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CIIR adere à Prevenção e Combate à surdez e registra 6.362 serviços à saúde auditiva

De janeiro a outubro de 2023, o Centro disponibilizou consultas, exames ambulatoriais, e entregou 314 aparelhos de amplificação sonora individual

Por Pallmer Barros (CIIR)
09/11/2023 08h30

Maria Ribeiro é assistida no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, alerta para a prevenção de doenças que podem causar a perda auditiva, e por isso, a instituição adere ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, enfatizado nesta sexta-feira (10), e que diariamente em 2023, de janeiro a outubro, ofertou o acompanhamento e o rastreio da deficiência conduzindo 6.362 serviços de saúde entre consultas com o otorrinolaringologista e a realização de exames ambulatoriais, além da entrega de 314 Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) que totalizam 6.676 atendimentos aos usuários assistidos.

Há várias causas para a deficiência, mas as medidas preventivas começam desde antes do nascimento com serviços de saúde que estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Segundo a otorrinolaringologista do CIIR, Fernanda Queiroz, para as gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez em bebês. “Por isso, é importante que a mulher grávida faça o pré-natal corretamente e monitore a saúde para o diagnóstico e tratamento precoce dessas doenças”, aconselha.

De acordo com a profissional, além da possibilidade de nascer com a surdez, o ser humano, pode desenvolver diversas doenças que levam à perda auditiva, entre elas, as infecciosas como a meningite, o sarampo e a varicela (catapora), até doenças neurológicas em fase avançada de vida que evoluem para o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que envolvem ainda, o diabetes e a hipertensão, não controlados. 

“Também, o ser humano pode nascer com uma tendência genética à perda auditiva precoce, por isso, a importância de consultas ao médico otorrinolaringologista, especialista para cuidar da saúde auditiva”, explica Fernanda Queiroz que enfatiza a importância de o recém-nascido realizar a Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida como teste da orelhinha, que segundo o Ministério da Saúde (MS), o exame deve ser realizado em bebês o mais precoce possível dentro das primeiras 48 horas de vida ou, no máximo, em até 30 dias de nascido.

Alerta – De acordo com Fernanda Queiroz, existem hábitos que podem ligar o sinal de alerta para possíveis perdas de audição desde a criança até os idosos, como por exemplo, aos poucos, a partir dos 40 anos, com intensidade quando atinge os 60, é perceptivo a presbiacusia, uma alteração no órgão auditivo e/ou vias auditivas decorrentes do processo de envelhecimento. 

Neste momento, ocorre a perda auditiva do tipo neurossensorial, bilateral e simétrica, comprometendo inicialmente as frequências altas como a detecção de sons agudos e a discriminação da fala. “Essas perdas são normais e potencializadas por intermédio de exposição contínua a ruídos em razão de certas profissões em que a pessoa exerceu, por exemplo, em fábricas manuseando equipamentos, entre outros serviços como de telefonistas que podem ocasionar a surdez”, acrescenta a médica que faz um principal alerta para o ato muito comum de as pessoas colocarem corpo estranho no ouvido para limpá-los ou coçá-los, além do uso excessivo de fone no ouvido. 

Iniciando acompanhamento no CIIR, em busca de fechar diagnóstico, Maria Ribeiro, de 58 anos, há alguns anos apresenta dificuldades para ouvir. Segundo ela, por frequentar locais fechados e com som ambiente alto podem ter a prejudicado. 

“No início não dei muita importância para essa dificuldade, mas agora, procurei ajuda de um especialista depois que meus familiares começaram a me brigar; eles estão cansados de falar em voz alta comigo e repetir as palavras até eu ouvir. Acho que tudo é uma soma de constantemente estar em locais com som no volume alto. Faço parte da banda da igreja em que congrego por anos e fico próximo à caixa de som, além de limpar os ouvidos sem ser com cotonete. Pelo que estou vivendo é muito importante esta data para conscientizar outras pessoas”, analisou e que agora irá realizar no CIIR exame de Audiometria Tonal para fechar o diagnóstico. 

A otorrinolaringologista pondera ainda que “tentar realizar a retirada do excesso de cera dos ouvidos com a ajuda de uma ponta da tampa de caneta, por exemplo, pode ocasionar a perfuração timpânica e, com isso, a perda auditiva parcial ou total”, alertou. 

Importância de utilizar o AASI – O Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), assim como é tecnicamente denominado o popular aparelho auditivo, amplifica o som ambiente de acordo com as necessidades da pessoa. O equipamento irá melhorar a qualidade de vida do usuário aumentando a percepção sonora e diminuindo a dificuldade da percepção de entender as palavras/sons, além de proporcionar a socialização com as pessoas. “Sem dúvida, o isolamento social será desfeito e a pessoa usuária do aparelho auditivo conquista qualidade de vida”, finaliza a médica, Fernanda Queiroz. 

Dados - O primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado em 2021, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que um quarto da população global ou o equivalente a cerca de 2,5 bilhões de pessoas, terão algum grau de perda auditiva até 2050. O estudo destaca ainda que cerca de 60% dos diagnósticos que podem refletir na perda auditiva são evitados por intermédio da prevenção e o tratamento a doenças ligadas à surdez. 

Estrutura - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.