Sistemas Agroflorestais impulsionam produção agrícola em São Geraldo do Araguaia
A iniciativa tem transformado a realidade dessas famílias, permitindo um maior incremento na produção e uma diversificação de culturas
Em São Geraldo do Araguaia, município do sudeste paraense, os agricultores familiares têm encontrado uma nova forma de impulsionar sua produção agrícola: os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Com apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), a iniciativa tem transformado a realidade dessas famílias, permitindo um maior incremento na produção e uma diversificação de culturas.
Os SAFs consistem em técnicas de cultivo que permitem que diferentes espécies de plantas compartilhem a mesma área, proporcionando uma maior eficiência no uso do espaço e dos recursos disponíveis. No caso de São Geraldo do Araguaia, o Ideflor-Bio, por meio da Gerência da Região Administrativa do Araguaia (GRA), tem incentivado a implantação da estratégia mesclando o açaí, cupuaçu, café, banana, cacau, entre outros.
Essa diversificação de culturas traz uma série de benefícios para os agricultores familiares. Além de aumentar a produtividade da área, os SAFs também contribuem para a melhoria da qualidade do solo, a conservação dos recursos hídricos e a proteção da biodiversidade local. A variedade de produtos cultivados permite que as famílias tenham uma renda mais estável ao longo do ano, já que diferentes culturas têm períodos distintos de colheita e venda.
Wagner BastosDe acordo com o biólogo do Ideflor-Bio, Wagner Bastos, as mudas distribuídas são melhoradas geneticamente, precoces, ou seja, produzem mais rapidamente do que as espécies nativas da região. “Temos feito a doação de mudas, principalmente de frutíferas e provenientes da Amazônia, como o cacau e o açaí, que são bem adaptadas e que os agricultores mais gostam de produzir”, detalhou.
Assistência - Neste sentido, para garantir o sucesso dos SAFs no município, o apoio do Ideflor-Bio tem sido fundamental. O Instituto oferece todo o suporte técnico necessário, auxiliando os agricultores na implementação das técnicas de manejo adequadas para cada cultura. Além disso, o órgão fornece as mudas e os insumos para o início das atividades, garantindo que as famílias tenham acesso aos recursos necessários para o desenvolvimento de seus plantios.
Mariza MatosUma das beneficiadas é a agricultora Mariza Matos, que define o apoio fornecido pelo Ideflor-Bio como um divisor de águas na vida dos agricultores da região. “Os SAFs são muito importantes para o sustento das famílias. No meu caso, mesmo com um lote pequeno, consigo tirar mais do que o necessário para a nossa subsistência. Portanto, através dos SAFs, temos aprendido a plantar, colher e a ter mais amor pela natureza, que é o mais importante de tudo isso”, afirmou.
Emival BorgesJá o agricultor Emival Borges, aponta que nos últimos cinco anos a assistência técnica e, principalmente, as mudas fornecidas pelo Ideflor-Bio, contribuíram significativamente para o sucesso da sua produção. “A diferença é que elas [mudas] são geneticamente modificadas e possibilitam uma produtividade maior, seja no crescimento mais rápido, com frutos de melhor qualidade, além da resistência aos efeitos climáticos adversos. Agradeço imensamente à GRA por sempre darem total apoio ao nosso trabalho”, ressaltou.
Incentivo - Além dessas, outras 50 famílias de São Geraldo do Araguaia já foram beneficiadas com o auxílio do Ideflor-Bio, nos últimos anos. Segundo a titular da GRA, Laís Mercedes, essa parceria tem transformado a realidade dessas famílias, proporcionando uma maior segurança alimentar, geração de renda e uma melhoria na qualidade de vida. “Além disso, os SAFs contribuem para a preservação do meio ambiente, promovendo a conservação da biodiversidade local e a proteção dos recursos naturais”, enfatizou a gerente.
Com os resultados positivos alcançados até o momento, a expectativa é de que os SAFs do Ideflor-Bio continuem se expandindo em São Geraldo do Araguaia e em outras regiões do Pará. Essa iniciativa mostra que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, garantindo um futuro sustentável para as comunidades rurais e para o meio ambiente.