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DIA NACIONAL DA SAÚDE BUCAL

Santa Casa reforça a necessidade de cuidados preventivos com a saúde oral

Profissionais prestam assistência a pacientes em condições diferenciadas na instituição, que conta com Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais

Por Governo do Pará (SECOM)
25/10/2023 12h11

No Dia Nacional da Saúde Bucal, nesta quarta-feira (25), a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) reforça a necessidade em se visitar regularmente o dentista e não descuidar da escovação dos dentes como medidas essenciais para manter a saúde da boca desde a infância. A instituição esclarece ainda que a atuação do dentista nesses cuidados com o paciente pode fazer toda a diferença para a reabilitação oral e também prevenção de doenças durante os períodos de hospitalização.

A odontóloga Isabelle Alves foi a pioneira no desempenho dos cuidados orais em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na Fundação, em 2016. Ela ressalta a importância da participação do dentista na equipe multiprofissional que atua nas unidades.

"O paciente que entra na UTI pode desenvolver em 48 horas a PAV, uma pneumonia associada à ventilação mecânica, que é uma das infecções mais recorrentes no ambiente hospitalar. A falta de higiene ou higiene insuficiente podem levar a esse quadro e comprometer a saúde do paciente como um todo. Por isso, a presença do dentista na UTI é fundamental na realização e orientação do procedimento para que ocorra de forma padronizada, assegurando o bem-estar do paciente, o menor tempo de internação, menor custo hospitalar e uma alta segura", esclarece.

A presença do odontólogo em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é uma exigência do Ministério da Saúde, assim como de outros profissionais de saúde como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de equipes de apoio para trabalhos administrativos e limpeza do local. Essa diversidade, além de garantir os cuidados necessários em cada especialidade, também possibilita um atendimento mais integrado para o paciente, como destaca Alves.

Serviço especializado - Para além do atendimento nas UTIs, que possui um quadro com seis cirurgiões dentistas, a Santa Casa também conta com o trabalho de dois profissionais do Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (Sfac), que atendem integralmente a pacientes fissurados, desde 2018. A odontóloga Edilza Sacramento faz parte do serviço e ressalta que esses cuidados e o sucesso da reabilitação funcional e estética do paciente fissurado andam lado a lado.

"Como a gente trata de paciente fissurado, que sempre vai fazer uma cirurgia na boca, ele precisa ter uma saúde nota 10. A gente orienta a mãe pra fazer higiene oral e não deixar o bebê dormir de boca suja para não dar cárie. Fazemos consultas periódicas de 6 em 6 meses no caso dos bebês e, conforme eles vão crescendo, se mantém esse acompanhamento odontológico de prevenção e preparação para as cirurgias", explica Sacramento, que também detalha o cronograma de procedimentos pelos quais o paciente vai passar até a conclusão do tratamento.

"Por volta dos 6  a 9 anos colocamos um aparelho de expansão no céu da boca para aumentar a área da fissura, possibilitando aos cirurgiões plásticos que possam depois colocar uma área de osso considerável que futuramente sirva de nicho para o dente permanente. E depois dessa cirurgia, a gente vai pra ortodontia fixa, que vai melhorar os dentes, melhorar a autoestima do paciente e depois da ortodontia vai ser a cirurgia plástica do nariz.", descreve a odontóloga.

A jovem Maria Luiza é uma das pacientes acompanhadas pelo serviço, e próxima de chegar à fase final do tratamento, conta que se sente mais confiante.

"Logo no começo da adolescência foi difícil entender, eu me sentia estranha, diferente das outras pessoas. Mas, por volta dos 15 anos, com o apoio da psicóloga aqui do serviço, fui entendendo e comecei a aceitar. Também estou gostando muito do atendimento com a dentista, vejo a diferença e ano que vem eu vou fazer a cirurgia plástica", diz.

Cuidados desde a infância - Segundo a dentista Isabelle Alves, as idas ao dentista devem ser frequentes e iniciar o mais cedo possível.

"Já na gravidez, a gestante deve fazer uma consulta com o dentista para receber a orientação ao que deve ou não comer, pois se ingere alimentos muito açucarados, provavelmente a criança vai nascer com a tendência a ingerir esses alimentos que favorecem o surgimento de cáries. Esse cuidado também se estende à gestante, pois no período gestacional há alterações hormonais que podem gerar inflamações na gengiva ou exacerbar outros processos presentes, como a cárie. Assim se evita também complicações, como por exemplo, abcessos, que próximo ao parto podem agravar ou até mesmo causar o parto prematuro da criança", detalha.

Após o nascimento, é importante que a mãe mantenha a amamentação, que melhora os processos de respiração, deglutição, desenvolvimento bom dos arcos dentários e da fala da criança. Os pais também devem higienizar a boca do bebê e escovar desde o surgimento do primeiro dente.

Após esse período, deve ser mantido o hábito de escovação de forma correta e manter visitas regulares ao dentista até a vida adulta. Evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas e ter uma alimentação saudável também são fatores que contribuem com a saúde da boca.

Texto: Ascom Santa Casa