Com apoio da Emater, produtos de reserva extrativista, em Baião, ajudam entidades
Culturas da agricultura familiar da reserva extrativista Ipaú-Anilzinho contribuem com as ações sociais da Casa da Pastoral da Criança
Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Baião, no nordeste paraense, o trabalho na agricultura de três famílias da reserva extrativista, Resex Ipaú-Anilzinho, se transforma em alimentos diários para crianças com risco de desnutrição.
A Casa Pastoral da Criança, um organismo filantrópico, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), recebeu mais de uma tonelada e meia de abacaxi, banana e mandioca, sem agrotóxicos, no dia 24 deste mês.
O que liga moradores de um território ambientalmente protegido, situado a 78 km da sede de Baião e com acesso exclusivo pelo rio Tocantins, a 159 crianças em vulnerabilidade socioeconômica das zonas urbana e periurbana, é uma política pública chamada Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), iniciativa do governo federal executada com a parceria do governo do Estado. Foi a primeira entrega pelo PAA no município.
A partir do atendimento da Emater, as três comunidades (Anilzinho, Joana Peres e Xininga) e a que reúne quatro assentamentos (Espírito Santo, Fé em Deus, Lucas e Santa Rosa), obtiveram a emissão de cadastros nacionais da agricultura familiar (cafs), e os agricultores habilitaram-se a fornecer produtos diretamente para entidades de atuação social, a preços competitivos. Um ganho de 50% na renda das famílias, disseram os agricultores.
“Só em julho emitimos 63 cafs da Resex. Também é a Emater que emite a caf jurídica das Associações. O serviço permanente da Emater é fundamental para que a agricultura familiar de Baião alcance e realize oportunidades reais de produção, capacitação, estruturação e comercialização, entre outras etapas”, diz o chefe do escritório local da Emater em Baião, Emanoel Sebastião Pantoja, técnico em agropecuária e pedagogo.
Demandas
Para o agricultor Dionéssio Borges, de 32 anos, mais conhecido como “Dió”, presidente da Associação de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Extrativistas, Pescadores e Pescadoras Artesanais da Reserva Extrativista Ipaú-Anilzinho (Atreprea), a participação da Resex no mercado governamental emociona: “É coroar a base. O impacto é muito positivo. Não há como ser agricultor, extrativista, pescador sem recursos iniciais, de giro, de venda. A agricultura familiar é nosso meio de sobrevivência e também de sobrevivência da sociedade como um todo, que depende do abastecimento”, afirma.
De acordo com a Atreprea, a demanda é que até o fim do ano mais 150 famílias tornem-se aptas para compor o PAA.
“Vale ressaltar como a Emater é amiga e presença neste processo. Sem a Emater, nenhuma destas conquistas seria possível. A Emater faz mais do que existe pra fazer, inclusive”, considera a Liderança.
Texto de Aline Miranda