HOL promove evento sobre o uso da biologia molecular no tratamento oncológico
Estudantes, residentes e servidores acompanharam palestra que destacou a relevância da medicina personalizada para a assistência de pacientes com câncer
Na manhã desta segunda-feira (4), o Hospital Ophir Loyola (HOL) promoveu a palestra “A biologia molecular como ferramenta na assistência do Hospital Oncológico”, ministrada pelo doutor em genética, Rommel Burbano. Alusivo ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado no último dia 27, o evento foi realizado no auditório Luiz Geolás de Moura Carvalho, onde reuniu pesquisadores, estudantes, residentes e profissionais da área da saúde.
O evento contou com a presença da coordenadora estadual de Atenção Oncológica, Patrícia Martins, e da titular da Diretoria de Ensino e Pesquisa do HOL, Margareth Braun, que representou o diretor-geral João de Deus. “O hospital registra muitos avanços estruturais, tecnológicos e a publicação de trabalhos magníficos. Sabemos que temos muitos desafios no enfrentamento ao câncer, mas a gestão não tem medido esforços para evoluirmos ainda mais”, disse a diretora, reiterando que, em breve, o Governo do Pará entregará a nova Unidade da Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos da instituição.
Medicina personalizada - Inaugurado em 2016, o Laboratório de Biologia Molecular do Hospital Ophir Loyola atua com avaliações moleculares que norteiam os tratamentos oncológicos, viabilizando uma visão mais ampla e uma abordagem terapêutica mais assertiva. “A biologia molecular é uma das ferramentas da genética que auxilia todas as áreas da saúde. Os tumores são heterogêneos geneticamente, ou seja, as neoplasias com o mesmo tipo histológico apresentam alterações diferentes. Logo, a análise dos biomarcadores ajuda no direcionamento do tratamento”, disse o pesquisador.
Burbano ressaltou ainda outros benefícios do diagnóstico molecular. “Com essa ferramenta, nós temos: avaliação mais precisa e precoce; prognóstico mais seguro; direcionamento terapêutico; diminuição do tempo e dos custos do tratamento; e aumento das chances de cura e da expectativa de vida”, afirmou.
Estudantes da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Faculdade Integrada da Amazônia (Finama) acompanharam as explanações de Burbano, que destacou a importância da biologia molecular na assistência clínica. “O recurso fornece análises de biomarcadores tumorais, contribuindo para a prevenção do câncer, bem como para o diagnóstico, prognóstico, escolha do tratamento adequado e o monitoramento da terapia utilizada”, afirmou o coordenador do Laboratório de Biologia Molecular do HOL.
A palestra abordou as aplicabilidades clínicas dos biomarcadores tumorais investigados por biologia molecular e as especificidades dos pacientes oncológicos nortistas. “Conferimos a pertinência dessa ferramenta para diagnóstico de pacientes com câncer e isso foi muito enriquecedor, pois complementa a nossa formação. Aqui no Estado temos alguns cânceres mais prevalentes e é fundamental conhecermos essas peculiaridades e sabermos da importância dessa ferramenta da genética para o enfrentamento à doença”, disse a estudante de biomedicina da Uepa, Rebeca Pinheiro.
“O evento foi genial, pois sabemos que tudo está interligado e que a biologia molecular influencia diretamente no tratamento e no cuidado do paciente. A ferramenta representa um avanço, pois indica qual conduta é melhor e mais adequada”, completou Nataly Costa, integrante da Residência Multiprofissional Oncologia do HOL.
Doutoranda em Oncologia e Ciências Médicas pela UFPA, a enfermeira e professora Isis Ataíde aproveitou a oportunidade para reunir alunos no evento gratuito. “Eles vêm da faculdade com a expectativa de ver a teoria sendo aplicada à realidade e esse tipo de experiência proporcionada pelo HOL torna tudo mais palpável, mais real. Aqui tivemos a oportunidade de ver como as coisas estão evoluindo e isso estimula demais a todos que se propõem a produzir conhecimento. Passeios acadêmicos são divertidos, nos inspiram e a palestra nos enche de orgulho por ver que a instituição está publicando muitas pesquisas”, disse. O HOL acumula mais de 80 artigos publicados, 6 pós-doutorados, 19 teses de doutorado; 18 dissertações de mestrado, além dos Trabalhos de Conclusão de Residência.
