Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
IFC AMAZÔNIA

Considerado o “Gigante da Amazônia”, o pirarucu ganhou destaque em evento internacional de pesca e aquicultura

Além de ser temas de painéis com a participação de produtores locais e de especialistas, a espécie foi  escolhida para as peças promocionais do evento; durante os três dias de feira, o público pôde ver de perto o peixe criado em cativeiro

Por Rose Barbosa (SEDAP)
05/12/2023 15h43

Considerado como ‘garoto propaganda’ do I IFC Amazônia, que encerra na noite desta terça-feira (5) no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o pirarucu tem sido uma das espécies que mais ganharam notoriedade na programação. Na última segunda-feira à tarde, a espécie, que aparece no material de divulgação do evento, foi tema de um painel que tratou dos sistemas de produção, desafios tecnológicos e de mercado na produção do “gigante da Amazônia”.

Um dos maiores criadores do pirarucu no Pará, Eduardo Arima, teve uma participação de destaque no I IFC Amazônia. A convite da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), o produtor foi um dos palestrantes que participaram do painel específico para tratar do peixe. Arima também disponibilizou para o evento dois filhotes de pirarucu de 70 centímetros (com peso de 50 quilos cada) que têm despertado a atenção de muitos participantes da programação.  Os pirarucus fazem parte da leva criada em cativeiro na propriedade localizada no município de Benevides.

O grupo, formado por quatro estudantes de engenharia de pesca da Universidade Federal do Pará (UFPA) que participam do IFC, aproveitou a visita à feira instalada no térreo do Hangar para saber um pouco mais da espécie. Vítor Mateus Souza disse que ele e os colegas já conheciam um pouco sobre o pirarucu por conta das matérias realizadas na UFPA que tratam sobre os peixes da Amazônia. O estudante informou que também já estudou sobre o peixe pela internet.

“Nós participamos de palestras voltadas para os nossos peixes regionais e soubemos que há espécies que não têm aquele valor estimulado para o consumo da gente mesmo que é da  terra, então a gente espera que melhore isso, com as palestras de hoje em dia, com muita coisa publicada, a gente verifica que esse peixe precisa ser mais valorizado, melhoraria mais para os produtores se eles receberem mais incentivo”, observou o estudante.

O colega de turma, Marcos Rodrigues, complementou o raciocíno e opinou que o pirarucu precisa ter seu valor agregado. “Nós assistimos aqui em algumas palavras que o custo de produção do pirarucu em cativeiro é elevado e que precisa ter uma estratégia de marketing mais trabalhada para que esse peixe tenha o valor que ele merece realmente”, opinou.

As dificuldades para aumentar a produção da espécie existem, mas estão sendo trabalhadas intensamente para melhorar o mercado, como observou Eduardo Arima, que acompanhou de perto a visita dos estudantes da UFPA ao tanque onde se encontram as espécies. Segundo ele, a maior dificuldade registrada atualmente por quem cria o pirarucu é a produtividade. Ele explica que participa de um grupo formado por nove produtores, mas a quantidade produzida por eles ainda deixa a deseja para exportar a espécie. “Temos peixe demais para o mercado local e de menos para o exterior; temos conseguido enviar alguma demanda para os Estados Unidos, mas é para complemento de carga”, observou o produtor.

 Ele adiantou que o grupo já recebeu uma encomenda dos Emirados Árabes mas não conseguiu atender a tonelada pedida. “Nosso desafio nem é com relação à criação, mas é referente à quantidade, para termos volume o suficiente para abastecer o mercado de fora”, disse. Segundo ele, o ideal era que os produtores tivessem disponível o mínimo de 70 mil animais anualmente e hoje a produção é de  20 mil, como observou o criador. Atualmente a capacidade de produção é para apenas três meses. “Não tem como fechar contrato com essa quantidade”, avalia Arima.

Incentivo - Apesar das dificuldades que o segmento enfrenta, como observou Eduardo Arima, os produtores recebem grande incentivo do Governo do Estado por meio da Sedap. “A Sedap conhece o nosso projeto e contribui para a venda do produto, recebemos apoio para participamos de eventos fora, somos parceiros na Feira do Pescado onde a gente apresenta o nosso produto e foi muito bom esse convite para expormos aqui, acredito que com esse destaque que estamos tendo no IFC, a gente deve conseguir melhorar nosso trabalho. Nosso projeto é que daqui a 2025 a gente tenha essa capacidade de produção, estamos investindo pesado para isso”, anunciou Arima. Ele lembrou que o Governo do Estado, também através do Banco do Estado do Pará (Banpará), oferta financiamento para alavancar a produção.

O diretor de pesca da Sedap, Orlando Lobato, enfatizou que a secretaria tem dado apoio aos produtores da aquicultura envolvendo a maricultura e a  pscicultura através do repasse de horas máquina, com assistência técnica, para elaboração de projetos e visitas nas propriedades. “Especificamente sobre o projeto pirarucu, a Sedap tem repassado apoio de  forma geral, mas é necessário que no próximo ano, a gente paute um apoio mais com foco, onde a gente possa verificar essa espécie amazônica, a produção em cativeiro e a Sedap ter um certo protagonismo nesse apoio de forma que a gente possa aumentar essa produção”, garantiu o diretor de Pesca.

O diretor disse que a secretaria está buscando as formas de investimentos financeiros no segmento, se recursos do próprio governo, de emenda parlamentar ou de crédito. “A própria Sedap auxiliar na tomada de crédito, esse é um tipo de apoio que a gente pode pontuar para que a gente materialize o aumento da produção em cativeiro e possamos aumentar essa produção, que é boa para a melhoria de qualidade de vida desses que produzem e também a circulação de receita no Estado”, garantiu Orlando Lobato.

Sobre o pirarucu - De acordo com o experiente criador, na cadeia do peixe não tem quem se comporte melhor em ganho de peso da parte de criação do que o pirarucu.

Os alevinos chegam em média com 20 centímetros e até 10 quilos em um período de um ano. A capacidade de produção ano é de 30 toneladas. “O nosso produto, devido a gente fazer o abate até 10 quilos, é diferenciado; quem prova do nosso peixe não deixa de comprar não”, garantiu Arima.