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AÇÃO TERAPÊUTICA

Em Santarém, pacientes criam playlist para ouvir canções nas sessões de hemodiálise

Iniciativa do Hospital Regional do Baixo Amazonas, no oeste estadual, permite a escolha de músicas e ajuda a melhorar o bem-estar dos usuários

Por Ascom (Ascom)
30/10/2023 10h21

"É uma música antiga, mas muito bonita e traz várias mensagens. Eu disse à psicóloga que queria ouvir novamente porque me traz muitas lembranças do passado. E eu gosto muito dela". A música "Detalhes", de Roberto Carlos fez a dona Maria Célia Nogueira, 63 anos, fazer uma viagem ao passado. Há 11 anos, ela faz hemodiálise no Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, oeste do Pará, e esta semana escolheu a canção para ouvir durante o tratamento, junto com outros pacientes.

O projeto é realizado pela equipe de psicologia da unidade. A proposta é fazer com que cada paciente em tratamento de hemodiálise escolha uma música que gosta para ouvir durante as sessões. Assim, uma playlist é criada com as músicas preferidas de cada um.

"A gente passa individualmente com os pacientes para que eles escolham as músicas. Depois, realizamos a atividade em grupo, durante as sessões. No final, eles têm que tentar adivinhar quem foi que selecionou a música e vira uma grande brincadeira. Ainda abrimos o espaço para que o usuário que escolheu explique por que gosta daquela música, se ela traz lembranças, se conecta à fé, a algo mais espiritual ou outros motivos", explicou a psicóloga Neidiane Costa.

A Edinamar Oliveira, 26 anos, decidiu escolher um louvor chamado "Deixa", da cantora Maria Marçal. Para ela, a música ajuda a enfrentar as dificuldades do dia a dia e do tratamento sem desanimar. "Quando eu ouço esse louvor, me dá mais energia. Eu me sinto mais forte, mais corajosa para enfrentar a diálise. A mensagem do louvor nos dá ânimo para não existir. Eu ouço não só aqui, mas bastante em casa também", contou.

A ação tem o objetivo de diminuir o estresse e melhorar o bem-estar dos pacientes durante o tratamento de hemodiálise.

"A música tem esse poder de nos teletransportar para algum momento da nossa vida que nos marcou, tem o poder de aliviar as nossas dores, o estresse e a ansiedade. Então, a gente percebeu que é muito importante, em um momento como esse, promover um espaço acolhedor e saúde mental aos nossos pacientes", ressaltou a psicóloga.

Referência no serviço de Terapia Renal Substitutiva para cerca de 1,4 milhão de pessoas residentes em 30 municípios do oeste paraense, o HRBA conta com 33 máquinas de hemodiálise, que realizam a filtragem do sangue para retirar líquidos e toxinas, como ureia e creatinina.

A unidade, que pertence ao Governo do Pará e é administrada pelo Instituto Social Maís Saúde, atende os pacientes de segunda a sábado, em quatro turnos. O serviço é regulado por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

"Além de oferecer este atendimento, que é fundamental para os pacientes em quadro de insuficiência renal crônica, queremos que essas pessoas estejam bem, felizes aqui dentro. Sabemos que o tratamento é pesado e uma ação como esse contribui e muito para o bem-estar dos nossos usuários, que é um dos grandes objetivos de toda a nossa equipe", afirmou o diretor-geral do Regional, Gean Francisco Cercal.

"Cada vez que passamos por essa dinâmica, parece que fortifica muito mais a gente, a gente se sente mais feliz e mais seguro. Os pacientes escolhem músicas para incentivar mais a gente, para não desanimar. E ouvindo essas músicas, e refletindo sobre as mensagens, tudo fica muito melhor" comemorou Maria Célia.

Serviço -

O Regional do Baixo Amazonas presta serviço 100% referenciado, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado. A unidade funciona na avenida Sérgio Henn, nº 1100, no bairro Diamantino, em Santarém.

Texto da Ascom HRBA