Fapespa lidera workshop de programa suíço-brasileiro de inovação para bioeconomia
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas debateu propostas econômicas com representantes dos setores público, privado, e da academia
Em conjunto com a Swissnex no Brasil, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) liderou o Workshop de Cocriação do Projeto nexBio Amazônia, que faz parte do Programa Suíço-Brasileiro de Inovação para Bioeconomia. O encontro, realizado em Belém, na terça-feira (7), reuniu representantes dos setores público, privado, do meio acadêmico e da sociedade civil organizada para discutir desafios e propostas para a área de biodiversidade e bioeconomia na região amazônica.
A Swissnex é a rede global da Confederação Suíça que busca conectar parceiros, projetos e iniciativas em educação, pesquisa e inovação. Com o apoio da Fapespa, a Swissnex no Brasil pretende lançar um edital envolvendo startups suíças e brasileiras, que tenham como principal objetivo implementar soluções práticas e de rápida execução que elevem a sustentabilidade das cadeias de produção já existentes na Amazônia.
Foram convidadas para o workshop mais de 20 instituições, entre elas o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), Instituto Peabiru, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e a Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Dividido em três blocos, o encontro listou cadeias produtivas com maior potencial e impacto para uma transição sustentável, os processos, as principais tecnologias para enfrentar os gargalos em cada uma delas e, por fim, foram definidas organizações relevantes, chances de financiamento, pesquisadores da área e os desafios de implementação.
Entre as cadeias produtivas apresentadas, tiveram destaque e maior atenção as do cacau e cupuaçu, com foco na fitossanidade; produtos florestais não madeireiros (manejo florestal comunitário); óleos e pescado, com ênfase na pesca da piramutaba – cadeia produtiva do grude, que necessitaria ser formalizada.
“Estava curioso para saber como essa discussão seria conduzida e gostei bastante. Espero que seja dado um retorno do resultado do que aconteceu no workshop e a partir daí possa haver uma socialização, abrangendo outras instituições que não estiveram presentes, como as comunidades mais tradicionais, já que a bioeconomia, em tese, é para elas”, avalia Milton Kanashiro, pesquisador da Embrapa.
“Vi vários setores da universidade e daqueles que trabalham com as cadeias produtivas. Foram unidas várias ideias e propostas para melhorar a bioeconomia na Amazônia. Espero que saia um bom edital com recursos que possam gerar mais riqueza nas comunidades da Amazônia, agregando mais valor aos nossos produtos”, disse Jofre Freitas, pró-reitor de pesquisa e pós-Graduação da Uepa.
Após o workshop, foram apresentados os resultados da discussão, com a presença do embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, e do diretor-presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel Botelho.
“Para criar um edital como o nexBio Amazônia é preciso muito mais do que informar a sociedade. O processo tem que ser colaborativo, com a presença da comunidade acadêmica, empresários, sociedade civil, da população, que precisa ser parte integrante da proposta a ser construída. O Governo do Pará tem procurado, cada vez mais, essa participação efetiva da sociedade. O governador Helder preza por isso e nos impulsiona sempre nesse sentido. O empoderamento da sociedade é fundamental para a construção de bons fomentos à pesquisa no nosso estado”, analisa Marcel Botelho.