Especialista do CIIR orienta sobre a prevenção à poliomielite
Pacientes com o diagnóstico contam com serviços como consultas, exames ambulatoriais e a inserção em esportes adaptados
Esta terça-feira (24) é dedicada ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite, e o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, adere à campanha que destaca a necessidade de conscientização e incentivo à vacinação contra a poliomielite, doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos que não forem imunizados e que, em casos graves, acarreta paralisia.
De acordo com a fisiatra Nelma Salim, a doença é transmitida por água ou alimentos contaminados e, ainda, por meio de contato com uma pessoa infectada. “Muitas pessoas infectadas com o poliovírus não adoecem apresentando, por exemplo, febre intensa. No entanto, as que ficam enfermas desenvolvem paralisia, o que pode ser fatal, por isso, a vacinação é, sem dúvida, a única forma de prevenção e todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas”, aconselha.
A médica acrescenta ainda que o início é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil em seu início, foi erradicada no Brasil em 1994. A doença deixou de afetar milhares de crianças brasileiras após campanha de vacinação em massa.
Rosângela Botelho contraiu o vírus da poliomielite quando criança e, hoje, conta com a assistência do CIIR na sua reabilitação Diagnosticada com a poliomielite ao completar dois anos, a reabilitanda do CIIR, Rosângela Botelho, de 63 anos, destaca que, à época, a mobilização para a conscientização e realização de campanha de vacinação, eram baixos, o que ela avalia que a prejudicou.
“Na minha época não existia uma mobilização como temos hoje. Após os sintomas de febre intensa, a médica não conseguiu definir o meu diagnóstico e imaginava que seria apenas uma gripe forte. A realização de exames ambulatoriais não existia. A minha mãe contou para mim que eu somente movimentava a cabeça. Passou o tempo e sem reversão. Um ano depois, consegui o diagnóstico que, na época, se chamava paralisia infantil, em 1961, após uma avaliação médica definir por sintomas”.
Suporte – Para os usuários da rede pública de saúde assistidos pelo CIIR que apresentam, dentre os seus diagnósticos, a poliomielite, a instituição oferta diversos serviços como consultas médicas, exames ambulatoriais e a inserção de esportes adaptados.
Entre as contempladas pelo atendimento está a usuária Rosângela Botelho, que há cinco anos é acompanhada no CIIR e no seu plano terapêutico tem a canoagem, vôlei e natação, que estão inseridos para o seu bem-estar.
“As atividades vieram agregar à minha autonomia. Mesmo com limitações, nunca desisti e sempre busquei melhorar a minha mobilidade e as terapias complementaram. Além dos esportes adaptados, eu gosto de participar das oficinas de música e dança, conduzidas pelo setor de Arte e Cultura. Todas as atividades me fazem bem para o dia a dia”, destaca.
Vacina por todo o Pará – Em parceria com o Ministério da Saúde (MS), a cada ano, para melhorar o quadro na saúde pública e seguir salvaguardando a população paraense, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Divisão de Imunizações, intensifica as campanhas para resgatar coberturas vacinais. Em 2022, a pasta aplicou 396.979 doses para um público de 563.678 crianças de 0 a 5 anos aptas a atualizar a imunização.
Em 2023, segue a rotina de vacinação contra a Polio com 47% da meta cumprida em menores de um ano, e com 43% no primeiro reforço às demais faixas etárias até o final de setembro. Nesse sentido, a Sespa tem orientado as Secretarias Municipais de Saúde a prosseguirem com as estratégias diferenciadas para as áreas de difícil acesso e grandes extensões de zona rural, visando a cobertura vacinal adequada para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no estado.
Entre essas medidas estão a campanha de multivacinação e Dia D de Vacinação. Também permanecem recomendadas a busca ativa de não vacinados; vacinação nas escolas; checagem da caderneta de vacinação; e intensificação da vacinação em áreas indígenas.
Perfil - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das Unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez faz o encaminhamento à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.