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Pará apresenta queda na taxa de distorção idade-série

Por Redação - Agência PA (SECOM)
21/02/2018 00h00

A taxa de distorção idade-série vem decrescendo ano a ano no Pará. É o que confirmam os dados do Censo Escolar da Educação Básica, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esse indicador da educação nacional mede a taxa de distorção entre a idade e a série na qual o aluno está matriculado, ou seja, é a discrepância de dois anos ou mais entre a idade recomendada para os estudos e a série correspondente. Por exemplo, é considerado em distorção o aluno que tem 8 anos ou mais de idade e cursa o 1º ano do Ensino Fundamental. 

De acordo com os dados gerados por todas as redes de ensino (pública e privada), em 2017, apurou-se que o Ensino Fundamental paraense registrou uma taxa de distorção de 30,5%, representando uma queda,  ao se comparar com o valor de 2010, que era de 40%.

Isso aponta que cresce o número de estudantes matriculados na idade adequada, compatível com o nível de ensino. Reduções mais expressivas da taxa de distorção são também constatadas nos anos iniciais do Fundamental e do Ensino Médio: 14,1 e 11,7 pontos percentuais, respectivamente.

“Se ainda não se recomenda festejar, há de se reconhecer que os indicadores apontam resultados concretos do esforço que estamos fazendo para quebrar históricos negativos do desempenho da educação paraense”, diz a secretária de Educação, Ana Claudia Serruya Hage. 

O declínio do indesejado indicador é resultado do Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica – núcleo do Pacto pela Educação – ação política do Governo do Estado que congrega instituições públicas e privadas de vários setores no empenho de elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Estado. Financiado com recursos do Tesouro do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o programa está investindo 351 milhões de dólares (57,3% do BID e 42% do Estado) na infraestrutura da rede escolar (reforma, ampliação e construção de novas escolas); qualificação de professores; monitoramento, avaliação de desempenho e gestão escolar. 

Projeto já beneficiou 50 mil estudantes

O empenho para reduzir a distorção idade/série é um dos focos do componente “Melhoria da Progressão, Conclusão e Qualidade da Educação Básica” desse programa. E que tem no Programa Mundiar um dos seus suportes pedagógicos.

Executado desde 2014 pela Seduc, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Mundiar tem o objetivo de corrigir a distorção escolar idade/ano e de reduzir a repetência e evasão de alunos da rede pública de ensino. E já beneficiou 50 mil alunos dos ensinos Médio e Fundamental, cujos estudos estavam atrasados em relação à idade. 

Funcionando como porta de entrada na universidade, somente ano passado, mais de 300 alunos oriundos do Mundiar ingressaram no ensino superior, inclusive em cursos mais concorridos, como Medicina, Direito e Engenharia.

“O número de estudantes aprovados nos diversos vestibulares aponta que todo o esforço da Seduc para reduzir o indicador da distorção idade-série está dando resultado. E isso está tirando o Pará desse quadro de indicadores graves da educação nacional. Estamos fazendo o dever de casa de acordo com as nossas possibilidades e os recursos disponíveis; uma contribuição efetiva para que o país alcance suas metas de desenvolvimento humano. Se isso é positivo, podemos sim festejar na forma de motivação e incentivo aos profissionais e demais educadores envolvidos nessa missão tão digna e humana de manter mais e mais estudantes na escola”, diz a secretária.

Matrícula no Mundiar até 20 de março

A chance de novos estudantes continuarem os estudos, mesmo havendo discrepância entre a idade regular e a série a ser cursada, continua neste ano letivo. A matrícula no Mundiar começou nesta terça-feira (20) e se encerará no dia 20 de março. O programa espera  cerca de 12  mil novos alunos em 105 municípios onde o Projeto já está instalado. Em 2017 matricularam-se 25 mil alunos.

Podem ingressar no Mundiar,  para concluir o ensino Fundamental, alunos a partir de 13 anos e também de 17 ou mais anos que ainda não conseguiram concluir o Ensino Médio.

Segundo o coordenador Estadual do Mundiar, Marcos Lopes, a expansão do projeto é expressiva, inclusive em escolas indígenas; há turmas do Projeto Mundiar em duas aldeias localizadas em Bom Jesus do Tocantins  Sudeste do Pará. E a aldeia Kubenkrãkenh, em Ourilândia do Norte, solicitou à Seduc a implantação de uma turma do programa.

* Com a colaboração de Kátia Aguiar (Ascom/Seduc) e Joyce Rodrigues (Escritório de Projetos Seduc)