Santa Casa do Pará celebra o Dia do Médico com homenagens
Maior maternidade da região Norte do País, homenageia seus 460 profissionais que atuam no dia a dia do hospital
Com 373 anos, a Santa Casa possui no quadro 460 médicos e médicas, com dezenas de especialidades. Sendo uma das referências na área de ginecologia e obstetrícia, além de ser campo para o ensino em que oferece 13 residências médicas. O Dia do Médico, marcado nesta quarta-feira, 18, recebeu uma atenção especial na Santa Casa, com evento que contou com homenagens, ginástica laboral, shows e distribuição de brindes.
Para a médica Norma Assunção, diretora-técnica assistencial da Fundação Santa Casa do Pará, a importância deste dia é lembrar para todos nós, médicos e pacientes e cidadãos, da importância dessa profissão, essa profissão que resgata, além da saúde física, a saúde mental, a solidariedade, o amor ao próximo, que é desenvolvido pelo profissional.
“Então lembramos dessa importância para todos, para nós, principalmente médicos, que viramos pacientes. No momento em que a gente vira paciente, a gente entende mais do que tudo qual é a importância desse profissional, da forma como ele aborda esse paciente, da forma como acolhe e como dá a importância. As soluções ou o direcionamento do seu cuidado, né. É igual a dia de aniversário, é lembrar que a gente está vivo e que a gente tem que ser feliz e procurar melhorar cada vez mais. A profissão é uma paixão, que reforça o amor à medicina”, destaca a diretora.
“Eu passei hoje em visita nas áreas, com os colegas, e uma das coisas que falei foi isso: 'O dinheiro não paga a tua felicidade, é importante, né? Importante para a gente viver, para as nossas necessidades, mas se você não tiver amor à profissão que você tem, porque esse amor envolve o próximo, né? É o amor cristão, é o amor de solidariedade mesmo, então você tem que ter amor, você tem que ter essa paixão naquilo que você faz para você ser feliz e transferir essa felicidade, esse olhar para o nosso paciente. Esse é o mantra”, enfatiza a dra. Norma.
Celina Borges Maciel, médica pediatra da Fundação Santa Casa, com atuação na instituição há 40 anos, sendo uma das referências na área, relata que o fato que a fez seguir a carreira de médica foi a vontade do coração. “Na realidade, eu decidi ser médica aos seis anos de idade. Nesse período contraí malária. Aí fui levada a um pediatra, o doutor Ferdinando. Quando cheguei lá, fiquei encantada! Aquele senhor, todo de branco, parecia um anjo, já com seus cabelos brancos, um tratamento diferenciado para mim. Eu era só alegria. Quando saí de lá, saí com este pensamento e com essa vontade no coração: 'Eu quero ser médica, quero ser pediatra'”, relembrou.
"Quando cheguei em casa", disse Celina, "a partir daquele momento, tudo o que fiz na minha vida foi com esse objetivo, com a ajuda da minha mãe e do meu pai. E as minhas irmãs achavam que era difícil ou praticamente impossível uma menina negra, pobre, ser pediatra naquela época, onde só tinha a Universidade Federal. Trilhei todo o meu objetivo, coloquei foco e coragem e valentia mesmo. E fui adiante. E o dia mais feliz da minha vida foi no dia da minha formatura em medicina”, contou.
Sobre a instituição que trabalha, dra. Celina diz: “A Santa Casa, para quem sabe aproveitar, é um celeiro de conhecimento. Aqui a gente vê coisas que não vê em hospital nenhum, e que a gente pode aprender a fazer medicina com amor, com caridade, com alegria no coração”.
Dr. FrancineiEssa mesma linha de atuação é reforçada pelo médico ginecologista obstetra Francinei Francinei Mendes Soares, com 40 anos de Santa Casa. “Sempre vi a medicina como uma profissão social, em que você ajuda muito as pessoas, conferindo uma ação que é o tratamento e a cura das doenças. Como resultado, temos a cura, alívio da dor e do sofrimento”.
Francinei relata em sua história de vida o porquê de seguir o caminho da medicina e sua especialidade. “Morava no interior onde o atendimento médico era precário. E perdi minha mãe em sua quinta gestação em trabalho de parto, com eclampsia. Quando minha mãe faleceu, eu era o primeiro filho, tinha 9 anos de idade. E no decorrer da vida resolvi lutar para ser médico. Hoje, como obstetra, com a ajuda de Deus, tratei muitas gestantes evitando o que aconteceu com minha mãe”.
”Trabalhar na Santa Casa é tudo de bom, principalmente por ter a oportunidade de tratar pessoas carentes. Após tantos anos, já é minha segunda casa. E aos novos e futuros profissionais da medicina, desejo que sempre trabalhem com responsabilidade, dedicação e ofereçam um tratamento humanizado”, enfatiza dr. Francinei Soares.
Moradora de Ananindeua, a dona de casa Vanessa dos Santos, mãe de Davi da Silva, de três anos, relata que os médicos acompanham a vida de seu filho desde que ele nasceu com sete meses (27 semanas de gestação) na Santa Casa e hoje faz seu acompanhamento no ambulatório. “Toda criança precisa ter um acompanhamento médico, principalmente em seus primeiros dias de vida”, afirma.
“O médico estudou muitos anos para cuidar, orientar os caminhos que nós mães não sabemos. Por isso o trabalho desse profissional é de suma importância e o resultado a gente vê quando o nosso filho vai crescendo”, destaca Vanessa.
Legado - “Hoje não saberia fazer outra coisa na vida, a não ser médica, a não ser pediatra. Então, sou extremamente grata à vida e ao caminho que trilhei. Deus me proporcionou essa alegria ímpar de conseguir realizar o grande sonho da minha infância, o grande sonho da minha vida, que é ser médica e pediatra”, diz dra. Celina.
“Eu me sinto uma mulher realizada com a minha profissão e sou extremamente grata a Deus por ter me proporcionado este caminho de trilhar a medicina com todo o amor que tenho na minha vida. E isso faz toda a diferença: amar a minha profissão. É claro que houve outras pessoas que me ajudaram muito nesse percurso da minha vida na medicina e na minha vida de administradora, entre as quais a dra. Angelina Serra Freire Lobo. Essa mulher me ensinou muitas coisas maravilhosas quando decidi acompanhá-la nessa administração, no setor que eu nunca pensei em fazer, que é a administração hospitalar. Com a ajuda e incentivo dela, eu trilhei essa área administrativa. E não me arrependo”, destaca a médica.
“Tive grandes aprendizados na Santa Casa, e ainda tenho todos os dias, e por aí já se vão 40 anos. Então, esses 40 anos são tempos de alegria, de vontade de aprender cada dia mais. De vontade de trabalhar, de vontade de ajudar quem de mim necessitar. Eu sinto que ainda tenho muito a dar de mim para o meu próximo. E o meu próximo, tão próximo, está todo dia comigo aqui na Santa Casa”, diz emocionada dra. Celina.