Cuidados paliativos ganham destaque durante evento científico no Ophir Loyola
Assistência especializada garante qualidade de vida ao paciente oncológico e familiares através da prevenção, alívio do sofrimento e tratamento da dor, sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais
O I Encontro de Cuidados Paliativos Oncológico e Comunidades Compassivas do Hospital Ophir Loyola (HOL) contou com a presença de mais de 100 profissionais e acadêmicos da área de saúde nesta sexta-feira (01). O evento abordou sobre a filosofia, os princípios e as práticas paliativistas, assim como a reflexão e o debate sobre esse cuidado especializado ofertado ao paciente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que os cuidados paliativos são a abordagem multidisciplinar direcionada a melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares no enfrentamento de problemas associados a doenças que ameaçam a vida.
A médica paliativista Ana Carolina Gonçalves, coordenadora da Clínica de Cuidados Oncológicos (CCPO) do HOL "Os cuidados paliativos acontecem desde o diagnóstico à fase final do adoecimento para trazer qualidade na assistência. É um olhar para o cuidado amplo e complexo para que haja respeito ao sofrimento em todos os aspectos: físicos, sociais, psicológicos e espirituais", esclareceu Ana Carolina Gonçalves, coordenadora da Clínica de Cuidados Oncológicos (CCPO), durante a palestra de abertura.
A especialista falou sobre a importância da formação de comunidades compassivas, ou seja, grupos que são formados por profissionais de saúde, voluntários e familiares que se unem para ofertar compaixão e cuidados a pessoas que sofrem de doenças graves. "A função principal dessa comunidade é levar os cuidados paliativos e, até mesmo, os cuidados básicos em saúde a quem necessita de tratamento e para aqueles que estão com algum tipo de dor. São pessoas treinadas que sabem como ministrar o medicamento, a alimentação e outros cuidados necessários para dar dignidade ao paciente em domicílio", esclareceu.
Uma das mesas-redondas destacou o papel da família para estes cuidados. De acordo com os profissionais, a família é um pilar fundamental no suporte emocional do paciente ao oferecer apoio, ouvir as preocupações com empatia e também oferecer conforto emocional nas horas mais difíceis.
"Existe uma abrangência muito grande dessa família dentro do cuidado paliativo, ela quem define, junto ao paciente, o que será feito durante o tratamento conforme a demanda daquele momento", destaca a enfermeira Evelline Santos ao falar sobre a atuação dos familiares no atendimento em domicílio, onde ficam responsáveis totalmente por esse paciente. A enfermeira reforça ainda que "é imprescindível destacar a autonomia desse enfermo, porque tem direito de escolher sobre o que quer e como quer a finitude dele e, às vezes, a família não aceita".
Para cuidar do paciente com câncer em progressão é preciso ter um olhar multiprofissional, conforme ressaltou a enfermeira Margarida Carvalho, que também faz parte do serviço especializado do Hospital Ophir Loyola. Para a especialista, os profissionais adquirem muitas competências técnicas para isso, porém, não basta ter somente a compaixão e empatia (apesar de necessárias), existe também a ciência e técnica para possibilitar uma assistência adequada.
Enfermeira Margarida Carvalho, que também integra o serviço especializado do Hospital Ophir Loyola. "É preciso compreender o caminho da doença oncológica, saber com o que esse paciente está lidando e também conhecer os sofrimentos ocasionados pela doença, para que seja montado um plano de cuidado multidisciplinar, com a finalidade de acolher o paciente e respectiva família de uma forma integral", explica Margarida que ressalta ainda que "cada paciente e família tem particularidades". "A experiência da dor oncológica é individual, isso significa que não pode ser trabalhada de uma forma protocolar. Os protocolos existem para nortear o trabalho da equipe, mas cada profissional precisa conhecer paciente e família em sua individualidade", enfatizou a profissional.
Serviço: A CCPO do HOL tem por finalidade estabelecer as condições necessárias à assistência em cuidados paliativos oncológicos, promover o controle da dor e demais sintomas, proporcionar o acompanhamento e intervenção psicológica, social e espiritual, assim como fornecer um sistema de suporte afetivo ou familiar. A assistência é garantida por uma equipe multidisciplinar e conta com todo o suporte de procedimentos hospitalares especializados e de exames de imagem e laboratoriais. Em breve, a nova Unidade da Clínica deve ser entregue pelo Governo do Estado.