Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
ANVISA

Câmara Setorial da Mandioca reúne durante Congresso em Belém

Por Redação - Agência PA (SECOM)
14/03/2018 00h00

O uso de corante na farinha foi tema de discussão na 43ª reunião da Câmara Setorial da Mandioca e Derivados, durante o congresso internacional que acontece, em Belém, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A Câmara Setorial, presidida pelo produtor Oswaldo Zanqueta, vai pedir explicações à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a proibição de corante natural na farinha de mandioca, a partir deste ano.

A solicitação é de empresários do centro oeste brasileiro que alegam prejuízo nos contratos com os atacadistas, depois que três marcas de farinha foram retiradas de um supermercado de Brasília em fevereiro deste ano. As empresas estaduais também foram proibidas de classificar o produto, por não haver norma específica para uso de corantes na farinha.

“O prejuízo é também do consumidor, que prefere a farinha amarela em vez da branca”, disse o empresário Ivo Pierin Junior, vice-presidente da Federação da Agricultura do Paraná. Por meio de nota técnica, a Câmara Setorial vai pedir a suspensão da medida tomada pela Anvisa e a inclusão  do corante natural Açafrão, que dá a cor amarela à farinha, na legislação específica.  

Para evitar impacto na produção nacional e no consumo da farinha de mandioca, a Câmara vai pedir ainda, que a Anvisa estabeleça um padrão de uso, inclusive da Tartrazina. Esse corante sintético é usado em muitos alimentos, mas proibido na farinha de mandioca, mesmo assim é encontrado em doses elevadas. O uso indiscriminado de corantes pode causar alergias nos consumidores.

Sobre as perspectivas do mercado da mandioca para este ano, Fabio Isaías Felipe, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), informou que não haverá a recuperação esperada na produção de mandioca, que sofreu queda na produtividade em decorrência das condições climáticas em 2017. “O crescimento será de apenas 1,2%, apesar de ter aumentado o processamento em função da maior oferta no início deste ano, mas a demanda não cresceu e os preços caíram”, informou o pesquisador.

A necessidade de crescimento dos pequenos agricultores foi outro assunto da reunião e a Câmara Setorial da Mandioca considera que sem tecnologia não tem como crescer e as indústrias de máquinas e equipamentos devem se voltar para a realidade do campo. “O trabalhador rural tem que sair da fase rudimentar e o caminho são as instituições de pesquisa e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), para transferência de tecnologia”, concluiu Zanqueta.