Com incentivos do Governo do Pará e suporte terapêutico do CIIR, reabilitando disputa a Corrida de São Silvestre
No próximo dia 31 de dezembro, entre os milhares de participantes que disputarão a 98ª Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo, estará Felipe Soares, de 29 anos, inserido na categoria “Cadeirantes com Guia”. A sua participação é celebrada com sentimentos de inclusão, alegria, desenvolvimento e de dever cumprido pela equipe multiprofissional do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém. Além do suporte em saúde pública, a sua participação foi viabilizada por passagens com acompanhante cedidas pela Secretaria de Esporte e Lazer (Seel).
Com diagnóstico de paralisia cerebral e sendo acompanhado pela intuição há cinco anos, o paraense participa pela primeira vez de uma corrida de rua internacional, embora a competição seja disputada no Brasil, e para isto, o jovem alcançou aptidão para disputar competições em Belém há cerca de três anos por intermédio de plano terapêutico centrado na pessoa conduzido pela equipe multiprofissional do CIIR.
“Quando traçamos metas terapêuticas, a intenção é reabilitar. Traçamos planos para que ele alcançasse o equilíbrio corporal, melhora do tônus muscular tanto de membros inferiores, quanto de superiores e, principalmente, independência para o dia a dia. O Felipe foi evoluindo e passou a integrar os projetos de esportes adaptados que o CIIR proporciona, durante os acompanhamentos”, pontua João Rodrigues, profissional de educação física e terapeuta que acompanha o reabilitando desde a sua chegada ao Centro.
Felipe Soares pratica vôlei, natação, polo aquático e o principal, a canoagem, todos adaptados, como suporte terapêutico. “Destaco a canoagem, porque trabalha no Felipe bastante os membros superiores, o ganho de tônus muscular no tronco que ele precisa no momento da prova que proporcionam o equilibro corporal, e melhora de alguns aspectos, entre eles, o cardiorrespiratório, fundamental na prática de esporte”, destaca o profissional.
João Rodrigues enfatiza que a participação dos usuários em competições é a partir de incentivos à medida que “iniciam a prática de determinada modalidade. O reabilitando não aprende somente a praticar. Também apresento a parte teórica mostrando a eles a história daquela modalidade que estão participando. A partir daí, eles mostram interesse na modalidade e começam a disputar, não somente pela essência do esporte, mas também como surgiu, suas curiosidades e as competições”.
Margareth Soares, de 54 anos, revela que as terapias esportivas trouxeram benefícios para a evolução clínica do rapaz, como a melhora da sua coordenação motora e, além do mais, incentivou a tornar-se um corredor de rua.
“Atualmente, o Felipe já segura os objetos. Na piscina, por exemplo, nas atividades, ele não precisa mais do auxílio do terapeuta para ficar emerso na água. Em cinco anos de reabilitação, o meu filho consegue realizar movimentos do vôlei, por exemplo, como bater na bola simulando um saque. Começou a disputar competições em Belém após sentir-se seguro e incluído na sociedade por meio das sessões de terapia conduzidas pelo João (terapeuta) que mostrou a ele a corrida de rua. É uma evolução significativa porque, antes, era totalmente dependente até para realizar a higiene pessoal”, enfatiza a genitora que viajou acompanhando o filho.
Preparação – De acordo com João Rodrigues, antes do embarque a São Paulo, que aconteceu na quarta-feira (27), foram propostas as últimas dicas para que o reabilitando retorne a Belém com medalha na mala. Esta semana a preparação seguiu com alimentação balanceada e vitaminas, porque haverá mudança de clima e a viagem será longa, carca de 3.000 km de Belém até a capital paulista.
“Falei também da intensidade que deve iniciar a prova e durante o percurso quais metas deve traçar para chegar bem até o fim. Em São Paulo, após a chegada, deve realizar um alongamento dos músculos para quebrar o cansaço da viagem. No mais, ele está preparado, porque já participa de corridas em Belém”.
Disputas – Felipe Soares ultrapassa mais de 60 competições de corrida de rua, em Belém, e totaliza mais de 50 medalhas, um resultado que confirma o CIIR sendo referência na região Norte do Brasil na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) seja visual, física, auditiva e intelectual. “Sou muito grato ao apoio do Governo do Pará pelo incentivo e ao CIIR pela assistência oferecida”, celebra o reabilitando.
Estrutura - Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro de Reabilitação por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.