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Projeto Casulo prioriza saúde mental de pacientes

Por Caroliny Pinho (SESPA)
04/11/2023 09h48

Lançado em maio de 2022, o Projeto Casulo, que é responsável pela reestruturação do atendimento ambulatorial e hospitalar de pessoas transexuais no Pará, alcançou a marca de 330 pacientes inscritos. Atualmente, ele oferta consultas com especialistas e exames laboratoriais na Policlínica Metropolitana, em Belém, além de cirurgias plásticas realizadas no Hospital Jean Bitar, também na capital. 

“O nosso balanço do programa é muito positivo. Quando nós pensamos nesse projeto, redesenhando o ambulatório e tornando-o mais robusto com um número maior de cirurgias e em parceria também com a UEPA e a ETSUS, nós conseguimos tornar o atendimento das pessoas muito mais completo e integrado. Isso sem dúvida favorece o serviço e o maior beneficiado é a população que recebe um serviço público de qualidade”, disse Carla Figueiredo, Diretora Técnica da Sespa. 

Desde o lançamento, o projeto já realizou 2.317 consultas médicas, 2.249 consultas não médicas e 10.600 exames clínicos. O estudante Pedro Matteo Trindade, 21 anos, é de Ananindeua e é atendido no Projeto Casulo há um ano. Ele conta que conheceu o programa pela internet e em apenas um mês fez todos os exames laboratoriais necessários e logo foi encaminhado ao atendimento específico com psicóloga, psiquiatra, endocrinologista e clínico geral. 

“Eu estou aqui há um ano e é muito bom, pois há toda a estrutura para o atendimento. Sempre que a gente precisa de uma consulta diferente eles nos atendem também. Então esse é um projeto que eu sempre recomendo até mesmo para pessoas de outros estados. Aqui a gente é bem respeitado e faz toda a diferença o atendimento feito com o endócrino e a psicóloga”, disse o rapaz. 

O cuidado com a saúde mental dos pacientes tem sido um dos principais focos do programa. Até o momento, já foram realizadas 1.887 consultas psicológicas, acompanhamento que na prática faz toda a diferença para quem está fazendo a transição de gênero. “O acompanhamento psicológico é uma das especialidades disponíveis no projeto e que o paciente precisa passar para poder ser avaliado e então encaminhado para os processos cirúrgicos, caso ele tenha desejo de fazer essas modificações corporais. Aqui na Psicologia, nós trabalhamos segundo a demanda de cada paciente tendo a liberdade de atuar para além das questões do Processo Transexualizador, mas também levando em consideração questões familiares ou de vulnerabilidade, por exemplo”, disse a Psicóloga, Iolanda Sousa. 

Os atendimentos do Projeto Casulo na Policlínica Metropolitana acontecem de segunda a sexta-feira das 13h às 18h. Outro diferencial do Casulo tem sido as capacitações regulares ofertadas não apenas para quem atua no projeto, mas para todos da Policlínica. O mais recente aconteceu com todos os funcionários que atuam na recepção e focou em leis, políticas de saúde, uso adequado de pronomes pessoais e na explicação sobre o que é identidade de gênero. “Desde o início do programa nós realizamos constantemente treinamentos e capacitações para toda a equipe para atender da melhor forma possível o público do Projeto Casulo. A nossa principal preocupação sempre foi saber acolher e tratar essas pessoas, pois como todos que vêm aqui, estão em busca de cuidados humanizados e que priorizam o respeito. Então com esse público, que muitas vezes passa por situações de constrangimento em outros espaços, essa situação não poderia ser diferente”, afirmou Daniel Rodrigues, Gerente de Serviços de Apoio da Policlínica. 

 Quem recebe o tratamento adequado e que respeita sua identidade de gênero percebe a diferença. A estudante Alessandra Gabriela Cardoso, 18 anos, iniciou seu tratamento em agosto desse ano. “Antes de chegar aqui eu estava com um pouco de medo principalmente pelo erro no uso de pronomes, mas quando eu cheguei, achei o atendimento muito bom e bem acolhedor. Nem sempre nós recebemos um atendimento humanizado dessa forma lá fora, então estar aqui superou as minhas expectativas”.

Encaminhamento - Os interessados no atendimento do Projeto Casulo devem dar entrada nas Unidades Básicas de Saúde dos seus municípios, onde receberão atendimento e após a avaliação médica serão encaminhados a Policlínica. “Todos os pacientes que estavam com cadastros ativos na Uredipe e frequentando o ambulatório já fizeram a migração para a Policlínica. No entanto, caso haja algum paciente que por falta de atualização cadastral não tenha sido encaminhado, nós solicitamos que ele busque uma UBS para que seus exames sejam atualizados e então aconteça esse encaminhamento”, finalizou Carla Figueiredo. 

Para mais informações sobre o Projeto Casulo entre em contato pelo email casulo.polimetropolitana@issaa.org.br ou  3212-5000/ ouvidoria@sespa.pa.gov.br.