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EDUCAÇÃO PÚBLICA

Enviada especial do Reino Unido conhece projetos pedagógicos em duas escolas estaduais

As escolas Marechal Cordeiro de Farias e Albanízia de Oliveira Lima receberam a vista da educadora Alicia Herbert OBE, diretora do FCDO

Por Governo do Pará (SECOM)
07/12/2023 20h03

Alicia Herbert OBE gostou das danças e disse estar inspirada pelos espaços de inclusãoEstudantes das escolas estaduais Marechal Cordeiro de Farias e Albanízia de Oliveira Lima, ambas em Belém, receberam na tarde desta quinta-feira (7) a visita da educadora Alicia Herbert OBE, diretora de Educação, Gênero e Igualdade no Foreign Commonwealth and Development Office (FCDO), e enviada especial do Reino Unido para Questões de Gênero de Sua Majestade Real. Ela esteve nas unidades para conhecer projetos pedagógicos e as ações de Enfrentamento à Violência Contra Meninas e Mulheres, realizados pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com a ONG Serenas, por meio de trilhas formativas.

Alicia Herbert trabalhou na área acadêmica e no Banco Mundial, e representou o Governo do Reino Unido em cargos seniores nos países africanos Moçambique, Sudão e Nigéria. Nos últimos 25 anos, ela desempenhou um papel de liderança na definição de políticas de desenvolvimento internacional e na condução da implementação de programas e reformas políticas em países da África Subsaariana e do Sul da Ásia.

Em Belém, a primeira unidade que a educadora conheceu foi a Escola Marechal Cordeiro de Farias, onde foi recepcionada pela equipe do Projeto “Escola a Caminho da Sustentabilidade”, que tem como objetivo ampliar e fortalecer as práticas sustentáveis, além de tornar a escola referência em sustentabilidade, servindo de modelo para outras instituições de ensino. Os estudantes apresentaram o corredor verde, o sistema agroflorestal, as hortas suspensas e outras iniciativas.

“A COP-30 está trazendo uma atenção maior para o Estado, e a Alicia representa isso. Em nome do Reino Unido está vindo com um tema muito específico, e entender como é o nosso Estado e a nossa rede, e somar esforços para o que a gente precisa. É muito boa a visão que eles trazem sobre o combate à violência de gênero e promoção da igualdade de gênero, além de pensar em estratégias do que já está sendo feito. Por isso que a visita é muito bem-vinda”, frisou o secretário adjunto de Gestão de Pessoas da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), Marcelo França, que representou o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares.

Na Escola Albanízia de Oliveira Lima, Alicia foi recepcionada por estudantes do Projeto Integrado (PI) vestidos de personagens de época, e fez foto sentada na escadaria do prédio. Ela percorreu a galeria de arte da escola, onde há muitas pinturas. Em seguida, Alicia Herbert seguiu para a Sala de Projetos, onde estão projetos de Robótica e o “Meninas na Ciência”. Houve apresentação da equipe Pavulagem, que conquistou o segundo lugar da XIV Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto Açaí (MCTIA) 2023, categoria Ciências Exatas do Ensino Fundamental, com o Projeto “Do plástico à aprendizagem: reciclagem de garrafas PET, impressão 3D e melhoria da aprendizagem matemática”.

“O nosso robô é feito de um material chamado miriti, que vem de um galho seco, caído de uma árvore. A gente não precisa desmatar nenhuma árvore. E ele é especificadamente da região Amazônia. Isso são coisas revolucionárias que mostramos a ela”, disse a aluna do 7º ano, Jéssica Aguiar.

Violência - Ainda dentro da programação, Alicia participou de um bate-papo com os estudantes sobre violência de gênero, mediado pela presidente da Serenas, Amanda Sadalla, que é parceira da Seduc na trilha formativa de Enfrentamento à Violência Contra Meninas e Mulheres. A estudante Victória de Souza Andrade, 18 anos, também ajudou a conduzir o bate-papo. “É um momento importante discutirmos violência de gêneros em todas as escolas e alertar a sociedade para que haja uma mudança de pensamento”, disse a estudante.

A conversa foi iniciada com a exibição de um vídeo sobre formação das lideranças da Seduc, e em seguida, Victória Andrade e Amanda Sadalla dialogaram com Alicia, sobre a importância da conscientização e da necessidade de ações formativas para assegurar os direitos das meninas e mulheres nas unidades escolares e demais espaços. “É um prazer e privilégio eu descobrir algo sobre mim mesmo, que sou uma filha perdida no Pará. Amei cada minuto da dança que foi apresentada. Estou muito inspirada por esse espaço, porque é um espaço de inclusão, um espaço em que os alunos estão quebrando as barreiras. Amei o espaço de Ciência. Estão fazendo uma mudança para as mulheres de hoje, porque no Brasil e no mundo não temos mulheres suficientes na Ciência e na Matemática, e só de fazer isso já estão quebrando barreiras”, completou Alicia Herbert, ao final do bate-papo.

Durante a passagem por Belém, Alicia Herbert também conheceu o coletivo “CineClube”, no bairro da Terra Firme, onde ouviu relatos da juventude local e viu intervenções urbanas. A professora Lília Melo, que está à frente do projeto, destacou a importância da visita ao local. “É uma representação governamental internacional, mas a gente está falando de uma mulher preta. E quando a gente fala de território periférico, porque ela esteve no bairro da Terra Firme e visitou o coletivo, é uma referência que fortalece tudo aquilo que eles buscam. Está no lugar e ocupar lugares de decisão política e estratégica. Mas são lugares que são deles de direito, e que infelizmente ainda pouco acessado. É entender que esse diálogo é horizontalizado. Ele precisa ter diferentes vertentes e espaços de linguagem, e não pode ser de cima pra baixo; ele precisa ser pra todos”, disse a professora.

Texto: Bianca Rodrigues - Ascom/Seduc