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Ophir Loyola desenvolve tecnologias assistivas para reabilitação de pacientes

Terapeutas ocupacionais confeccionam órteses e recursos oferecem conforto, corrigem alterações funcionais e melhoram a qualidade de vida dos usuários

Por Ellyson Ramos (HOL)
13/10/2023 12h48

Márcia Nunes e Grace Kelly Cabral durante confecção de órtesesDesde que foi instituído por meio da Lei n° 13.084/2015, o Dia Nacional do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional é celebrado anualmente no dia 13 de outubro. A data reconhece profissionais que fazem uso de diferentes metodologias para a reabilitação da saúde integral do paciente. Em Belém, a Divisão de Terapia Ocupacional do Hospital Ophir Loyola (HOL) faz uso do Laboratório de Tecnologia Assistiva (LabTA), onde a equipe põe à prova conhecimentos e habilidades manuais na confecção de recursos que ampliam a assistência ao usuário.

Os terapeutas ocupacionais atuam na prevenção e tratamento de enfermidades que impactam competências físicas e socioemocionais. Profissionais dessa área também estimulam a recuperação de habilidades voltadas para as atividades da rotina diária, melhorando a autonomia, autoestima e bem-estar. Nesse processo terapêutico, no qual são envolvidas tais práticas de reabilitação que o LabTA do HOL permite a confecção de materiais que atendam as necessidades de pacientes de alta complexidade assistidos na instituição.

“O LabTA surgiu da necessidade dos próprios pacientes, que precisam de recursos para terem mais conforto e um reestabelecimento mais acelerado. Uma mão fletida, por exemplo, precisa ser posicionada para que volte a ser funcional. Nesse caso, a tecnologia do material termoplástico facilita o ajuste da órtese no paciente, além de permitir a respiração da pele e evitar deformidades e contraturas”, explicou a terapeuta ocupacional Márcia Nunes, chefe do serviço.

Órteses são dispositivos projetados para auxiliar pacientes na recuperação da autonomia e mobilidade. Por meio desses, é possível estabilizar, corrigir ou proteger partes do corpo, pois a utilização do recurso previne danos como as Lesões Por Pressão (LPP), ocasionadas por períodos prolongados de internação.

Segundo a terapeuta ocupacional Grace Kelly Cabral, a LPP pode ocorrer em qualquer parte do corpo do paciente internado. Contudo, o uso adequado de órteses de descompressão podem prevenir ou favorecer a recuperação das áreas afetadas.

“Pacientes com déficit nutricional mais acentuado, com fragilidades na pele ou que estão acamados por muito tempo precisam de proteção em locais de proeminências ósseas para que não surjam feridas, as chamadas lesões por pressão. Então, realizamos a medição da área e confeccionamos as órteses para prevenir deformidades. Utilizamos placas termo moldáveis ou coxins, que são órteses de descompressão construídas com o colchão piramidal. A partir de moldes universais e desenhos pré-moldados, elaboramos dispositivos como almofadas de posicionamento para maior conforto ao paciente”, afirmou Grace.

Colchão piramidal Elaboradas com materiais de fácil esterilização, as peças são fornecidas gratuitamente e pensadas para cada usuário, respeitando as medidas antropométricas e a ergonomia. “Os terapeutas ocupacionais têm o conhecimento para avaliar e indicar as órteses. Desenvolvemos habilidades durante a confecção desses dispositivos no Laboratório de Tecnologia Assistiva do HOL, que nos permite ter um espaço específico para essa construção”, disse Grace.

Termoplásticos - A chefe do serviço explica que a equipe de terapia ocupacional do HOL utiliza material termoplástico para a confecção manual de órteses personalizadas. Mais maleável que policloreto de vinilo, popularmente conhecido como PVC, o termoplástico é mais adequado para a confecção desses dispositivos, pois é moldável quando aquecido e, se resfriado, retorna à forma original.

“Com o material antigo tínhamos dificuldade para adequá-lo perfeitamente ao paciente e o PVC não deixava a pele respirar. Era uma adaptação com um material que não foi elaborado para aquela finalidade. Agora, fazemos uso de material específico para a confecção de órteses. Além disso, somos o primeiro hospital com LabTA de termoplásticos e por sermos um hospital escola, nossos estagiários têm a grande oportunidade de aprender a utilizar técnicas com esse material, que respeita a integridade da pele e permite maior conforto ao paciente”, afirmou a especialista.