Com apoio da Emater, Bragança terá censo da cadeia produtiva de mel
A Empresa de Assistência Técnica já promoveu treinamento para levantar dados sobre apiários e meliponários instalados na Região do Caeté
A iniciativa vai gerar um banco de dados sobre a produção de melA Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) promoveu, no período de 6 a 8 de dezembro, treinamento sobre a metodologia de diagnóstico de georreferenciamento para levantamento de um censo dos apiários e meliponários na Região do Caeté, em Bragança, nordeste do Estado. A ação foi realizada em parceria com a Secretaria de Agricultura Municipal e a Associação dos Criadores e Criadoras de Abelhas do Município de Bragança (Ameliapis), com o apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e da Assistência Técnica e Gerencial (AteG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
O encontro contou com a participação de membros da Ameliapis e representantes dos órgãos parceiros. O objetivo foi organizar dados da cadeia produtiva de mel em Bragança com informações de todos os apicultores e meliponicultores do município. Os cadastros abastecerão uma base de dados digital.
“A ideia é que, ao final desse processo, as informações georreferenciadas integrem um sistema de banco de dados. Dele serão gerados automaticamente os relatórios e a espacialização da cadeia produtiva do mel no município”, explicou o geógrafo e coordenador do Núcleo de Geotecnologias da Emater, Jamerson Viana.
Coleta de dados - O cadastramento dos apiários e meliponários será feito com informações do produtor, como nome, CPF e quantidade de caixas. Para a coleta de dados nas propriedades serão usados celulares com aplicativo.
“Aproveitamos tecnologias disponíveis, todas com software livre. Em cima delas desenvolvemos o questionário e o banco de dados, que receberão informações”, informou o geógrafo.
Em dezembro, as equipes irão para o campo fazer o diagnóstico das propriedades para a conclusão do censo apícola.Treinamento sobre a metodologia de diagnóstico de georreferenciamento promovido pela Emater
Diagnóstico - A finalidade é subsidiar tomadas de decisões futuras, pois com o mapeamento será possível analisar como está a saúde da cadeia produtiva, identificando os principais problemas e a produção real do mel no município. O diagnóstico possibilitará à Associação visualizar o que precisa para melhorar o desenvolvimento da cadeia produtiva.
“Teremos informações mais precisas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderá se apropriar disso. A gente vai poder inserir na merenda escolar do município, por exemplo, o mel como alimento, e as informações dessa ação também poderão ser apresentadas no Congresso Paraense de Apicultura Apipará, que em 2024 será sediado em Bragança”, adiantou Jamerson Viana.
Ação preventiva - “Nós estávamos tendo muitos problemas com a apicultura migratória, pessoas vindas de outros estados com seus enxames, principalmente do nordeste do País, como Piauí e Maranhão, instalando seus apiários que são migratórios na região de mangues, na reserva extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, causando transtorno aos caranguejeiros. Nossa preocupação maior era com doenças de abelhas”, explicou o chefe do Escritório Local de Bragança, Adriano da Paixão Fonseca.
“A Ameliapis provocou a Câmara Municipal para a criação de uma lei que obrigasse a regularização e organização dos apiários e meliponários. Diante disso, se fez necessário o georreferenciamento, para saber onde estão localizados os apiários e meliponários”, disse Adriano Fonseca.
A instalação de novos locais para a criação de abelhas terá que levar em consideração os ambientes já fixos, e obedecer a uma distância mínima de 3 quilômetros um do outro. Isso também impossibilitará que um apiário migratório chegue à região.
Produção - O município de Bragança é o segundo maior produtor de mel da região, com 120 toneladas. O maior produtor é o município de Ourém, com 150 toneladas ao ano.
“Realizar esse georreferenciamento é um sonho antigo, que nós, da Associação, tínhamos. Isso trará melhorias para a nossa produção”, garantiu o presidente da Ameliapi, Pedro da Gama Ferreira.
Texto: Sarah Mendes - Ascom/Emater