Em Altamira, projeto da Emater revitaliza açaizais nativos do rio Xingu
Assentados da reforma agrária de Altamira, na Transamazônica, estão começando a receber apoio direcionado do Escritório Local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), para recuperar ecologicamente áreas alteradas por desmatamento nas margens dos igarapés Dispensa e Palhal, os quais desaguam no rio Xingu. A meta consta como uma das inovações do Plano de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater) 2024, o documento de planejamento da Emater para o ano.
Em fase de prospecção e mobilização, o projeto-piloto para sustentabilidade de áreas de preservação permanente (APPs) e para desembargo ambiental de propriedades da agricultura familiar, é parceria entre Emater, Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor) e Prefeitura, na contemplação de um total de 72 famílias, entre moradoras do assentamento federal Assurini e da zona rural tradicional do município.
O objetivo é revitalizar os açaizais nativos pela implantação de sistemas agroflorestais (Safs) com incidências amazônicas tais quais jenipapo, samaúma e taperebá.
Além de se referirem à flora original, as essências florestais e espécies frutíferas recompõem necessidades do biossistema, atraindo e alimentando animais silvestres, como macacos, pássaros e roedores. Já o crédito rural das linhas B e Mais Alimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) deve gerar contratos individuais de até R$ 40 mil.
Segundo o chefe do Escritório Local da Emater em Altamira, o técnico em agropecuária Josué Cavalcante, é cabível aproveitar várias frentes, de meio ambiente à comercialização. “As APPs são de recomposição obrigatória [pela legislação]. A devastação diminuiu muito essas áreas. Vamos manejar, enriquecer com espécies nativas, aproveitar o palmito, trabalhar com o reaproveitamento como um todo. Vamos diagnosticar também algumas propriedades que estão embargadas, o que impede que o agricultor acione financiamento e o que futuramente pode até vir a impedir comercialização, a exemplo do cacau. São reuniões, parcerias, conscientização. Essa é a ideia”, pontua.
Texto: Aline Miranda - Ascom/Emater