusto, a população deve suspeitar quando apresentar sintomas, como manchas na pele que não coçam e não doem, além de manchas avermelhadas esbranquiçadas com perda de sensibilidade na pele e caroços. "Como uma pessoa suspeita em casa, é prudente que as Secretarias Municipais de Saúde examinem as outras pessoas que residem no imóvel para um melhor controle da doença e descoberta de novos casos precocemente. O exame dos contatos é uma forma de prevenir a doença", acrescenta.

Sobre a Hanseníase

A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, atinge pele e nervos, e quando não tratada pode causar incapacidades físicas e deformidades. A doença acomete pessoas de qualquer sexo e idade. A transmissão se dá por meio de vias aéreas respiratórias (pelo ar), através do convívio prolongado com paciente sem o tratamento.

Principais sinais e sintomas - São identificados através de lesões ou manchas na pele (esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas) com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência (a pessoa se queima ou se machuca sem perceber); áreas com diminuição dos pelos e do suor; diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés; edema de mãos e pés e ressecamento da pele.

O diagnóstico é essencialmente clínico epidemiológico, realizado por meio de exame da pele e dos nervos, para identificar lesões com alteração de sensibilidade e alterações motoras. O tratamento é realizado através da associação de medicamentos, fornecidos gratuitamente pelo SUS, disponíveis em qualquer unidade de saúde.