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CONGRESSO EM PORTUGAL

Ophir Loyola  tem representação no maior evento de gestão em saúde mundial

Apresentações de trabalhos e capacitação em sustentabilidade hospitalar com foco na COP 30 fizeram parte da agenda institucional

Por Leila Cruz (HOL)
09/11/2023 14h50

Representantes do Hospital Ophir Loyola (HOL) participaram do 46° Congresso Mundial dos Hospitais (WHC), em Lisboa. Com o tema “Global Learning, Local Action”, o fórum reuniu líderes e gestores, serviços e organizações da comunidade internacional de saúde para compartilhar conhecimento e boas práticas de liderança, apresentar ideias e inovações. Somente 50 trabalhos orais foram apresentados durante o congresso, e o case do Hospital foi um dos escolhidos com o tema “Metodologia Lean Healthcare: Aplicação de Ferramentas Para a Redução do Tempo de Atendimento Emergencial em um Hospital Oncológico na Amazônia Oriental”.

O diretor-geral do HOL, o médico João de Deus, destacou a importância da participação do hospital enquanto Centro de Alta Complexidade de Oncologia  de referência para a região Norte do País. “Atendemos um perfil adulto oncológico específico e tratamos doenças complexas que existem somente nesta região do mundo e são tratadas pelo hospital. Os participantes se surpreenderam com o fato de termos uma urgência oncológica, por ser algo incomum em outros países. Então apresentamos a experiência, o destino e a trajetória monitorada do paciente por meio de indicadores”, enfatizou o gestor.

As soluções do hospital chamaram a atenção pela facilidade de implementação sem a necessidade  de investimento em Inteligência Artificial (IA). “Apresentamos as ferramentas da metodologia Lean para otimizar a nossa capacidade de atendimento e que podem ser utilizadas por qualquer unidade hospitalar do globo. Mostramos também como conseguimos engajar as nossas equipes para identificar os problemas e criar oportunidades de melhorias para que tenhamos um resultado final. Reunimos mensalmente e semanalmente para fazer análise de indicadores e encontrar soluções. Ações práticas e simples, mas que impactam positivamente na assistência”, informou João de Deus.

A metodologia Lean é uma filosofia de melhoria de processos baseada em tempo e valor, projetada para garantir fluxos contínuos e eliminar desperdícios. Dentre as ferramentas utilizadas está o Daily Huddle, que projeta uma comunicação efetiva, o Plano de Capacidade Plena (PCP) para estabelecer ações para que o paciente possa ser absorvido de forma mais rápida para área de internação e a Escala NEDOCS, uma ferramenta destinada à análise de indicadores de superlotação mensurada por uma plataforma do Ministério da Saúde.

“Antes de termos ferramenta em Lean Helthcare em 2018, tínhamos um NEDOCS de 825 pontos e hoje conseguimos manter uma média média de 230. Isso demonstra o quanto evoluímos na assistência, mesmo com o pico da pandemia conseguimos assistir nosso paciente de maneira eficiente, não ter uma superlotação com tempo exacerbado de permanência”, destacou a coordenadora de Projetos de Melhorias do hospital, Samanta Miranda.

Também foram aprovados dois trabalhos em apresentação de pôster sobre o Kamishibai, uma ferramenta de análise de fluxo do centro cirúrgico, apresentada pelo coordenador, dr. Isamu Komatsu. O segundo pôster foi apresentado pelo diretor-geral João de Deus e destacou o Kanban, palavra de origem japonesa que significa “sinalização” ou “cartão”, aplicado nas enfermaria para que cada profissional da equipe multidisciplinar sinalize os cuidados  individualizados necessários para o paciente.

Visitas técnicas - Os profissionais realizaram ainda visitas técnicas em hospitais renomados de Portugal para conhecer os fluxos e os sistemas de gestão hospitalar utilizados. Um deles é o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, que consiste em um conglomerado formado por sete hospitais e juntos totalizam 6 mil leitos para atender doenças crônicas, considerando que a população predominante é idosa. Também conheceram o Instituto Português de Oncologia (IPO), detentor de altas tecnologias de informação e para oferta de cuidados avançados.

Sustentabilidade - A comitiva do Hospital Ophir Loyola foi a única representante do serviço público da região Norte a participar do Workshop “Líderes Sustentáveis do Futuro nos Cuidados da Saúde”, promovida pelo Centro de Sustentabilidade de Genebra (CSG) e que reuniu os principais representantes globais de saúde na capital portuguesa. Durante a formação, a diretora executiva do CSG, Sonia Roschnik, expôs estratégias necessárias à promoção das melhores práticas e os benefícios sociais e econômicos associados à sustentabilidade ambiental em instituições de saúde.

“Esse estímulo surgiu durante o Acordo de Paris, um documento assinado por 195 países em 2015 com a finalidade de estabelecer metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa. A partir daí, os líderes mundiais têm dado ênfase na temática e buscam amenizar as alterações climáticas. O Centro de Sustentabilidade de Geneva atribuiu importância à área de saúde, desde então realiza pesquisas e cria estratégias no sentido de reduzir a  emissão de gás carbônico (CO2) nos serviços hospitalares”, explica Samanta Miranda.

Conforme dados apresentados durante o workshop, uma única cirurgia emite mais CO2 do que um voo de  Londres a Tóquio. “Recebemos e aproveitamos a oportunidade de sermos qualificados pelo Líder Mundial de Sustentabilidade na Saúde. E com isso teremos acesso gratuito durante três meses ao aplicativo chamado CEO. Nesse app, iremos inserir todos os parâmetros da nossa instituição hospitalar e traçar um projeto de acordo com a nossa realidade. E com isso pretendemos contribuir com as metas do Governo do Estado para a COP 30 ”, afirmou a coordenadora de projetos do HOL.

“Apenas dois hospitais brasileiros participaram dessa capacitação, o nosso maior desafio é implementar uma cultura de sustentabilidade e formar os nossos coordenadores como líderes sustentáveis. Assim como o hospital é certificado como Centro de Alta Complexidade em Oncologia, pretendemos, futuramente, nos destacarmos na área de sustentabilidade na linha de atenção oncológica”, enfatizou Samanta.

Texto: Leila Cruz - Ascom HOL