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CAPACITAÇÃO CONTINUADA

Profissionais da Polícia Científica do Pará fazem curso sobre acidentes fatais

Quarenta e cinco servidores foram capacitados em uso de tecnologias específicas e procedimento de coleta de vestígios

Por Thiago Maia (Pol. Científica)
20/10/2023 20h50

Peritos criminais e auxiliares técnicos de perícia, da Polícia Científica do Pará (PCEPA), participaram do Curso de Acidente de Tráfego com Vítima Fatal, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento e Pesquisa (Coapes) do órgão. A formação integra o Programa de Capacitação Continuada 2023 da Polícia Científica, e foi realizada durante três dias no auditório Alfredo Machado, na sede do órgão, em Belém.

O curso capacitou 45 servidores da Polícia Científica em 20 horas de duração, abordando questões acerca das atividades periciais em acidentes de tráfego fatais.O curso foi ministrado por Jadir Ataíde, Jânio Arnauld e Walldiney Gurgel

Para ministrar o curso foram convidados três peritos criminais, que ensinaram procedimentos corretos sobre a condução das ações necessárias nos primeiros momentos dessas ocorrências, como determinação de qual a velocidade estimada do veículo, procedimento de coleta de vestígios, soluções para eventuais intercorrências e captações de imagens, dentre outros tópicos.

Jadir Ataíde, perito criminal que está à frente da Coordenação de Perícias Genéricas, tratou da parte introdutória, dos fundamentos desse tipo pericial. “A ideia da parte introdutória do curso foi a de ter uma conversa prática e objetiva sobre fundamentos de local de crime, para que o procedimento operacional padrão nesses casos seja seguido, resultando em laudos fortes. Além disso, tratamos do tópico da manipulação de cadáver em via pública, para que não cause mais impacto para quem está próximo. São informações importantes para a humanização do trabalho”, afirmou o perito.

Captura de imagens - Jânio Arnauld, perito criminal que trabalha no Núcleo de Crimes Contra a Vida (NCCV), abordou questões relacionada à ilustração de laudos periciais de acidente de tráfego, falando sobre modos estratégicos de captura de imagens no local periciado e tratamento gráfico das imagens, bem como a elaboração de ilustrações em 2D, 3D e em videoanimação, utilizando do meio computacional.

“Destacamos a importância do conhecimento da linguagem gráfica visual na criminalística e as possíveis ferramentas utilizadas, pois através da ilustração, de forma não verbal, enfatizamos a presença de vestígios e outros elementos na cena do sinistro, e explicamos de maneira mais didática e objetiva o fenômeno ocorrido no local do acidente. Para isso, podemos nos valer de fotografias aéreas com drone, programas populares, como Word e Powerpoint, e de softwares mais tecnológicos, porém acessíveis, como Sketchup, Blender e Makehuman. A ilustração bem elaborada pode tornar o laudo mais robusto e eficiente, didática e cientificamente, dando uma melhor qualidade ao trabalho pericial”, enfatizou o profissional.

Software - O perito criminal e doutor em Física Walldiney Gurgel, um dos ministrantes do curso, abordou a questão do software que desenvolveu como ferramenta, para auxiliar perícias de acidentes de trânsito. “Os acidentes de trânsito envolvem muitos conceitos físicos e equações para estimar velocidade. Logo, tive a ideia de desenvolver um aplicativo, em 2015, que automatiza cálculos físicos apenas com a inserção de dados, medidas executadas pelos peritos no local de acidente, o que torna prática e mais rápida a execução da perícia e dá celeridade à emissão dos laudos”, explicou o perito, lotado no Setor de Balística da Coordenação Regional em Marabá.

“O perito criminal precisa ter os subsídios necessários para chegar à causa do acidente veicular fatal. O objetivo foi capacitar os alunos de forma integrada, com três professores especialistas em suas áreas, fornecendo um curso completo, dando uma visão sistêmica, com várias áreas do conhecimento envolvidas”, afirmou o perito criminal e coordenador da Coapes, José Alberto Sá.

O curso contou com a presença de muitos peritos e auxiliares das coordenadorias regionais, onde ocorre a maioria das fatalidades de trânsito. “As mortes decorrentes de acidentes de trânsito são as mais numerosas no Brasil. Logo, a importância do curso é grande, pois irá nos capacitar e reciclar nossos conhecimentos acerca dos procedimentos primordiais a que todos devem estar alinhados, referentes à coleta de dados e busca de informações para fazer o levantamento do local de crime e poder contribuir com a investigação. A PCEPA tem passado uma série de cursos e esse, na minha visão, é um dos mais importantes”, ressaltou Eric Coelho, perito criminal lotado na Coordenadoria Regional em Santarém, no oeste paraense.