Hospital Oncológico Infantil fortalece combate aos cânceres de mama e colo uterino
Em palestra no auditório da instituição, especialista esclareceu dúvidas do público sobre sintomas, diagnóstico e tratamento
No mês marcado pelo movimento global “Outubro Rosa”, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, une forças às iniciativas de conscientização e apoio à prevenção ao câncer de mama e do colo uterino. Sinais, sintomas, fatores de risco e tratamento foram alguns dos aspectos abordados em palestra realizada nesta semana no auditório da instituição. O objetivo foi orientar e contribuir para o diagnóstico precoce.
Entre os anos de 2023 e 2025, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o diagnóstico de 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil. Entre o público feminino, este é o segundo tipo mais incidente em todas as regiões brasileiras, sendo superado apenas pelos tumores de pele não melanoma. Dados globais mais recentes apontam essa neoplasia maligna como a principal incidência de cânceres em mulheres, com 11,7%.
O aumento nas taxas de incidência é constantemente associado pelas autoridades em saúde às mudanças no estilo de vida e ao rastreamento por mamografia regular, recomendado a partir dos 50 anos. Além da idade, condições hormonais, reprodutivas e comportamentais, como sedentarismo e obesidade, são fatores de risco associados a tumores malignos no tecido mamário.
Diagnóstico precoce - Em outubro do ano passado, Pedrita dos Santos, 45 anos, que trabalha no Hospital Oncológico, foi diagnosticada com câncer de mama. Durante o autoexame ela notou que havia algo errado e decidiu buscar ajuda especializada.
“Faço rigorosamente meus exames anuais e procurei o médico mastologista, que me acompanha desde os 40 anos, para relatar sobre um nódulo que encontrei durante o autoexame. Ele me pediu uma ultrassonografia, que constatou a presença de dois nódulos. Fiz biópsia, descobri que o tumor tinha origem hormonal. Dei início às quimioterapias e fiz a cirurgia, uma mastectomia radical. Também fiz radioterapia, e atualmente faço uso de bloqueador hormonal e de outra medicação”, informou Pedrita.Na palestra foram destacados sinais, sintomas, fatores de risco e tratamento da doença
Menos de 10% dos casos do câncer que acometeu a profissional do Hospital derivam de condições genéticas. Apesar de apresentar grande variação em suas características e na resposta clínica, o câncer de mama tem bom prognóstico, quando tratado adequadamente e em tempo hábil.
“Graças a Deus eu tive uma boa resposta ao tratamento, e hoje estou bem. O câncer não tem idade. Qualquer pessoa pode passar por essa situação. Durante o meu tratamento, notei muitas mulheres jovens enfrentando a mesma batalha que eu. Mas com muita luta e fé em Deus a gente vence. Vamos fazer os nossos exames e procurar um médico. Enquanto há vida, há esperança”, reforçou.
Câncer cervical – Na palestra ministrada pela médica Natália Queiroz foi abordado ainda o câncer de colo uterino. Em 2022, o Inca registrou na região Norte a maior taxa de incidência de novos casos da doença. Para cada ano do triênio 2023-2025, o Instituto considera risco estimado de mais de 20 casos de câncer cervical a cada 100 mil mulheres na região.
O câncer do colo do útero é causado por infecção persistente por 12 tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). Os tipos 16 e 18 são ocasionam lesões pré-cancerosas com maior risco de progressão, e são responsáveis por cerca de 70% dos casos. A neoplasia é a quarta mais frequente em mulheres em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Tabagismo, múltiplos parceiros e uso prolongado de anticoncepcionais são alguns fatores associados ao risco de câncer de colo uterino, que deve ser rastreado anualmente por meio do exame preventivo, também conhecido como Papanicolau.
“Outro ponto importante é a vacinação de meninos e meninas contra certos tipos de HPV, um fator relevante de proteção. Deve-se ficar em alerta a possíveis sinais e sintomas, como sangramentos e dor nas relações sexuais. Esses e outros dados apresentados na palestra são norteadores para um diagnóstico precoce, favorecendo um melhor enfrentamento à doença”, informou a especialista.
Serviço: O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo integra a rede de saúde mantida pelo Governo do Pará. Gerenciado pelo Instituto Diretrizes, a unidade é referência no tratamento de crianças e adolescentes na região amazônica. Fica na Travessa Quatorze de Abril, 1394, Bairro São Brás, em Belém.
Texto: Ellyson Ramos - Ascom/Hoiol